Exportações de suínos caem 19% no primeiro semestre

Greve dos caminhoneiros e embargo russo afetaram as vendas externas

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Receita com a comercialização teve recuo de 30,4% sobre 2017
A greve dos caminhoneiros, com bloqueio das estradas, afetou as exportações de carne suína brasileira no primeiro semestre. Entre janeiro e junho, considerando todos os produtos, entre in natura e processados, as vendas ao exterior alcançaram 278,3 mil toneladas, volume 18,9% inferior em relação ao mesmo período de 2017, quando foram exportadas 343,3 mil toneladas. As informações foram divulgadas pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
A receita das vendas no período teve uma queda de 30,4% em relação a 2017, totalizando US$ 567,2 milhões, frente aos US$ 814,7 milhões do ano passado. Só em junho, foram embarcadas 35 mil toneladas, uma retração de 45,4% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram exportadas 64,1 mil toneladas. Na comparação com maio, mês da paralisação, a retração chegou a 26,6%, quando foram exportadas 47,7 mil toneladas.
"Os bloqueios nas estradas ocorridos nos 10 últimos dias de maio ampliaram os impactos registrados pelo setor com o embargo imposto pela Rússia desde dezembro de 2017, o que fica explícito quando comparamos os desempenhos de maio e junho. Esperamos que esta retração se dissolva ao longo dos próximos meses, especialmente a partir de julho", disse, em nota, Francisco Turra, presidente da ABPA.
Mesmo com os impactos dos bloqueios nas estradas, as vendas de carne suína para a China permaneceram em alta neste semestre. Ao todo, foram 69,8 mil toneladas exportadas no período, volume 170% superior às 25,8 mil toneladas embarcadas no mesmo período do ano passado.
Hong Kong continua como principal destino das exportações de carne suína do Brasil, com 79,3 mil toneladas embarcadas no primeiro semestre, volume 12% acima do verificado no mesmo período do ano passado, de 70,7 mil toneladas. A América do Sul também se destacou nas importações do produto brasileiro ao longo do primeiro semestre. O Chile incrementou suas compras em 40%, com total de 14,5 mil toneladas. O Uruguai importou 18,1 mil toneladas, 25% acima do efetivado nos seis primeiros meses de 2017. A Argentina - terceiro principal mercado para o Brasil - elevou suas compras em 11%, chegando a 19 mil toneladas.
No continente africano, os principais destaques foram Angola, com 15 mil toneladas importadas no primeiro semestre ( 8%), e África do Sul, com 3,1 mil toneladas ( 495%).

Pecuária leiteira lidera investimentos do Fundesa no semestre

Conselheiros do Fundesa aprovaram ontem a prestação de contas do primeiro semestre de 2018. Ao todo, o fundo recolheu - entre contribuições e rendimentos financeiros - R$ 6,56 milhões neste ano. No mesmo período, as saídas entre investimentos e indenizações, alcançaram o montante de R$ 3,45 milhões. O saldo atual do Fundesa é de R$ 79,895 milhões.
A pecuária leiteira foi o setor que mais usou os recursos do fundo. Foram R$ 2,394 milhões, dos quais R$ 2,152 milhões em indenizações, tanto para a reposição de animais quanto pelo chamado "risco alimentar", quando os produtores precisam realizar o vazio sanitário e ficam por um tempo sem poder ter animais na propriedade. "Vemos este investimento no saneamento como um fator positivo para a pecuária leiteira gaúcha. Eliminar a tuberculose e a brucelose do rebanho é um desafio para o setor", afirma o presidente do Fundesa, Rogério Kerber.
O Fundesa apresenta contas a cada três meses aos conselheiros. Após a aprovação do balanço, os dados são enviados para as secretarias da Agricultura e da Fazenda, para o Cade e também para a Assembleia Legislativa. As informações também ficam disponíveis ao público em geral no site do fundo. "A transparência é um dos pilares na gestão do Fundesa. Seguimos um rigoroso processo para a liberação e aplicação de recursos", informa Kerber.