Forebrain quer entender o cérebro do consumidor

Plataforma da startup ganhará ferramentas de inteligência artificial

Por Patricia Knebel

Análise cerebral é feita quando a mente é estimulada a comprar
Com as pessoas buscando cada vez mais experiências de consumo diferenciadas, nada melhor do que conseguir entender o que elas não estão dizendo, e que, muitas vezes, nem se deram conta, para conseguir construir um proposta de valor vencedora.
Esta tem sido a aposta da Forebrain, startup criada por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) que utiliza ferramentas neurocientíficas para investigar aspectos implícitos e inconscientes das respostas que consumidores têm frente a estímulos do marketing. Recentemente, a empresa conquistou o 2º lugar na categoria Marketing e a 9ª posição no ranking geral da 100 Open Startups, que anualmente apresenta as startups mais atraentes e engajadas do mercado. Em sua terceira edição, o ranking 100 Open Startups é elaborado com base em avaliações de atratividade das startups para o mercado.
"O primeiro impulso dos consumidores é automático e a neurociência oferece a oportunidade de entendermos o que se passa na cabeça deles de forma mais natural", explica a sócia e coCEO da Forebrain, Ana Souza. Em vez de fazer perguntas aos compradores, como as pesquisas de mercado tradicionais, o time da startup analisa as imagens do cérebro no momento em que a mente é estimulada a comprar algo, por meio de equipamentos como o de eletroencefalograma. Eles avaliam dados como a experiência sensorial do uso do produto e a reação imediata à visualização de uma embalagem ou comercial de televisão, por exemplo. Isso permite perceber detalhes sutis e prestar atenção na emoção envolvida em uma compra.
Para auxiliar neste trabalho, foi lançado em 2013 o Brain, e desde lá foi ganhando ferramentas e inteligência. "É uma plataforma brasileira e com algoritmos proprietários. Temos a maior base de dados nacionais nessa área, como mais de 1 mil comerciais avaliados", conta Ana. Entre os clientes da Forebrain estão players como L'Oreal, Oi, DPZ&T, Porto Seguro, O Boticário e Coca-Cola.
O próximo passo já está sendo preparado. Os especialistas da empresa estão desenvolvendo uma solução de Inteligência Artificial (IA) que será integrada à plataforma Brain. A ideia é criar uma rede neural que vai relacionar o padrão cerebral das pessoas com o desfecho de mercado, ou seja, em como isso leva a um aumento de vendas ou de visibilidade nas redes sociais. Outra possibilidade é a de saber, com base em campanhas anteriores, quais as chances de se aumentar algum indicador. "Os dados vão ganhar caráter prescritivo. A partir da atividade cerebral, o sistema vai dizer de forma automatizada o que funciona ou não", explica Ana Souza. Hoje em dia, essas análises são feitas por consultores.

Albert Einstein firma parceria com Plug and Play

A Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein se tornou a mais nova organização a aderir à Plug and Play Cleveland Innovation Platform, programa de aceleração global que conecta startups, parceiros corporativos e investidores de todo o mundo.
Como a primeira organização de saúde brasileira a incorporar o ecossistema Cleveland, o Einstein irá colaborar com a Cleveland Clinic, a JumpStart Inc. e a Plug and Play Cleveland para avaliar tecnologias de ponta em saúde. A filiação conectará o cenário da saúde em escala mundial de Cleveland para a América Latina.
Por meio dessa parceria, o Einstein atuará para descobrir e implementar tecnologias que forneçam diferentes soluções para necessidades não atendidas na experiência e atendimento ao paciente, operações hospitalares. Outro foco é melhorar a capacidade de apoiar startups brasileiras que pretendem se engajar no mercado norte americano, atraindo demais empreendedores globais que querem trazer sua originalidade para o sistema de saúde brasileiro.