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Classes A e B lideram pedidos de financiamento, diz pesquisa
Nos últimos 12 meses, um em cada 10 brasileiros buscaram esse tipo de crédito
Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em todo o País revela que 10% dos brasileiros fizeram algum tipo de financiamento nos últimos 12 meses, sobretudo as classes A e B (16%). Desse total, 43% contratou essa modalidade de crédito para a compra do carro novo; 20%, para bancar a faculdade; e 17%, para realizar o sonho da casa própria. Entre outras razões mencionadas destacam-se a compra de móveis (17%), eletrônicos (12%), motocicleta (12%) e reforma do imóvel (11%).
Apesar de a maior parte dos financiamentos estar relacionada a itens que exigem planejamento, 42% dos entrevistados relataram que recorreram a esse tipo crédito para suprir alguma necessidade pontual ou imprevisto, ao passo que 35% buscavam concretizar um sonho de consumo. O estudo mostra que 14% dos consumidores financiaram algum bem em benefício de amigo ou parente. Já 87% não fizeram qualquer tipo de financiamento no último ano.
"Muitos brasileiros desejam comprar um carro zero, a casa própria ou fazer um curso superior, mas não têm condições financeiras para pagar à vista. E o financiamento viabiliza a concretização do sonho. Sem ele, a maioria das pessoas não conseguiria adquirir bens de alto valor. Apesar disso, um compromisso financeiro de longo prazo como esse exige muito planejamento para garantir que a saúde financeira da família não seja prejudicada", explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
Embora a pesquisa revele que 71% dos brasileiros que realizaram algum financiamento no último ano tenham analisado as tarifas e os juros cobrados na hora de contratar o serviço, 26% não chegaram a estudar os custos sendo que 14% reconhecem só ter avaliado se a parcela a ser paga cabia no orçamento. Antes de decidir pelo financiamento, 78% dos consumidores afirmam ter verificado a real possibilidade de quitar as prestações ao longo de todo o período, enquanto 16% não avaliaram.
O estudo também quis saber a percepção dos entrevistados quanto aos juros cobrados na contratação dos financiamentos, e 22% consideram as taxas abusivas. Cerca de 33% acham os valores altos, e 30% disseram que os valores praticados são razoáveis.
Quando questionados sobre como administram o pagamento das parcelas, um em cada cinco entrevistados (23%) assume não controlar de forma efetiva esses pagamentos. Já 77% afirmam acompanhar de perto os gastos com o financiamento, sendo que 30% o fazem por meio de anotações em caderno ou agenda, 24% registram as despesas em aplicativos de celular e 23%, em planilhas de computador.
Em média, consumidor contrata até dois serviços da modalidade ao mesmo tempo
Os consumidores entrevistados pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) declararam ter, em média, entre um e dois financiamentos em aberto, dos quais 33% têm um, 18% possuem dois e 5%, três ou mais. Entre os que mantêm financiamentos em aberto, a quantidade média de parcelas a pagar é de 18 prestações, enquanto 34% afirmam não ter financiamento por já terem quitado os compromissos.
A falta de controle dos gastos acaba refletindo na inadimplência de um número significativo de consumidores que possui financiamento. Um em cada cinco entrevistados com financiamento em aberto (20%) tem parcelas em atraso, com uma média de duas prestações atrasadas por pessoa. Na contramão, 72% estão com o pagamento das parcelas em dia.
As consequências para quem atrasa o pagamento das prestações implicam no pagamento de multas e juros, até a negativação do nome. A pesquisa mostra que dois em cada cinco entrevistados (39%) já ficaram com o nome sujo pela falta de pagamento de parcelas do financiamento, sendo que 27% regularizaram a situação, e 12% permanecem negativados.
Dois em cada 10 consumidores tentaram fazer algum tipo de financiamento nos últimos três meses (16%), mas 10% tiveram pedido negado, sobretudo as classes C, D e E (11%). Os principais motivos estão ligados à restrição do nome em cadastros de proteção ao crédito (54%), valor do financiamento maior do que o permitido pela renda (24%) e inexistência de garantias para os credores (9%).
Entre os que tiveram os financiamentos negados, 30% pretendiam comprar um carro; 16% planejavam adquirir um imóvel; 13%, eletrônicos; e 10%, móveis. Apenas 6% dos entrevistados conseguiram aprovação de financiamento; e 84% disseram não ter tentado contratar financiamentos no período.