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Turnê de despedida do Skank chega a Porto Alegre, celebrando 30 anos de um legado eterno
Auditório Araújo Vianna recebe neste final de semana últimas apresentações do Skank na Capital
Em clima de despedida e de pura nostalgia, a banda mineira Skank se prepara, aos poucos, para encerrar três décadas de uma intensa, duradoura e gloriosa trajetória na música. Donos de hits memoráveis e de discos que se enquadram nas melhores produções do pop rock nacional, Samuel Rosa (guitarra e voz), Lelo Zanetti (baixo), Henrique Portugal (teclados) e Haroldo Ferretti (bateria) chegam a Porto Alegre para suas duas últimas apresentações na capital gaúcha. Exibindo o que há de melhor dentro da sua discografia, eles tocam no Auditório Araújo Vianna (Av. Osvaldo Aranha, 685) nesta sexta-feira e sábado, às 21h. Os ingressos ainda disponíveis podem ser adquiridos através do Sympla.
Atuando desde o início dos anos 1990 na cena musical, o grupo de Belo Horizonte, que começou embalado pelos ritmos do reggae, jamais imaginou conseguir alcançar, logo nos primeiros anos de carreira, um espaço tão significativo no mercado. "Quando lançamos o primeiro disco não tínhamos ideia do que poderia acontecer. A gente queria seguir um projeto, queríamos fazer uma música inovadora e palatável. Queríamos viver de música, esse era o nosso grande desejo. Gastamos todas as nossas economias para garantir isso", conta o vocalista Samuel ao Jornal do Comércio.
As canções de sucesso, até hoje na ponta da língua dos fãs, marcaram uma geração que cresceu ouvindo e reverberando os sons do Skank. O afeto estabelecido com o público ao longo dos anos, que ainda cresce a cada dia, foi o principal responsável por trilhar o caminho desses quatro amigos e companheiros. "O mais importante para nós é fazer com que as nossas músicas tenham um sentido na vida das pessoas. Esse é o nosso legado. O carinho dos fãs é o maior combustível de uma banda. É gostoso olhar para trás e lembrar dos nossos feitos, das nossas velhas histórias, dos shows. O passado é o nosso grande patrimônio", acentua.
O comunicado do encerramento das atividades da banda veio no final de 2019, mas os integrantes do grupo garantem que não descartam a possibilidade de um retorno no futuro. "Eu sempre deixei bem claro que não é um fim definitivo. Nada impede que a gente volte a se reunir. Isso é só um ciclo que está se fechando para que possamos realizar outros sonhos. A sensação é de dever cumprido", explica. Diferente de muitas outras bandas da indústria, que se separaram depois de grandes escândalos, eles conseguem fechar essa etapa tranquilos, sem brigas e em harmonia uns com os outros.
A turnê de despedida, prevista inicialmente para acontecer em 2020, chega agora, passado o auge da pandemia, como forma de agradecimento ao público por tantos anos de parceria e cumplicidade. Juntar em um único repertório 30 anos de uma história recheada de conquistas foi um processo que demandou tempo e muito trabalho em equipe. Para isso, eles separaram um número considerável de canções que são alternadas de uma apresentação para outra, garantindo assim que nenhuma faixa fique de fora da turnê. "Escolher o repertório desse show talvez seja a parte mais difícil, mas também a mais deliciosa."
Além disso, Samuel reitera que este será um momento de dualidade e de conflito entre diferentes sentimentos. "Não é uma turnê comemorativa, apesar de estarmos celebrando 30 anos. Temos ainda uma tristeza implícita por trás, ao identificar a quantidade de coisas boas que vivemos no passado e que, agora, não teremos mais. Por outro lado, estaremos nos divertindo no palco, orgulhosos do legado que estamos deixando e de tudo que construímos de relevante", reflete.
À beira de novos desafios, cada um dos integrantes se prepara agora para seguir diferentes caminhos com seus projetos solo. "Não posso responder por todo mundo, mas eu vejo que a nossa história nos deixou muito capacitados e preparados para esse momento. Claro que dá um frio na barriga, até porque não teremos o background de estar sob a sombra de uma árvore tão frondosa. É um baita de um desafio, mas as mudanças, apesar de ameaçadoras, fazem a gente dar um passo à frente. Tenho a convicção que todo mundo vai ficar bem."