Revelados os vencedores dos prêmios Novas Façanhas e Leonardo Machado

Troféus são oferecidos pelo Iecine/Sedac

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Retrato de Sirmar Antunes na mostra 'Pretos na tela' em cartaz na Casa de Cultura Mario Quintana
Na manhã desta quarta-feira (18), durante o debate do Festival de Cinema de Gramado, foram anunciados os vencedores da primeira edição dos prêmios Novas Façanhas e Leonardo Machado, oferecidos pela Secretaria de Cultura do Estado (Sedac), por meio do seu Instituto Estadual de Cinema (Iecine).
Por sua trajetória de mais de 40 anos no cinema e audiovisual gaúcho, o ator Sirmar Antunes recebe o prêmio Leonardo Machado. “Com este prêmio, pretendemos fazer jus à inestimável contribuição de Sirmar Antunes para o cinema gaúcho: um ícone, cuja história se confunde à de nosso cinema e cuja imagem está eternizada em tantas obras que marcam nossa produção”, justificou o júri.
Nascido em Porto Alegre em 1955, Sirmar começou no teatro ainda adolescente e esteve em mais de 40 filmes, entre curtas e longas, numa trajetória que resume boa parte da história do cinema gaúcho. Além de uma placa comemorativa, o ator recebe R$ 15 mil.
Três iniciativas foram reconhecidas com o prêmio Novas Façanhas, destinado a realizadores, técnicos ou coletivos por sua contribuição à inovação e ao desenvolvimento da linguagem audiovisual: Festival de Cinema Estudantil de Guaíba, Associação Profissional dos Técnicos Cinematográficos (APTC/RS) e Coletivo Mbyá-Guarani de Cinema.
Além de placa alusiva, cada um dos vencedores recebe ainda R$ 10 mil. O júri foi formado pela crítica e pesquisadora Fatimarlei Lunardelli, pela diretora Liliana Sulzbach e pelo produtor e realizador Pedro Guindani. 
A Sedac e o Iecine ainda irão contemplar os vencedores entre os longas-metragens gaúchos com R$ 55 mil, distribuídos em dez categorias.

Saiba mais sobre as três iniciativas reconhecidas com o troféu Novas Façanhas

Festival de Cinema Estudantil de Guaíba
Pioneiro na educação audiovisual, o Festival de Cinema Estudantil de Guaíba completa 20 anos dedicados à formação de jovens estudantes em 2021. Criado em 2002, no Instituto Estadual de Educação Gomes Jardim, por iniciativa do professor de filosofia, jornalista e fotógrafo Valmir Michelon, o Festival de Cinema Estudantil de Guaíba recebe anualmente produções audiovisuais de todo o Brasil e do exterior como atividade vinculada ao currículo escolar.

Para o júri, “ao completar 20 anos, o Festival de Cinema Estudantil, realizado com dedicação e entusiasmo na cidade de Guaíba, é uma inspiração e exemplo para outras iniciativas pedagógicas no território do Rio Grande do Sul e do Brasil que se dedicam à educação do olhar das novas gerações”.

APTC/RS
Por acreditar que um filme é resultante do trabalho em equipe, composta por profissionais diversos em várias funções e forma uma cadeia produtiva de importância cultural e relevância na economia criativa, a APTC foi, ao longo de quase quatro décadas, o elo mais forte entre os profissionais, o poder público e as instituições, contribuindo para desenvolver políticas públicas de formação, fomento à produção e à distribuição.

O júri ressaltou o trabalho e resistência da entidade, especialmente no momento atual: “A busca constante pelo diálogo com entes públicos e instituições, independente de governos e partidos, pode ser considerada a principal marca da instituição. Neste momento de ataque e descaso com nosso setor, a resiliência e a atuação tão marcantes da entidade, merecem todo o nosso respeito e admiração”.

Coletivo Mbyá-Guarani de Cinema
Criado em 2007 pelos professores e cineastas indígenas Patrícia Ferreira Pará Yxapy e Ariel Duarte Ortega, a partir do projeto Vídeo nas Aldeias de oficinas de formação audiovisual, o Coletivo Mbyá-Guarani tem conquistado reconhecimento em festivais e eventos nacionais e internacionais pela qualidade e importância do trabalho que desenvolve.

Segundo os jurados, “com uma câmera na mão, falando a partir de si mesmos, valorizando a riqueza de seu patrimônio holístico, interconectado com a natureza e o cosmos, os cineastas indígenas do Mbyá-Guarani reafirmam – e nos lembram - a importância do entendimento coletivo da existência. Os filmes que realizam são um instrumento na luta dos povos indígenas contra a destruição.”