Festival Cinema Negro em Ação anuncia premiados da edição inédita

Maior ação afirmativa do audiovisual gaúcho iniciou mostra competitiva em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, e revelou vencedores na noite desta sexta-feira (27)

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Valéria Barcellos venceu troféu da categoria videoarte local, com 'Rituais Virtuais'
Maior ação afirmativa do audiovisual gaúcho, o I Festival Cinema Negro em Ação revelou seus vencedores na noite desta sexta-feira (27), em evento realizado pela Casa de Cultura Mario Quintana (CCMQ) e pelo Instituto Estadual de Cinema (IECine) – instituições da Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul (Sedac). A mostra competitiva foi iniciada em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, com mais de 20 horas de programação, transmitida ao vivo pela TVE-RS, pela Fanpage da CCMQ e pela plataforma Cultura em Casa, da Secretaria da Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo. 
A apresentação dos premiados esteve a cargo das jornalistas Fernanda Bastos, da TVE-RS; Clarissa Lima, assessora de Diversidade da Sedac e coordenadora de comunicação do evento; e Camila de Moraes, cineasta, idealizadora e curadora do festival. As primeiras distinções anunciadas foram as menções honrosas. Nas categorias videoclipe e videoarte os jurados, Ellen Corrêa (Macumba Lab), Thiarles Batista (IEAVi-RS) e Domício Grillo (TVE - RS) destinaram Menção Honrosa Nacional para o videoclipe Killa – Enme, com direção de Jessica Lauane, do Maranhão, e para a videoarte Canudos em minha pele, dirigida por Rosa Amorim, de Pernambuco. 
Na categoria curta-metragem, com júri composto por Daniel Rodrigues (Accirs), Gautier Lee (Macumba Lab), Luiz Felipe de Oliveira Teixeira (Conselho de Ações Afirmativas do IECine) e Pedro Caribé (Cinema de Terreiro, Salvador/BA), a Menção Honrosa Local ficou com a atriz Manuela Miranda, do filme Quero ir para Los Angeles, de Juliana Balhego. A Menção Honrosa Nacional Filme Revelação foi para Inspirações, de Ariany de Souza e equipe, do Rio de Janeiro.
Quem recebeu Menção Honrosa Nacional Filme de Ficção foi Faixa de Gaza, de Lúcio César Fernandes Murilo, da Paraíba. Já a Menção Honrosa Nacional Filme InfantoJuvenil coube a 4 Bilhões de Infinitos, de Marco Antonio Pereira, de Minas Gerais.
A categoria longa-metragem, julgada por Jessé Oliveira (IEACen-RS), Mário Costa (Macumba Lab), Gisela Pérez Fonseca e Felipe Aljure (Festival Internacional de Cinema de Cartagena de Índias/Colômbia) destacou com Menção Honrosa Nacional o filme De Cabral a George Floyd. Onde arde o fogo sagrado da liberdade, de Paulinho Sacramento, do Rio de Janeiro.

PREMIAÇÃO PRINCIPAL

A melhor roteirista negra do festival é a gaúcha Juliana Balhego, de Quero ir para Los Angeles, que ganha um ano de aceleração de carreira no Instituto Dona de Si, da atriz e escritora Suzana Pires. O troféu da categoria videoclipe local ficou com Cristal - Ashley Bank, com direção de Cleverton Borges, que também ganha um prêmio de R$ 5 mil em aluguel de equipamentos de produção em Porto Alegre. O melhor videoclipe nacional foi Você bagunçou comigo - Hyago Sebaz feat. Allvdin, dirigido por Jessica Lauane, do Maranhão. Além do troféu, o videoclipe da diretora maranhense também ganha como prêmio a exibição no Los Angeles International Music Video Festival.
Na categoria videoarte local, Valéria Barcellos ganhou o troféu e o prêmio de R$ 5 mil em locação de equipamentos com Rituais virtuais. O troféu videoarte nacional foi para Marvin.gif PART II, de Marvin Pereira, da Bahia. Quem conquistou o troféu videoarte internacional foi Travessia, com direção de Terra Assunção, de Portugal.
O curta-metragem vencedor da categoria local foi Flamingos, com direção de José Pedro Minho Mello, que, além do troféu, recebe o prêmio de residência no Festival Internacional de Cinema de Cartagena de Índias. O melhor curta nacional é Entremarés, dirigido por Anna Andrade, de Pernambuco.
O filme Raízes é o melhor longa-metragem do I Festival Cinema Negro em Ação. Além do troféu, a diretora Simone Nascimento e o diretor Wellington Amorim, de São Paulo, também recebem o prêmio de residência no Festival Internacional de Cinema de Cartagena de Índias, na Colômbia.
A noite de premiação encerrou com a exibição do curta A namoradeira, que tem roteiro e argumento de Veralinda Menezzes, com direção de Licínio Januário e Jéssica Barbosa. Encerrada a transmissão ao vivo pela TVE-RS, a votação na Fanpage da CCMQ definiu Projeto perigoso, do diretor Fabricio Zavareze, como o melhor curta do I Festival Cinema Negro em Ação pelo júri popular, que leva o prêmio de R$ 1,5 mil concedido pela Associação dos Amigos da Casa de Cultura Mario Quintana (AACCMQ).

ENCONTRO MERCADO E OPORTUNIDADES

O I Festival Cinema Negro em Ação contou ainda com o Encontro Mercado e Oportunidades, no qual os realizadores inscritos apresentaram projetos de longas e séries em desenvolvimento. Os 14 selecionados para os encontros com players convidados, como a plataforma Netflix, são:
“As Cenas de amor e traição”, de Najla Carolina;
“Aurora”, de Irene Santos, Fernanda Oliveira e Sátira Machado.
“Agô”, de Uilson França;
“Clubes Sociais Negros do Brasil”, de Paulo Rogério Lencina;
“Eclipse”, de Rikardo Santana-Silva
“Em trânsito”, Victor Rodrigues e Rômulo Vieira;
“Júlia”, de Juliana Balhego;
“Lenda de Oriki”, de Kaya Rodrigues e Gabriel Faccini;
“O dia, a noite e a eternidade”, de João Gabriel Rodrigues Machado;
“Os pequenos crunonautas”, de Mariani Ferreira, Gautier Lee e Rodolfo de Castilhos Franco;
“Pretas viajantes”, de Domênica Guimarães e Manoela Ramos;
“Princesa Violeta contra o Rei Boladão”, de Veralinda Menezzes;
“Telas Pretas”, de Gautier Lee;
“Tragam-me a cabeça de Orum”, de Ariel Ferreira.