Mauren Veras lança segundo título infantil baseado em experiência da maternidade

Cartunista e ilustradora sempre gostou do universo de fantasia e começou a criar histórias ainda na infância, mas vivência com os filhos fortaleceu a autoria

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Autora e ilustradora divulga a obra 'A cidade das chupetas'
Formada em Jornalismo, a cartunista e ilustradora Mauren Veras ainda trabalha como Social Media Sênior e é mãe do Elvis (5 anos e 7 meses) e da Ramona (2 e 8 meses). Ela sempre gostou do universo de fantasia que é mais ligado à infância, e começou a criar histórias ainda quando criança. Porém, a maternidade trouxe isso de volta, e de forma muito forte, conforme relata.
A autora já está trabalhando no lançamento de seu segundo título infantil, A cidade das chupetas (Much, 32 págs., R$ 39,90), sobre a despedida entre um menino e sua "pepeta". Mauren resume a curta narrativa como uma história de amizade e empatia: "Acho que a noção de empatia, o conceito, não é entendido pelas crianças como nós, adultos, entendemos. Quero dizer com isso que não espero que elas aprendam o que é ser empático. A ideia é que as crianças tenham contato com essa questão de uma forma que elas possam compreender e, talvez, internalizar".
Na história, conforme conta a artista, a chupeta é amiga do protagonista, que gosta muito dela. "Isso é fácil para uma criança entender, porque toda criança que chupa bico gosta muito do seu bico. Então, eu procuro colocar pra criança, de uma forma que ela compreenda, que aqueles que a gente ama também possuem necessidades e desejos que, muitas vezes, estão fora da nossa convivência pessoal. O exercício de empatia está em deixar o ser amado viver esta vontade", conclui.
Com duas crianças em casa, ela afirma ter um terreno fértil de inspiração para criar e ilustrar histórias. O que ocorreu com seu primeiro livro, O cocô amigo (2018, Much) - que publicou com a ideia de ajudar o Elvis a superar o medo de fazer cocô no vaso em uma época em que ele já não usava mais fraldas pra fazer xixi, mas pedia sempre pra fazer cocô -, se repete agora com A cidade das chupetas
Seu filho chupou bico até os 3 anos de idade, e a dependência dele começou a incomodar a autora, que pesquisou sobre os possíveis malefícios do uso continuado e resolveu dar um fim ao hábito. "O único 'método' que conhecia na época era o de 'dar para o Papai Noel em troca de um brinquedo'. Comprei um brinquedo que ele escolheu, dei para meu filho e percebi que ele estava bem desconfortável com aquela situação".
Segundo ela, a falta ainda ocasionou bastante sofrimento para Elvis por uns dias, até que foi se acostumando. "Não saía da minha cabeça que poderia haver um meio de fazer essa transição de forma menos sofrida. Acredito no poder de uma boa história para promover os mais diversos ensinamentos às crianças", narra.
A princípio, Mauren não prevê uma continuidade dos livros com essas temáticas de passos da infância: "Mas já recebi mensagens de mães me questionando se teria uma história para ajudar as crianças a largarem a mamadeira. Apesar de achar que até existe uma demanda, não penso em fazer uma história com essa finalidade. O que crio acompanha muito o que vivo com as crianças, e a mamadeira não foi nenhum problema por aqui."
No desenrolar de A cidade das chupetas, o garoto tem um pouco de saudade da "pepeta", mas fica bem, pois ela volta ao seu lar. O trecho diz assim: "Ele também estava em casa e sabia que a casa da gente é o lugar onde nos sentimos mais felizes!". 
Assim, vem a questão para a autora de como está seu ambiente de inspiração com todos da família juntos em casa ao mesmo tempo: "Acho difícil dizer como a maternidade muda na quarentena, porque cada um está vivendo de uma maneira diferente, né? Não tenho do que me queixar, meu marido, sim, porque ele é tatuador e está sem renda nenhuma. Não sente só falta da renda, mas também de trabalhar, de produzir".
No entanto, o que para o papai é ruim tem outras visões positivas. "Pra mim, veio muito a calhar, porque estou numa fase super produtiva, trabalhando na divulgação do livro, produzindo ilustrações para um canal de humor materno (

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