Cais Embarcadero está com obras paradas na quarentena

Diretora da Tornak diz que projeto está '100% mantido', mesmo com paralisação

Por Bruna Suptitz

Obras e containers no embarcadeiro ao lado do Cais Mauá
Com as obras paradas desde o fim de março, atendendo a recomendações sanitárias de prevenção à Covid-19 o projeto Cais Embarcadero não é afetado com a saída do Consórcio Cais Mauá do Brasil da área em Porto Alegre. Em 2019, o Estado rompeu o contrato de concessão com o consórcio, com quem o projeto tinha acordo. No início de março deste ano, o

Suspensão das obras segue orientação de decreto municipal

No dia 20 de março, o decreto municipal nº 20.521 suspendeu a realização de atividades da construção civil em Porto Alegre, autorizando somente o funcionamento remoto dos setores administrativos das empresas. Com base nele foram suspensos os trabalhos no Cais Embarcadero, informa Ariane Roquete, diretora de mercado da Tornak.
Dez dias depois, em 31 de março, o decreto municipal nº 20.534 - em vigor no momento - autoriza, no artigo 9º, atividades para a prestação de serviço para o poder público, inclusive a execução de obras públicas. É esse entendimento da prefeitura ao argumentar, em resposta à coluna, que a obra no Embarcadero poderia continuar por se tratar de uma concessão pública.
"Chegamos a cogitar a retomada da obra, mas entendemos que é privada, apesar de ser em espaço público", justifica Ariane.
O artigo 10º do mesmo decreto, afirma que "ficam autorizadas as atividades de construção civil exclusivamente para fins de saúde, segurança e educação".

Iphan aguarda atendimento de pendências para aprovar projeto

Além do contrato com o governo do Estado, o projeto Cais Embarcadero tem pendente a aprovação das instalações pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). No dia 31 de março, o Iphan enviou às empresas parecer técnico com considerações sobre a intervenção do projeto, considerando a preservação do conjunto arquitetônico do Cais Mauá e o seu entorno.
Por e-mail, o instituto informa que solicitou esclarecimentos quanto à adequação do posicionamento das chaminés, tendo em vista a volumetria do bem tombado; recuo da fachada envidraçada a partir da revisão do aproveitamento da área interna; complementação e detalhamento dos desenhos técnicos para melhor quanto às questões de alturas, distâncias e de diferentes níveis de pavimentação; e apresentação dos desenhos técnicos para fachadas laterais.
O instituto informa que, "considerando tratar-se de instalação provisória e em sintonia com a Prefeitura de Porto Alegre em autorizar licença de instalação com prazo de validade e renovação já definidos, a aprovação do projeto apresentado está condicionado ao atendimento das referidas solicitações pendentes".
Embora esteja com as atividades presenciais suspensas desde o dia 18 de março, o Iphan informa que as análises continuam sendo feitas, conforme os prazos e exigências legais.