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Rede gaúcha lança segunda coleção com design e resgate da cultura indígena
Peças à venda em 78 lojas da Monjuá são produzidas com insumos e processos sustentáveis
A rede gaúcha de moda que expandiu do interior para Porto Alegre vai repetir a aposta de roupas engajadas na cultura indígena e com resgate de ancestrais das etnias que habitam o Estado. A segunda coleção da Monjuá, com sede me Três Passos e com filial no polo comercial da avenida Azenha, na Capital, já está à venda nas 78 unidades e é assinada por uma artista descendente de guaranis.
Wanessa Ribeiro é a autora da nova série que foi chamada de Terra Original, que é assinada com a Monjuá e Dewaneios, marca da artista.
No fim de 2021, a marca lançou a primeira coleção, que começou a ser vendida exclusivamente na loja da Azenha. Foi a Vy’apa, que significa felicidade. Habitantes de aldeias dos Mbyá Guarani, em Barra do Ribeiro, fizeram os desenhos que depois foram estampados em camisetas, calças e acessórios.
Wanessa diz, em nota enviada à coluna, que as estampas contam histórias.
"Costumo trazer referências ancestrais na minha arte e me inspiro muito na minha avó e em mulheres mais velhas, nas árvores, que nos dão sombra e que nos fazem virar semente. Eu quero trazer símbolos que são nossos, da nossa terra, para valorizar o que é nosso e não ficarmos em uma outra narrativa, de outra cultura. A ideia é valorizar nossa força, nossa beleza, o que a gente tem”, descreve a artista.
A nova coleção tem blusa, calça, vestido e jaqueta jeans e uma peça "agênero", que pode ser usada por todos, com opções disponíveis em diversos tamanhos, explica a rede de moda. Cada item recebeu uma estampa diferente.
Nas ilustrações, os clientes vão encontrar temas como coletividade, simbolizada por corpos e plantas que estão em equilíbrio, erva-mate, trazendo um ícone da cultura regional e animais. como o tatu, que trazem mais elementos visuais. As peças custam de R$ 139,90 (blusa) a R$ 219,90 (jaqueta jeans).
Os materiais usados na confecção são de fibras de madeira de reflorestamento, fios de garrafa PET descartadas e algodão certificado. "Houve cuidado com a redução de consumo e reuso da água, utilização de fontes renováveis de energia e lenha ecológica, além do manejo adequado de resíduos líquidos e sólidos", informa a Monjuá.
A produção usou ainda produtos químicos livres de metais pesados e outros elementos nocivos à saúde, acrescenta a rede. A atuação com insumos com este perfil ganha cada vez mais espaço no varejo de moda.
“Esse lançamento marca mais um passo para nos tornamos referência em valorizar essas culturas ancestrais a partir da beleza", diz o CEO da Monjuá, Felipe Bender, em nota.
Na primeira coleção, parte dos ganhos da venda foi compartilhada com aldeias envolvidas no projeto. Na nova rodada, a rede explica que selecionou e contratou a artista indígena, assim como os modelos que estão na campanha, como Luana Kaigang, de uma comunidade Kaingang e que é estudante de Odontologia, e Leocir Ribeiro, também kaigang e estudante de Medicina.
Vídeo da rede apresenta a coleção com ilustrações inspiradas nos elementos e valores das culturas indígenas.