Gaúchos vão usar FGTS e antecipação do 13º do INSS para quitar dívidas

CDL-POA fez estimativa de que R$ 655 milhões de R$ 6,8 bilhões vão para débitos

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Entidades do varejo apostam que parte do dinheiro do saque extra do FGTS e do adiantamento do 13º salários dos segurados do INSS vai ajudar a reduzir um das dores de cabeça dos brasileiros: as dívidas. O que também abrirá mais espaço para novas compras.
Pesquisa do Instituto Opinion Box e Serasa apontou que "40% dos inadimplentes pretendem usar o saque emergencial do FGTS para limpar o nome", informam as duas instituições, por nota. Desse grupo,26% vão tentar reduzir a fatura do cartão de crédito e outros 26% querem colocar em dia contas de água, luz e gás.
Os demais pesquisados vão direcionar para débitos com bancos (12%) e com familiares ou amigos (8%).
Há quem não esteja estrangulado pelas contas e vai fazer compras em supermercados (13%) e investir o valor sacado (12%).
O programa Serasa Limpa Nome tem 3,2 milhões de ofertas para quitar dívida por até R$ 1 mil. Destas, mais de 2,7 milhões podem ser quitadas por até R$ 500,00 e mais de 1,1 milhão, por até R$ 100,00.
A CDL Porto Alegre (CDL-POA) estima, segundo nota, que R$ 655,28 milhões a serem recebidos pelos gaúchos entre as duas frentes vão ser gastos no pagamento de débitos em atraso. A assessoria econômica da CDL-POA calcula que 9,5% do montante entre FGTS e 13º terão esse destino.
A entidade fez um cálculo da receita entre as duas fontes e aponta R$ 6,864 bilhões no Rio Grande do Sul, sendo R$ 2,072 bilhões do FGTS e R$ 4,792 bilhões do 13º de aposentados e pensionistas.
A liberação do fundo de garantia de até R$ 1 mil por detentor de contas, que começou na quarta-feira (20), e o adiantamento do décimo terceiro fazem parte do Programa Renda e Oportunidade (PRO), do governo federal. A parcela de FGTS é prevista na Medida Provisória (MP) 1.105.
O economista-chefe da CDL-POA, Oscar Frank, usou parâmetros como pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) que investigou o uso de verbas excepcionais recebidas pelas famílias na pandemia, entre elas auxílio emergencial, saques do fundo e seguro-desemprego. A FGV apontou que 27% dos ingressos foram para o abatimento de débitos, citou Frank.
Com isso, o economista-chefe projetou que R$ 559,44 milhões dos saques do FGTS devem ser gastos para a quitação de dívidas.
Para estimar a fatia do 13º que vai para os compromissos, a CDL-POA se baseou na Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF). O último levantamento, de 2018, mostra que 2% dos rendimentos dos gaúchos são dirigidos à quitação de empréstimos e carnês, observa Frank. Dessa proporção, saiu a fatia de R$ 95,84 milhões do adiantamento do 13º do INSS que devem ser destinados ao pagamento de dívidas.