Bairro sustentável perto do Salgado Filho pode começar a ser erguido no 2º semestre

Serão mais de 50 edifícios em 815 mil metros quadrados de área total construída

Por Patrícia Comunello

Projeto vai reunir espaços comerciais, residenciais e de serviços
A construção do bairro sustentável previsto para uma área no entorno do Aeroporto Internacional Salgado Filho pode começar no segundo semestre deste ano. O projeto Camino, anunciado pela Phorbis Empreendimentos Imobiliários no fim de 2021, prevê volume geral de vendas (VGV) de R$ 4 bilhões. 
A execução completa da parte residencial é projetada para ocorrer em 10 anos e de todas as edificações, incluindo comerciais e serviços, é de 15 anos, a partir da largada das obras, diz a Phorbis, que é a gestora de um fundo imobiliário com mesmo nome. O projeto prevê áreas residenciais e comerciais com varejo, escritórios, hotéis, escola e restaurantes. 
"É o primeiro bairro sustentável do Rio Grande do Sul a receber a certificação internacional LEED for Communities", valorizam os empreendedores. A previsão é de construir mais de 50 edifícios, somando 2.350 apartamentos e 815 mil metros quadrados de área total construída. A área prevista para o projeto fica na rua Jorge Benjamin Eckert, atrás de instalações da Casa NTX, no limite do bairro Anchieta.  
"Isso significa que o bairro sozinho vai dobrar o número de prédios LEED na cidade e vai tornar o Estado e a Região Sul ainda mais relevantes em termos de sustentabilidade”, destaca, na nota, Guido Petinelli, CEO da empresa, com sede em Curitiba, que faz a consultoria em eficiência, conforto e sustentabilidade do projeto.
A Phorbis informou que o licenciamento do projeto já foi aprovado nas áreas técnicas da prefeitura e que tramita a implantação da praça e das redes elétricas subterrâneas na CEEE Equatorial. As ruas e redes de infraestrutura já estão prontas, explica o fundo investidor. O cronograma prevê que as obras podem ter início no segundo semestre deste ano.
"Um bairro sustentável é aquele com planejamento responsável em termos de sistemas naturais, energia, água, resíduos, mobilidade e outros fatores sociais e econômicos, que contribuem para a qualidade de vida dos seus habitantes. Seu desenvolvimento se alinha com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU", explica Petinelli.
O Camino será o terceiro bairro a receber a certificação no Brasil. Cada estado do Sul tem um. São os únicos no País, diz, na nota, a diretora para América Latina do USGBC, Nicolette Bohnett. "No mundo, apenas os EUA e a China têm um número maior de bairros certificados LEED, segundo o U.S. Green Building Council (USGBC), órgão certificador internacional", diz ela.
"O compromisso da Phorbis com a sustentabilidade vai chamar a atenção de muitos incorporadores ao redor do mundo. Agentes públicos e empresários estão assistindo atentamente aos resultados conquistados por pioneiros do LEED for Communities”, avisa Nicolette, ao comentar o futuro empreendimento.
O gestor da Phorbis, Mathias Rodrigues, ressalta, em nota, que a intenção é "deixar um legado não apenas para o Estado, mas também para o País".
"Estamos na vanguarda do movimento de construções verdes no Brasil e queremos ser catalisadores dessa busca de certificação e cuidados ao meio ambiente. Mas, mais importante do que isso, é a conscientização do uso adequado dos ativos”, alinha Rodrigues.
A Phorbis tem outros investimentos na Capital, um deles em operação como Viva Open Mall, que terá nas proximidades outro empreendimento do fundo. 

Mais sobre o bairro sustentável

A Petinelli enviou ainda as condições para emitir a certificação LEED for Communities, concedida pelo U.S. Green Building Council (USGBC). A seguir, estão os critérios técnicos e métricas para avaliar o desempenho de um bairro:
  • Ser um bom vizinho: impactos ambientais e sociais do empreendimento no seu entorno, medidas de acessibilidade e boas práticas sociais
  • Mobilidade: trânsito orientado ao pedestre, acesso a transporte público, calçadas, passeios e ciclovias protegidas e que conectam a diversos serviços
  • Uso racional da água: garantia de acesso a água de qualidade e aplicação de estratégias de reuso e gestão de águas pluviais e saneamento
  • Eficiência Energética e Emissões de Gases de Efeito Estufa: restrição da emissão de gases causadores do efeito estufa, focando na eficiência das edificações e da infraestrutura urbana e no uso de energias renováveis
  • Qualidade do ar: monitoramento em tempo real e divulgação de parâmetros da qualidade do ar dentro do empreendimento
  • Materiais e recursos: gerenciamento de resíduos na construção, uso de materiais com certificação ambiental e proibição de uso de materiais tóxicos
  • Gestão de Resíduos: acesso à coleta seletiva e à compostagem de resíduos orgânicos
  • Resiliência: planejamento urbano focado no cidadão, garantindo a segurança e acesso aos serviços essenciais durante eventos inesperados como catástrofes naturais
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