Inovações em Nova York apostam em menos toque e mais imersão

Comitiva gaúcha conhece de perto soluções para atender o setor

Por Patrícia Comunello

Display de navegação segue a mão do usuário sem toques na tela
No terceiro ano de pandemia, o varejo físico vai ter cada vez mais soluções no ponto de venda que exijam menos contato com equipamentos e mais experiência. Estes são dois itens que rechearam a prateleira da mostra de empresas e startups, na área do lab, da NRF Retail's Big Show, que terminou nesta terça-feira (18), em Nova York.
É a maior feira do setor, quando se trata de tendências, análise de cenários e inovações, do mundo. A edição de 2022 marca o retorno do evento ao presencial. O efeito das restrições sanitárias foi sentido nos espaços da mostra, que estão mais vazios, com estandes mais contidos e com menos gente, comparados a edições tradicionais feitas pela Federação Nacional do Varejo. Mas nem por isso os insights e soluções ficam devendo.
A coluna percorreu no último dia estandes com a comitiva gaúcha liderada por Sebrae-RS, CDL Porto Alegre, Sindilojas Porto Alegre e Fecomércio-RS com grupo de pequenas empresas, entre marcas tradicionais e gigantes de tecnologia e pequenos empreendedores de diversos países, muitos polos de tecnologia, que mostram aplicações e ferramentas que podem interessar varejos no Brasil.
O que antes levava mais tempo para chegar ao país, agora está mais rápido. Entre os estandes visitados, estavam os da IBM e da Salesforce, e depois da área de startups oriundas de Israel.
Armário para guardar e retirar objetos é operado por aplicativo, sem contato direto para abrir compartimentos
No conceito de contactless ou touchless, há uma infinidade de aplicações. Lockers, que são armários para retirada de produtos na loja física, são cada vez mais usados na integração de canais e merecem atenção na segurança para os consumidores.
A Synqtech, do Canadá, apresentou o armário, com diversas opções para entrega, aluguel e retirada tudo feito por meio de aplicativo para que o cliente acesse seus produtos. "Sem contato e fácil de usar", diz Josh Rodriguez, da área de desenvolvimento de produto.
O display da Ultraleap, na área de startups e que tem sede no Reino Unido, foi um dos mais atrativos pelo tipo de navegação. O conceito segue a mensagem de quanto menos contato melhor, e, no caso da tecnologia, nenhum toque mesmo.
Na tela, aparece um mapa de um bairro, mas que pode ser muito bem de uma loja, um shopping ou algum serviço de transporte como ônibus em uma cidade, que vai mostrando as opções e informações, como endereço, à medida que as mãos do usuário vão se movimentado próximo da tela. É quase como uma dança suave do braço para resolver a demanda na localização.
O equipamento tem versões menores para funcionar como menu para escolher lanches em um fast-food. Em vez de tocar na tela para escolher a opção e até pagar, tudo é feito na aproximação da mão, que vai resolvendo a demanda do consumidor.
Obsess desenvolve soluções com uso de metaverso e imersão para ampliar experiência do consumidor. Fotos: Patrícia Comunello/JC 
Tema que esteve entre os mais falados, o metaverso, estava em projetos que já estão rodando em grandes marcas, com uso de gamificação para montar cenários de imersão em lojas e até festas de aniversário. Mike Hubacher, da Obsess, com sede na Eslováquia, diz que é possível utilizar no varejo para criar ambientes em que as pessoas vivam as situações.
A Obsess atende grandes marcas globais, entre elas a grife de moda Ralph Lauren, que esteve em painel na feira e apontou que vai investir no metaverso para captar consumidores de gerações mais jovens.
Fabiano Zortéa, especialista em varejo do Sebrae-RS, destaca que a tecnologia aproxima a loja virtual da física.
"A jornada do cliente fica mais divertida, quase como um entretenimento, reforçando a relação com a marca.
Relógio gerencia diversas atividades dentro de uma loja, como fluxo de pessoas e comandos a vendedores 
Outra aplicação que foi apresentada por uma empresa da Polônia, a PVGMalios, é um relógio que segue o conceito de acessórios inteligentes, neste caso, para ajudar na gestão de fluxo e escalas de lojas. O gerente que usa o weartech pode se comunicar e monitorar a condição do varejo a partir do dispositivo, explica o co-fundador da empresa, Igor Pavelek.   
Há mais aplicações, que utilizam as vending machines, quiosques de venda, com acesso sem contato e que viram oportunidade para varejos se inserirem em espaços que não são necessariamente o ponto físico da operação.