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Carrefour pós-BIG: venda de lojas no RS, rede triplicada no Sul e troca de bandeiras
Grupo vai ter de vender filiais, como em Gravataí, devido à concentração de mercado
O francês Carrefour divulgou fato relevante nesta terça-feira (7) comunicando a conclusão da compra do grupo BIG, dono das marcas BIG, Nacional, bandeira conhecida no Estado, Sam's Club e Maxxi Atacado. Com isso, começa agora a transformação do grupo, incorporando lojas, mudando nomes e vendendo unidades.
O plano ganhou sinal verde com a aprovação do negócio pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) há quase duas semanas. O negócio soma mais de R$ 7,5 bilhões.
"Com a conclusão da aquisição do grupo BIG, um dos maiores negócios do varejo brasileiro, o Carrefour Brasil inicia uma nova etapa em sua trajetória de 47 anos no Brasil", avisa, por nota, a companhia estrangeira. A aquisição foi anunciada no primeiro semestre de 2021. O comunicado ressalta ainda que o grupo se torna "o maior empregador privado do País e consolida liderança nas regiões Nordeste e Sul".
De prático, o primeiro efeito é a ampliação da estrutura focada em autosserviço. Tanto BIG como Carrefour atuam com atacarejos e hipermercados. Uma das primeiras mudanças será a transformação da bandeira dos hipers do BIG para as do Carrefour, "a maioria para Atacadão", diz a nota.
No Rio Grande do Sul, há inclusive lojas BIG na frente de filial do Atacadão, na Zona Norte de Porto Alegre. A coluna Minuto Varejo questionou o novo dono sobre a definição neste caso, mas ainda não teve retorno.
Já o clube de compras Sam's Club é novidade na operação. O modelo segue o conceito que é muito difundido nos Estados Unidos.
Troca de nome e venda de lojas. A medida faz parte da decisão do Cade. Já havia acordo anterior das marcas prevendo venda para ajustar a risco de concentração de mercado. No Rio Grande do Sul, uma das unidades fica em Gravataí, citada pelo Cade, devido à concentração com a operação das duas companhias. Há mais unidades em Santa Maria e Viamão que devem entrar em processo de venda.
O mercado local já acompanha, tanto para intermediar contato entre possíveis interessados, como pelo impacto na concorrência de mercado.
O grupo francês passa a ter mil pontos de venda. O BIG tem 386 unidades de autosserviço, 15 postos de combustíveis e 11 centros de distribuição. No Nordeste, fica a maior rede, com mais de 250 lojas. No Sul, são cerca 200 pontos de venda. "O número de lojas vai triplicar", aponta a companhia francesa.
Serão 150 mil empregados, que representam "quase 25% do mercado varejista", diz o grupo. Somando os mais de 45 milhões de clientes que passam por unidades do Carrefour e mais 15 milhões do BIG, o fluxo é de mais de 60 milhões no novo tamanho.
O pagamento da aquisição vai ser 70% em dinheiro e 30% com emissão de novas ações do Carrefour Brasil. A participação acionária será 67,7% do Carrefour Global, 7,2% da Península Participações e 5,6% da Advent International e Walmart.