Gigantes de tecnologia apostam em líderes mulheres

Multinacionais como SAP, Microsoft, Intel e IBM tem apostado em gestoras femininas para liderar as inovações

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Mulheres na tecnologia Photo by William Iven on Unsplash
O dia 8 de março marca as comemorações do Dia Internacional da Mulher e também tem se tornado um momento de reflexão sobre os caminhos para quebrarmos estereótipos e fazemos com que mais representantes do sexo feminino possam fazer parte do jogo global nessa nova era digital.
Estudos de instituições como Instituto Global McKinsey, IBM e IBGE atestam essa desigualdade. Desde que Marie Curie recebeu o Prêmio Nobel em 1903, apenas 17 mulheres foram reconhecidas em física, química ou medicina frente a 572 homens. Apenas 35% dos estudantes matriculados em carreiras vinculadas a STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática) no ensino superior são mulheres. Essa lacuna de gênero no local de trabalho pode persistir até 2073, a menos que as empresas priorizem o avanço das mulheres em posições de liderança. Tudo isso em um cenário em que pesquisas apontam que empresas com um índice superior da diversidade de gênero têm 15% mais chances de obter retornos financeiros acima de sua média da indústria nacional.
Na área de tecnologia, onde a presença dos homens ainda é massiva, alguns players têm apostado em gestoras para ditar os rumos dos negócios da nova era digital. Empresas como SAP (Cristina Palmaka), Intel (Gisselle Ruiz Lanza), Microsoft (Tânia Cosentino) e Pay Pal (Paula Paschoal), têm as mulheres como suas principais executivas. 

Gisselle Ruiz Lanza, da Intel, diz que é preciso quebrar paradigmas

“Inovar está intimamente ligado com a área de TI. E é isso que nós, mulheres, estamos fazendo no setor: trazendo o novo, buscando nosso espaço, quebrando paradigmas e revolucionando. É preciso descortinar paradigmas para que sejamos cada vez mais reconhecidas nessa área. Como a tecnologia se tornou o centro das empresas, é preciso abrir a mente para entender que estamos num meio que precisa ser estratégico, crucial e qualificado, e isso independe de gênero”. Gisselle Ruiz Lanza, diretora geral da Intel

Capacitar mulheres é determinante, aponta Adriana Aroulho, VP de operações da SAP Brasil

“Tão importante como contratar mulheres para cargos de liderança é investir em treinamento e capacitação para que as profissionais que ingressam na empresa possam se desenvolver e almejar novas posições. Quando ingressei na SAP, em 2017, já encontrei um ambiente com muitas mulheres em cargos de liderança, inclusive a presidência, que é ocupada pela Cristina Palmaka. Fazemos um trabalho forte para disseminar boas práticas e temos atividades externas em escolas e instituições para incentivar que cada vez mais meninas se interessem por carreiras como Ciência, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática".  Adriana Aroulho, vice-presidente de operações da SAP Brasil

Mulheres costumam se cobrar por desempenho, relata Ana Paula Appel, data scientist na IBM Brasil

“As empresas deveriam ter mais mulheres em cargos técnicos e de liderança e uma maior presença em escolas de ensino médio, mostrando exemplos de talentos femininos para incentivar mais meninas a perseguirem uma formação em exatas, já que as novas tecnologias, como Inteligência Artificial (IA), Blockchain e Cloud, abrem possibilidades promissoras de carreiras nessa área. Minha área de atuação é muito dinâmica e demanda muita habilidade técnica, por isso me cobro para ter sempre o conhecimento necessário para colaboração com as pessoas e mostrar ao cliente que a solução que está sendo desenvolvida está correta. Como mulher, acabo me cobrando muito para evitar comparações." Ana Paula Appel, Researcher and Data Scientist na IBM Brasil