Dois clássicos de Thomas Paine

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A era da razão e O bom senso (Avis Rara-Faro Editorial, 272 e 96 páginas, R$ 59,90 e R$ 34,90, respectivamente), são dois grandes clássicos de ciência política do genial Thomas Paine, ativista político, filósofo, teórico político e revolucionário inglês-americano e um dos fundadores dos Estados Unidos.
Paine nasceu na Inglaterra em 1737, teve uma breve passagem pela marinha, tentou a carreira de artesão e trabalhou no governo britânico como cobrador de impostos, o que moldou sua visão crítica sobre o parlamento inglês. Em 1774 imigrou para os Estados Unidos, onde destacou-se como jornalista e escritor. Seus textos motivaram a população e incitaram os debates para a revolução norte-americana.
A era da razão estuda o papel da religião na sociedade e questiona a autoridade da Igreja em assuntos fora de seu escopo. Entretanto, a obra é deísta. Paine faz uma forte defesa da crença em Deus com base na razão. Ele critica a corrupção na Igreja Católica e prioriza a razão no lugar da revelação. Paine defende a ideia de uma religião natural, a importância da consciência individual e a existência de um Deus criador. Suas colocações, obviamente, causaram grande impacto. Ele influenciou inúmeros intelectuais ao redor do mundo e suas obras vão muito além de estudos filosóficos e defesa do liberalismo.
O bom senso foi escrito como um manifesto pela insatisfação dos norte-americanos com a Grã-Bretanha, que queria impor novos impostos e restringir o comércio. O documento serviu para a luta pela independência dos Estados Unidos.
As palavras da obra propõem reflexões de caráter filosófico a partir de julgamentos, cenários e argumentos, e seu conteúdo embasou debates sobre a liberdade e a democracia. Os argumentos de Paine seguem válidos, especialmente numa época na qual, no mundo, a liberdade e a democracia encontram-se em exame.
"É preciso considerar que existem três caminhos diferentes pelos quais a independência poderá se concretizar, e que, mais cedo ou mais tarde, por um deles se dará o destino da América: pela voz legítima do povo no Congresso, pela força militar ou pela turba em rebelião", escreveu Paine.

Lançamentos

  • Navalhas pendentes (Caravana Grupo Editorial, 330 páginas, R$ 62,90), romance mais recente do médico e escritor Paulo Rosenbaun, é uma bela e grande armadilha envolvendo citações, ironias e referências intertextuais, que arma e desarma o leitor e a leitura, a partir do narrador Homero Arp Montefiore, que nos remete à Grécia Antiga.
  • O dia em que Selma sonhou com um ocapi (Planeta, R$ 28,40, 320 páginas), romance best-seller da jornalista e escritora alemã Mariana Leky, revela que, quando Selma, numa pequena cidade Westerwald, sonha com o bizarro animal ocapi, alguém morrerá.
  • Voos e acrobacias - Memórias e revelações de um apaixonado pela aviação (AGE, R$ 38,00, 186 páginas), de Sérgio Fraga Machado, administrador e instrutor de voo do lendário Aeroclube do Rio Grande do Sul, é um livro que prende a atenção de aviadores de verdade e de espírito.
 

Brasileiro e vacinado

Nos meus tempos de guri, quando o Brizola ainda tinha cabelos negros como as asas da graúna e a gente desfilava, com garbo, uniforme escolar e tênis Conga na parada de 7 de Setembro, sonhando com um Brasil melhor, no qual seríamos o futuro, as pessoas costumavam dizer, cheias de orgulho: sou brasileiro e vacinado.
Quando eu tinha lá uns cinco ou seis anos, o querido Dr. Albert Sabin tinha uns 57 anos e o Brasil já era bom em campanhas de vacinas. Em janeiro de 1959, após anos de estudos e testes, a vacinação contra a poliomelite iniciou na Rússia e, em 1960, nos Estados Unidos.
O Dr. Albert Sabin consta que nada recebeu pela vacina que criou - ele disse que era um presente para as crianças do mundo. Bons tempos em que havia tempo suficiente para criar e testar vacinas, com critérios científicos e informações mais tranquilas. Bons tempos em que havia, provavelmente, mais pessoas como Sabin, que merecem ser lembradas, especialmente numa hora dessas.
Hoje a pressa, as fake news, a politização e a mercantilização andam pegando forte e ficamos mais perdidos que cego em tiroteio, cachorro em dia de mudança, surdo em jogo de bingo e cebola em salada de fruta. Eu tomei três vacinas, vitaminas e outros remédios que prefiro contar só em particular. Não peguei a Covid, mas peguei esse medo crônico que anda por aí.
Se for preciso, tomo mais vacinas e vou tentar continuar a me cuidar, como os japoneses, aliás, já se cuidam há milênios. Ouço e leio informações de várias naturezas, e tem algumas que preferia nem saber, que a coisa anda mais feia que briga de foice no escuro. Acredito na ciência e espero que ela, se possível, acredite em mim.
A ciência não tem o poder de resolver tudo. Pensando bem, quem tem realmente esse poder? Mas o que podemos é esperar por cientistas e administradores que façam o melhor possível, mesmo lidando com as urgências e as pressões que andam por aí.
Precisamos ter fé na ciência e esperar que até os cientistas acreditem na fé. Não está fácil, mas qual a alternativa? A imprensa deve seguir com seu papel de "gate-keeper", ficando na porteira de olho em apresentar a melhor versão da verdade, como disse o Carl Bernstein. Por certo que não deve haver vacina absolutamente infalível e que pessoas podem falecer mesmo vacinadas, dependendo de circunstâncias e ocasiões. O dinheiro sempre mandou muito no mundo, sempre falou alto, mas hoje em dia, que mais dinheiro está em menos mãos, esse envolvimento da grana global com vacina ficou bem assustador. Deus nos ajude! Vamos aguardar a marcha dos acontecimentos e maiores informações sobre as vacinas, como estão solicitando alguns juízes. Os laboratórios e os governos precisam informar a população.
Tudo bem que os laboratórios e os investidores ganhem, faz parte, mas é preciso que a população saiba o que está acontecendo e o que pode esperar das vacinas e do futuro.

A propósito...

O que devemos, efetivamente, fazer, é tomar conhecimento de processos judiciais brasileiros e estrangeiros sobre as vacinas, observar ações governamentais, ler relatos de cientistas e acompanhar movimentos civis ligados aos temas de saúde e, ao menos, buscar informações que nos mostrem o que realmente ocorre e ver o que podemos fazer. É sempre bom lembrar Abraham Lincoln: você pode enganar uma pessoa por muito tempo, algumas por algum tempo, mas não consegue enganar todas por todo o tempo. É isso, vamos de máscaras, cuidados, vacinas e muita reza forte para não pegar a coisa.