Sobrevivência empresarial na pandemia

Neste livro escrito no calor da hora, Maurênio, com sua longa experiência, busca responder às questões mais candentes deste quadro inesperado que decorreu da crise sanitária

Por Jaime Cimenti

E AGORA COMO EU TOCO MEU NEGÓCIO FOTO LEITURA XXI
E agora como eu toco meu negócio? (Editora Leitura XXI, 144 páginas, R$ 55,00), do consagrado advogado, publicitário, consultor e escritor Maurênio Stortti, é um fast book que está sendo lançado em momento crucial, quando gestores e empreendedores estão às voltas com os enormes problemas econômicos, financeiros, empresariais e políticos que decorrem da pandemia.
Stortti é autor dos livros Globalização, Mitos e verdades (Senac) e Mercosul: uma nova realidade para pessoas e empresas (Sebrae/PR), consultor há mais de 30 anos de inúmeras empresas nacionais e estrangeiras, da Unido/ONU, do BID e de governos locais e do exterior.
Neste livro escrito no calor da hora, Maurênio, com sua longa experiência, busca responder às questões mais candentes deste quadro inesperado que decorreu da crise sanitária. Primeiramente, o autor analisou as avassaladoras transformações nos planos de gestão econômica nas últimas décadas. Logo após, mergulhou nos impasses desse momento histórico terrível e articulou um conjunto de ideias, reflexões e sugestões sobre o mundo dos negócios no pós-pandemia.
Na apresentação, o grande empresário Luiz Eduardo Batalha, que abriu a Burger King no Brasil, iniciou o cultivo de oliveiras no Rio Grande do Sul e criou a Braspell, escreveu: "Com linguagem leve, Maurênio transforma assuntos complexos em lições simples, baseando-se em pesquisas... Com certeza, este livro nos fará refletir sobre as estratégias e caminhos que teremos de percorrer daqui para frente".
No prefácio, Artur de Aguirre Mendes, CEO da Fairmont Corporate Finance (UK EU) e ex-consultor do Primeiro-Ministro e do ministro da Economia de Portugal, escreveu: "Este livro aponta o caminho e ilumina-o. Contém, implicitamente, uma reação pragmática e inteligente aos sucessivos choques que assistimos diariamente. Atenua os receios e os medos próprios das circunstâncias provocando a coragem dos vencedores e desperta e inspira as mentes de quem não se conforma".
Globalização, internet, revolução nas comunicações na era da digitalização, período pós-pandemia, futuro dos negócios e os profissionais, empresas e empreendedores do futuro estão nessa obra ousada e oportuna.

A Revolução dos Bichos em Brasília

Nos últimos tempos, a realidade em Brasília deu para imitar a ficção internacional. O clássico, imortal romance, A revolução dos bichos (no qual um grupo de animais se insurge contra os humanos), de George Orwell, de 1945, e best-seller da lista da Veja, está tendo uma espécie de revival no Planalto Central.
No ano passado, um cavalo assustado, não se sabe direito com o quê, tentou atrapalhar a posse de Bolsonaro, marchando de ré diante do Rolls Royce presidencial. Esses dias, um cachorro, não se sabe se portador de ideologia definida, andou mordendo a mão direita do ministro Paulo Guedes. Uma cobra naja picou a mão de um estudante de Veterinária, que a mantinha em cativeiro ilegal, mas quem disse que serpentes não podem andar soltas na Corte?
Agora esse lance da ema com o Bolsonaro. Antes de mais nada, quem me conhece sabe que sou filho da dona Emma, italiana, mas é com dois emes, e, assim, já vou avisando que não tenho nada a ver com a ema do Palácio da Alvorada e não quero trocadilhos infames.
O presidente foi alimentar a ema com ração e ela o bicou. Conta uma antiga lenda, não se sabe se verdadeira, que as emas foram as primeiras a habitar o Planalto Central e são as legítimas donas do pedaço. Ema é a maior ave das Américas, tem grandes asas que não usa para voar, só para se equilibrar e mudar a direção quando corre. Ema gosta de comer frutas, sementes, folhas de grandes árvores, lagartos, moscas que sobrevoam carniça, cobras, moluscos (opa!), peixe e outros bichos. O que é o estudo, não é? Cronista de vez em quando é tipo Google ou Enciclopédia Britannica, para dar uma ilustrada em seus sete ou oito fiéis e queridos leitores.
Bom, mas uns disseram, de brincadeira, que a ema que bicou o presidente não quis aceitar um certo remédio que ele queria dar. Matéria polêmica. Outros disseram que a tal ema está cheia, cansada de comer ração e, brasiliense de carteirinha, preferia traçar caviar beluga, prosciutto crudo Pata Negra, risoto de faisão com trufas brancas, lagosta de cauda hiper-king, vinho estrangeiro premiado, filé mignon de boi japonês massageado e outros acepipes e iguarias caríssimos.
Dizem que, nos inícios de Brasília, a ordem era não dar alimentos exóticos e caros para as emas e outros bichos, que deveriam ficar só na ração básica. A ema bicadora parece que pretende mudar as coisas e dizem até que ela andou lendo o romance de Orwell na edição original, em francês e em alemão, para cotejar com tradução brasileira. Não duvido de mais nada.
Eu, da minha modesta parte e dentro aqui do meu quadradinho, já não entendo mais nada, no meio de tantas fakenews, versões e reversões e desisti de saber o que é verdade, o que é mentira e o que é verdade e memória inventada. Pilatos perguntou para Jesus Cristo Nosso Senhor o que era a verdade e ele respondeu com um silêncio eloquente. Quem sou eu para até tentar dizer o que seja a verdade, qualquer verdade. Me poupem. A mentira é uma verdade que se esqueceu de acontecer, disse o Mario Quintana e fico com ele. Poetas são as antenas da raça, sabem mais, enxergam mais longe.

A propósito...

Falando sério, diz que a ema em questão pretende papar as iguarias caras, e em troca, oferece apoio. Mas não é acerto fisiológico, tipo toma lá, dá cá. Segundo a assessoria de imprensa da ema, a composição se dará dentro do campo estritamente democrático, em torno de princípios e conteúdos programáticos bem definidos e de interesses sobejamente nacionais. A ema informou, também, que não pretende juntar-se a outros bichos para provocar qualquer espécie de desestabilização de caráter institucional e que sua rebeldia não guarda relação com a história romanesca de Orwell, que deve permanecer tão somente nos domínios do reino da ficção. (Jaime Cimenti)

Lançamentos

  • Nós somos o clima - salvar o planeta começa no café da manhã (Editora Rocco, 288 páginas, R$ 45,88), do celebrado romancista Jonathan Safran Foer, conta histórias aparentemente desconectadas, mas focadas na crise ambiental. Apresenta estatísticas e projeções e convida os leitores a agir para tornar o mundo melhor.
  • Caiu na rede. E agora? (Editora Évora, 170 páginas, R$ 59,90), de Patrícia B. Teixeira, diretora da WePlan Before, em segunda edição, retoma o debate essencial sobre as crises nas redes sociais, envolvendo opinião pública, fakenews, reputação, gestão de risco e como elaborar um plano de gestão de crise.
  • Trânsito (Todavia Livros, R$ 47,00, 200 páginas) é o segundo volume da trilogia que consagrou Rachel Cusk. Trata da vida de uma escritora recém-divorciada que se muda para Londres com seus dois filhos pequenos. Transições morais, artísticas, pessoais e pragmáticas ocorrerão, na batalha pela construção da nova realidade familiar.