Sobre o Sakaes e outras lembranças

Por Carlos Pires de Miranda

ARQUIVO PESSOAL - Sakaes
Dona Sakaes anda mais sossegada, protegendo-se da pandemia. Mas seu filho Masaki e a família seguem tocando o restaurante, que descobri há uns 40 anos, no alto da Rua Vigário José Inácio, semioculto atrás de uma cortina metálica que permanecia entreaberta - só entravam os iniciados, quem sabia o que havia ali. Foi onde floresceu a culinária japonesa em Porto Alegre: os cidadãos primeiro se espantaram, depois adoraram o peixe cru do sashimi. O sukiaky era preparado às mesas, frigideira a bordo de um liquinho, que a própria dona manobrava de mesa em mesa...
Mais tarde mudou-se para o atual endereço (foto), na Rua Castro Alves, 690, tel. (51) 3222-5533, onde atende das 19h às 22h - almoço somente aos sábados e domingos, das 11h às 14h. O delivery funciona todos os dias.
Ao longo dessas quatro décadas surgiram outros japoneses - o Sakura, por exemplo, que conheci em uma casa de madeira, junto à Ceasa -, os elogiáveis Daimu e Sambô. Todos foram, pouco a pouco, desbancando os restaurantes chineses, na época o que havia de mais oriental na cidade (Lokun, Pagoda, Nanking, lembram?). Ainda restam honrosas exceções, como Thongay e You Yi, mas isso é outra história.
O Sakaes, bem, esse é histórico na vida gastronômica do Rio Grande.

Uma luminosa tarde de outono

Sábado, a cidade reviveu. Uma tarde esplendorosa devolveu as pessoas às ruas, sequiosas por uma mesa ao ar livre, ainda que na calçada, onde pudessem retomar a convivência e reencontrar a boa culinária. Circulei pelo Moinhos, pude sentir o bulício, a escancarada alegria de quem usufruía de um mero espaço em parklets, convenientemente ocupados pelos restaurantes, ou a confortável sombra dos ombrelones que o Puppi Bagio, por exemplo, cravou em seu jardim.
O terraço e a área do pátio (foto) do Rancho 141 mostravam mesas disputadíssimas, pequenas filas se formavam à frente do Usina das Massas e do Mesa, todos atrações da Rua Dinarte Ribeiro. Sorveterias, essas têm sido um capítulo à parte, concorridas a tarde inteira. A Gianlucca Zaffari era a campeã das filas, agora com mais mesas na curvinha para a Praça Mauricio Cardoso. Há outras fazendo sucesso, como a Chocólatras.
Na vizinha Rua Padre Chagas a D'Argento ampliou o número de mesas e as recolocou na calçada. Movimentados também o Deu Crepe, de óbvia especialidade, e seu vizinho, um bar bonito e moderno. Seguindo adiante, gente no Press com seus hambúrgueres e no Dionísia, este servindo almoço a preço fixo, com larga oferta de vinhos em seus dois andares.
 

Baby Back Ribs rapidinhas

Quem viajar pelo Sul dos Estados Unidos vai encontrar, em cada estado, uma versão diferente. No Brasil a costelinha barbecue chegou com as redes de restaurantes americanas e até da Austrália, e consta que a preparação é prévia e longa. Então, vem a calhar esta receita, que simplifica o processo. Experimente!

Costelinha no Barbecue

Enviada por Chef Melchior Neto, do Gema Restaurante (SP)
Ingredientes [quatro porções]
  • 1 kg de costela suína
  • 1 sachê de molho de tomate pronto
  • 1 garrafa long neck de cerveja
  • sal de parrila
  • Dry Rub (tempero em pó)
  • 2 colheres (sopa) de açúcar mascavo
  • 2 colheres (sopa) de molho inglês
  • 2 colheres (sopa) de ketchup
  • pimenta e salsa picadinha
  • azeite
  • 50ml de conhaque para flambar
Modo de preparar:
  1. Separar a costela em ripas, temperar com sal e dry rub. Passar a uma travessa, cobrir com cerveja e deixar marinando na geladeira de um dia para o outro.
  2. Retirar do refrigerador, reservando a marinada. Em uma frigideira grande fritar costelas até dourarem. Transferi-las a uma panela de pressão, adicionar marinada e, depois que ela apitar, deixar mais 15 minutos no fogo.
  3. Após sair a pressão, devolver costelas para a frigideira da fritura, flambar com conhaque e deglacear os resíduos do fundo.
  4. Acrescentar o caldo do cozimento, molho de tomate, molho inglês, açúcar mascavo e ketchup.
  5. Misturar bem, deixar reduzindo em fogo baixo, finalizar com salsa e servir.