A número 2

Ana Maria Pellini deixou, na sua passagem pelo governo de José Ivo Sartori, sinais de simpatia pelos interesses da multinacional brasileira Votorantim S.A. e da canadense Iamgold

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A Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul (SERGS) realiza o Bom Dia Engenharia que debaterá o tema Burocracia do Governo na Área Ambiental Emperra Investimentos em Novos Empreendimentos. na foto: Ana Pellini
Nova secretária executiva do Ministério do Meio Ambiente - cargo equivalente ao nº 2 na hierarquia da pasta - a gaúcha Ana Maria Pellini deixou, na sua passagem pelo governo de José Ivo Sartori, sinais de simpatia pelos interesses da multinacional brasileira Votorantim S.A. e da canadense Iamgold. Estas duas empresas estão tocando projetos para a instalação, no RS, de uma mineradora de metais pesados às margens do rio Camaquã e na parte mais preservada do Pampa.
Com excelente currículo e integrante do quadro de carreira do Estado, Ana Pellini - que é auditora da Secretaria da Fazenda - sabe chegar bem. É graduada em Ciências Contábeis pela Ufrgs, onde atuou como professora desde 1977. É também mestre em administração pública. Numa guinada, em 2002 e 2003 foi diretora-geral do Tribunal de Justiça. Depois foi diretora-geral da Secretaria de Segurança Pública, chegando a secretária substituta da pasta. Tem passagens como diretora-presidente da Fundação Estadual de Proteção Ambiental do RS e secretária de licenciamento e regulamentação fundiária da Prefeitura de Porto Alegre. Ultimamente era a secretária do Meio Ambiente do governo José Sartori.
No Palácio Piratini, Otomar Vivian, o chefe da Casa Civil também é simpático à ideia da Votorantim e da Iamgold. Em sentido inverso a OAB-RS já anunciou sua adesão ao movimento de defesa das comunidades que seriam atingidas.

Vizinhança indesejável

O juiz federal Marcelo Bretas colocou à venda sua casa em Itaipava, distrito de Petrópolis (RJ). É que...o condomínio é o mesmo onde moram Paulo Roberto Costa (o "Paulinho" - amigo de Lula) e outros réus do time da Lava Jato.
Conhecida como refúgio de inverno de diversas celebridades do Rio de Janeiro, Itaipava abriga diversos condomínios de alto padrão, clubes e restaurantes com a mais refinada gastronomia. Bretas está preferindo distância dos mundanos.

É a lama, é a lama!

Lembrando de Mariana e Brumadinho, nada das tragédias brasileiras de cada dia se comparam ao rompimento criminoso - e sem viés ideológico - de barragens no Brasil. O mar de lama sem sentido figurado é o mais cruel de todos. E todos os governos pós-ditadura têm culpa nisso que virou a Vale.
Duas perguntas: 1) Infelizmente valerá o mesmo também para o RS? 2) O governador Eduardo Leite conhece o projeto?

Abatimentos jurídicos

Falar em Marcelo Bretas lembra um acontecimento brasiliense quase nos estertores de dezembro. É que o juiz federal carioca tinha fixado em R$ 390 milhões a fiança do doleiro paulista Ernesto Matalon, implicado desde a deflagração, em maio passado, da operação "Câmbio, Desligo". Esta brecou um dos vértices financeiros que ainda abastecia o ex-governador Sérgio Cabral (MDB-RJ).

A defesa conseguiu a liberdade do acusado Matalon graças a um abatimento - para
R$ 10 milhões - concedido por Gilmar Mendes. Como, ainda assim, o doleiro não dispusesse de todo o dinheiro, houve um segundo abatimento deferido pelo ministro do Supremo, dois dias antes do recesso: R$ 2 milhões em espécie e hipoteca judicial sobre um imóvel em São Paulo. (Habeas corpus nº 162.780).

Gardelón brasileiro

"Incrível o Fábio Schvartsman, presidente da Vale, discorrendo em entrevista coletiva sobre as medidas drásticas, céleres e humanitárias que a empresa está tomando após as tragédias em série de Mariana e Brumadinho. Faz ótimo papel de homem do bem."
(Da "rádio-corredor do Conselho Federal da OAB, ontem em Brasília).

Guardião autoral

Soma R$ 6 milhões a pretendida indenização que é buscada contra o novelista Aguinaldo Silva e a Rede Globo. A ação é movida por seis ex-alunos do curso de roteiristas, que tiveram o escritor como professor.
Os demandantes contestam a autoria da novela "O Sétimo Guardião", em cartaz há três meses no horário nobre da Globo. A ação está na 4ª Vara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. (Proc. nº 0274288-97.2018.8.19.0001).

Cheiro de dinheiro

Quando começou a pensar no fim do patrocínio da Caixa Federal a 25 clubes de futebol, o governo federal tinha o embrião de uma tese humanitária: "Se a CEF tem dinheiro sobrando para bancar o futebol milionário, melhor será que o faça reformando escolas e hospitais".
Mas, afinal, o que levou Bolsonaro e Paulo Guedes a fecharem a torneira patrocinadora foram dois fatos. Primeiro: muitos "consultores lobistas" ficavam com parte da grana. Segundo: a maioria dos clubes não estava quite com o fisco.

Ultraje nas redes

Ainda sem data definida, a 4ª Turma do STJ julgará, numa das próximas sessões, um processo inusitado fadado a grande repercussão jurisprudencial.
Em discussão se cabe a condenação cível do Facebook e do WhatsApp no caso de uma menor cujas imagens íntimas foram veiculadas pelo ex-namorado. A tese é de indenização financeira a ser paga pelas duas poderosas empresas, sem prejuízo da responsabilidade criminal do ofensor.

Cuidando do corpo

Mesmo com todo o frio de 8 graus negativos, Dilma Rousseff deu uma escapada estadunidense, na semana passada. Foi vista no badalado Federico Salon & Spa, em Manhattan, na 58 West, "em Nova Iorque, a capital do mundo" - como hipoteticamente diria a ex-presidente.
O local é frequentado por gente famosa que tem grana para pagar as contas: Michael Douglas, Catherine Zeta-Jones, a atriz e ativista Rosario Dawson. E por aí.

A propósito

Segundo o baú da Lava Jato, nos tempos de Palácio do Planalto, o cabeleireiro de Dilma era pago por João Santana, com propina da Odebrecht.
Mas é história da carochinha.

Picapau livre

Caíram em domínio público as 68 renomadas obras de Monteiro Lobato, criador do Sítio do Picapau Amarelo. Até 31 de dezembro, a editora Globo Livros detinha os direitos de publicação, vendendo em média 500 mil exemplares por ano.
De acordo com a Lei nº 9.610/98, as criações de um autor adquirem tal condição após 70 anos, contados a partir do 1 de janeiro subsequente ao seu falecimento. José Bento Renato Monteiro Lobato faleceu, aos 66 de idade, em 4 de julho de 1948.
Detalhe: independentemente de uma obra estar ou não em domínio público, o autor deve ser sempre citado.
 

Caipirinha

"Com os termômetros marcando 40 graus na cidade, o porto-alegrense experimenta a sensação térmica de 51: tontura, dor de cabeça e confusão mental"...
(De um assessor do TJ-RS, ontem às duas da tarde, após voltar do almoço para o trabalho).