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Delivery leva pequenos negócios a aumentarem faturamento em plena crise
Sebrae aponta que 92% das empresas do segmento de alimentos e bebidas lucraram ao adaptar sistema de entrega
Donos de pequenos negócios que se adaptaram mais rapidamente ao momento de crise têm mais chances de se manter no mercado. Pesquisa realizada pelo Sebrae entre os dias 3 e 7 de abril em todo o Brasilmostra que, dos 6.080 empreendedores entrevistados, 400 mil tiveram aumento médio de 47% na receita. E uma das principais alavancas para isso foi o sistema logístico.
“Entre micro e pequenas empresas que tiveram crescimento na receita durante a crise, cerca de 48% mudaram o modo de funcionamento, apostando mais em entregas on-line e serviços na internet”, informa o presidente do Sebrae, Carlos Melles.
Para além do amplo impacto negativo para quase 88% dos empresários, alguns segmentos, mesmo afetados pelo avanço do novo coronavírus, como o comércio varejista e o ramo de alimentos e bebidas, conseguiram equilibrar o fluxo de caixa e até registrar crescimento no faturamento.
“Observamos que, ainda que em um percentual baixo, se comparado ao resultado macro da pesquisa, os empresários que enxergaram oportunidades e se reinventaram saltaram na frente dos outros”, diz Melles, ao citar o ramo de alimentos e bebidas.
Dentre os 14 segmentos analisados na sondagem do Sebrae,são restaurantes, lanchonetes, marmitarias e afins que se destacam exemplos de como a adaptação.
Em cenários de crise, a inovação também pode render resultados positivos. No segmento de alimentos e bebidas, por exemplo, 92% dos que aumentaram o faturamento adaptaram o negócio ao modelo de entrega (delivery). “Muitos dos que já faziam entregas investiram mais em marketing digital,” destaca Melles.
A maior parcela dos entrevistados aposta fortemente nas entregas on-line (41,9%), mas um percentual igualmente representativo reduziu o horário para minimizar os gastos e ganhar fôlego (41,2%) em meio à pandemia.
No município gaúcho de Capivari do Sul, a Don Benício Pizza Delivery adaptou-se ao momento, reforçou as entregas e conseguiu aumentar o faturamento de março em 110% em relação ao mesmo mês de 2019. Na empresa, entenderam que o momento também era de cortar custos não essenciais e investir em material humano. Antes do Coronavírus, a Pizzaria Don Benício possuía três entregadores. Hoje, está com cinco.
“Tínhamos a ideia de fazer uma promoção de aniversário. Antecipamos e resolvemos colocar em ação: o cliente compra duas pizzas de qualquer tamanho e concorre a um mês de pizza grátis”, conta o proprietário da Don Benício Pizza Delivery, Paulo Maurício Souza de Souza.
O aumento do volume de pedidos foi tão grande que Souza precisou transformar a casa onde vivia em uma fábrica de pizza. E aí, alugou a casa ao lado para morar. “Temos várias ações de marketing, mas o boca a boca é o que dá o maior retorno. O resultado está sendo bem superior ao que esperávamos. Nossos colaboradores são uma peça fundamental da empresa para tudo isso acontecer”, destaca o empresário.
Apesar do isolamento social, algumas empresas dos segmentos do comércio varejista, moda, beleza e artesanato conseguiram resultados significativos implementando mudanças no modo de funcionamento, reduzindo horário, abrindo para serviços online e oferecendo entregas.
A PESQUISA EM DETALHES
Sua empresa mudou o funcionamento com a crise?
- 6,6% - não mudaram a forma de funcionar
- 31% - mudaram o funcionamento
- 58,9% - interromperam o funcionamento temporariamente
- 3,5 % - decidiram fechar de vez
Entre as empresas que mudaram seu funcionamento
- 41,9% estão atuando apenas para entregas ou online
- 41,2% - estão com horário reduzido
- 21,6% - adotaram o teletrabalho (home office)
- 15,3% - implementaram o rodízio de funcionários
- 5,9% - adotaram drive thru
Como seu negócio está sendo afetado em termos de faturamento mensal
- Aumentou - 2,4%
- Diminuiu - 87,5%
- Permaneceu igual - 2,9%
- Não sabe ou não quis responder - 7,2%
Em relação aos funcionários - tomou alguma medida?
- 46,8% - ainda não tomou medidas
- 28% -férias coletivas
- 17,8% - suspensão de contrato de trabalho
- 17% - redução da jornada de trabalho com redução de salários
Você precisará pedir empréstimos para manter seu negócio em funcionamento sem gerar demissões?
- 54,9% - sim
- 17% - não
- 28,1% - não sabe ou não respondeu
FONTE: SEBRAE