Ação do Nubank cai 20% desde estreia na Bolsa de em Nova York

Papéis chegaram a ser negociados a US$ 11,85 logo após os primeiros dias de negociação

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Nubank divulga hoje os dados referentes ao desempenho no primeiro trimestre de 2022
Após a desvalorização das últimas semanas, a ação do Nubank está 20% do abaixo do preço definido na oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), realizada em dezembro. O banco digital vendeu papéis a US$ 9 na oferta, e na tarde de terça-feira passada a cotação era de US$ 7,20 na Bolsa de Nova York.
Cada ação chegou a ser negociada a US$ 11,85 dias após a estreia, em sua máxima até agora. A expectativa de altas de juros nos Estados Unidos neste ano tirou atratividade de ações de empresas com alto crescimento e lucro zero - como o Nubank.
Há duas semanas, a desvalorização do papel já havia feito a fintech perder o posto de instituição financeira mais valiosa da América Latina para o Itaú, que ocupava o posto até o IPO do Nubank. Com a queda sofrida desde então, a instituição já vale menos que o Bradesco.
Em dólares, o segundo maior banco privado do País tem capitalização de US$ 35,6 bilhões. O Itaú é avaliado em US$ 40,5 bilhões. Já o Nubank tinha valor de mercado de US$ 32,9 bilhões, cerca de US$ 9 bilhões a menos do que o valor com que estreou na Bolsa.
Após a bem-sucedida oferta inicial, as expectativas do mercado se voltam para os resultados do quarto trimestre de 2021, que serão os primeiros que o Nubank divulgará como companhia aberta. A fintech ainda não informou em qual data os números serão publicados.
Em relatório, o Itaú BBA projetou que o Nubank apresentará lucro de R$ 203 milhões no período, mas que fechará 2021 com prejuízo de R$ 326 milhões. As receitas totais da fintech devem crescer 28% em relação ao terceiro trimestre, para R$ 2,6 bilhões, graças à expansão da base de cartões e da carteira de crédito como um todo. O número de clientes deve chegar a 53,4 milhões.
O analista Pedro Leduc, do Itaú BBA, disse que a desvalorização das últimas semanas pode estar relacionada à combinação entre o cenário de mercado e as expectativas do investidor para as ações do Nubank. "Um cenário global mais adverso para growth (papéis de crescimento) tira o investidor internacional do papel. Sobra o local, e aí entra a perspectiva para o desempenho", explica.
O BBA vê um ano desafiador para os bancos digitais brasileiros. A casa ponderou que a dependência dos cartões de crédito como um problema.
"Cartões de crédito são um produto-chave para a monetização e o engajamento em bancos digitais, e é onde provavelmente veremos a maior deterioração da inadimplência - particularmente entre brasileiros de menor renda, que respondem pela maior parte das bases de clientes do Nubank e do Pan", afirmaram os analistas do BBA.

Fintech Creditas recebe aporte de US$ 260 milhões

Preparando terreno para uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), a fintech brasileira Creditas anunciou semana passada que recebeu um aporte de US$ 260 milhões, o que eleva a avaliação de mercado da empresa para US$ 4,8 bilhões. A nova rodada é mais um passo da startup para consolidar seu ecossistema de crédito: após ganhar mercado com empréstimos baseados em garantias como imóveis e automóveis, a Creditas tem diversificado seus serviços avançando em seguros, compra e venda de carros e benefícios corporativos.
O investimento ocorre 13 meses após a empresa levantar US$ 255 milhões e atingir o status de "unicórnio" (nome dado às startups avaliadas em mais de US$ 1 bilhão). O cheque traz à fintech novos investidores: o fundo americano Fidelity Management, o espanhol Actyus (voltado a fintechs) e a firma britânica de capital de risco Greentrail Capital. Investidores antigos da Creditas, como QED Investors, SoftBank e Kaszek Ventures, acompanharam o aporte.
Esta é a sexta rodada de investimentos recebida pela startup. Desde sua fundação, em 2012, a empresa levantou US$ 829 milhões.

Apesar de estar bem capitalizada desde o último aporte, anunciado em dezembro de 2020, a companhia enxergou a necessidade de realizar uma nova captação, tendo em vista o ritmo de crescimento registrado nos últimos meses. No terceiro trimestre de 2021, a Creditas elevou em 233% sua receita em comparação com o mesmo período de 2020, para R$ 257,1 milhões.