Setor de bebidas mostra crescimento, embora cauteloso

Setor tem trabalhado constantemente para oferecer informações de qualidade em seus rótulos, para que os consumidores tomem suas decisões de consumo de forma clara e consciente

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CADERNO DIA DA INDÚSTRIA Fotos da produção de refrigerantes na fábrica da Coca-Cola.
O setor de bebidas não alcoólicas sentiu os efeitos da crise econômica em 2017. Embora os primeiros números deste ano ainda não tenham sido divulgados, o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas (Abir), Alexandre K. Jobim, acredita em crescimento, embora "cauteloso". "As indústrias de bebidas não alcoólicas no País têm feito o dever de casa. Com foco nos novos anseios do consumidor, tem inovado e ampliado seus portfólios, com produtos reduzidos de açúcar e em novos tamanhos e formatos. O setor também tem trabalhado constantemente para oferecer informações de qualidade em seus rótulos para que os consumidores tomem suas decisões de consumo de forma clara e consciente", diz ele.
Quem está sempre buscando inovar para seguir firme no mercado é a Coca-Cola. Uma das recentes inova­ções da companhia é a embalagem re­tornável de 2 litros. O gerente Industrial da Coca-Cola Femsa Brasil na Re­gião Sul, Flavio Oliveira, explica que as novas embalagens resga­tam um hábito de compra em que o consumidor leva a sua garrafa va­zia e troca por uma cheia pagando apenas pelo líquido. "A iniciativa reduz o consumo de embalagens e oferece opções mais rentáveis, acessíveis e ecológicas, uma vez que cada garrafa é reutilizada até 25 vezes", observa. Como resulta­do, 70 milhões de novas garrafas PET deixam de ser comercializadas no mercado brasileiro a cada ano.
A Coca-Cola Femsa opera no Rio Grande do Sul desde se­tembro de 2016, quando com­prou a Vonpar em um negócio de R$ 3,5 bilhões. A partir da aquisi­ção, passou a atuar nos territórios gaúcho e catarinense, área antes atendida pela empresa familiar gaúcha. No Estado, conta com uma fábrica na Zona Norte de Porto Alegre e três centros de distribuição: Pelo­tas, Farroupilha e Santo Ângelo. A planta de Porto Alegre tem seis linhas de produção, sendo uma de­las para embalagens retornáveis. Também oferece um programa de visitação que já recebeu mais de 50 mil pessoas desde o lançamento, em 2015.
Segundo Oliveira, a planta da capital gaúcha está entre uma das mais eficientes em gestão de recursos energéticos e de consu­mo de água para a produção. "A busca constante pela excelência e a segurança dos colaboradores é o nosso desafio diário do processo industrial", diz. O executivo afirma que foram realizadas mudanças recentes na fábrica, desde a ins­talação de equipamentos que me­lhoram as condições de trabalho dos funcionários, até o sistema de iluminação.
De acordo com o gerente, a empresa é considerada a maior franquia do sistema Coca-Cola no mundo. Ao todo, possui 63 fábri­cas e 327 centros de distribuição, atendendo mais de 358 milhões de consumidores por meio de aproxi­madamente 2,8 milhões de pontos de vendas e conta com mais de 120 mil funcionários em todo o mun­do.

Bebidas Premium

A qualidade dos vinhos, cervejas e cachaças produzidos no Estado fez com que o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) desenvolvesse o Bebidas Premium do Serviço. O projeto, que está na segunda fase, selecionou no ano passado 30 empresas que estão recebendo consultoria para aprimorar a equipe de vendas, prospectar mercado e participar de feiras. Roger Scherer Klafke, da Gerência de Indústria e Comércio do Sebrae, diz que a cultura da cerveja artesanal no Estado é muito forte. As cachaças de alta qualidade também fazem com que os gaúchos sejam reconhecidos no Brasil e até no exterior. A produção de chás é outra promessa de bons resultados. "As bebidas mais naturais, feitas com produtos orgânicos, devem ganhar mercado", afirma Klafke.