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Para garantir abastecimento em Porto Alegre, Brigada realiza escolta de caminhões-tanque
Em Porto Alegre, consumidores formaram longas filas em postos atrás do pouco combustível disponível
Para atender prioritariamente a demandas consideradas como fundamentais em áreas como saúde e segurança, o governo estadual, através da Brigada Militar, realizou ontem operações de escolta de caminhões-tanque. Até às 18h de domingo, foram acompanhados 13 caminhões com combustíveis que saíram das distribuidoras BR, Ipiranga e Rodoil. Também foram escoltados quatro caminhões carregados com gás e 54 veículos com ração animal. Mais ações dessa natureza estavam previstas para serem feitas na noite de ontem e para essa segunda-feira.
Os caminhões-tanque abasteceram principalmente postos da região Metropolitana de Porto Alegre, mas também houve pedidos para o Litoral e Serra. Depois de atendidos os veículos de áreas prioritárias, foram abastecidos carros particulares, o que fez com que muitos consumidores madrugassem e formassem fila nos postos que tinham combustíveis. "Entendemos que a grave (dos caminhoneiros) é legítima, mas não podemos desabastecer o estado do Rio Grande do Sul", sustenta o vice-governador José Paulo Cairoli.
Segundo o coordenador do Gabinete de Crise, Cel. Alexandre Martins, foram chamados os sindicatos das distribuidoras e dos postos para definir a destinação das cargas. No entanto, o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes no Estado (Sulpetro), João Carlos Dal'Aqua, nega que o sindicato tenha indicado determinados estabelecimentos e aconselha que os postos interessados em contar com a escolta de caminhões-tanque procurem o governo do Estado para atender a essa necessidade.
Dal'Aqua destaca que os postos gaúchos que contam hoje com combustível são exceções. O dirigente tem esperança que a partir desta semana a situação possa melhorar. Dal'Aqua, recorda que na quinta-feira haverá o feriado de Corpus Christi, o que deve fazer com que a sociedade faça mais pressão por uma solução quanto aos combustíveis. O presidente do Sulpetro calcula que, a partir do fim da greve, levará de cinco a sete dias para as condições de abastecimento de combustíveis voltarem ao normal. Dal'Aqua adverte que a questão já está afetando a saúde financeira dos revendedores e se o cenário continuar por muito mais tempo não está descartada a possibilidade de que alguns estabelecimentos tenham que fechar.
Conforme o dirigente, ontem na Capital havia pelo menos oito postos da rede Vip 24horas com oferta de combustíveis. Um desses estabelecimentos com disponibilidade de produto era o Antares, de bandeira Shell, localizado na Avenida Assis Brasil. O gerente do estabelecimento, Moisés Pereira da Silva, informa que a carga de combustível chegou no final da noite de sábado, com um caminhão escoltado. Silva revela que o posto atende corriqueiramente veículos da Brigada Militar e o combustível disponibilizado para a população, com o limite de R$ 100,00 por abastecimento sem a possibilidade do uso de galões, era o excedente da carga recebida para atender à demanda dessa instituição. O litro da gasolina comum estava custando R$ 4,69 e Silva calcula que o combustível irá durar até a manhã dessa segunda-feira. Não há previsões quanto ao recebimento de novas cargas. Ontem, no começo da tarde, a fila de carros esperando para abastecer no posto Antares começava na Avenida Martins Bastos, totalizando cerca de dois quilômetros.
Motoristas esperam 10 horas para poder abastecer na Capital
O motoboy Antonio Garcia Leiva Jr. chegou na fila pelas 10h e conseguiu abastecer a sua moto apenas às 14h45min. Uma reclamação de Leiva Jr. é que integrantes da Brigada Militar aproveitaram das suas profissões para furarem a fila e abastecerem seus carros particulares e não veículos oficiais.
O corretor de imóveis Glauber William Costa Felipe viu sua gasolina acabar ainda na fila e teve que empurrar seu automóvel pelos metros finais até a bomba. Felipe comenta que ouviu sobre a oferta de combustível no rádio e foi para o posto já pela manhã. A fila, à tarde, iniciava na Avenida Baltazar de Oliveira Garcia, esquina com a Rua Engenheiro João Luderitz, percorrendo cerca de 1,5 quilômetro.