Alvo da maior polêmica desta edição da Superliga Brasileira de Vôlei Feminino, a oposta Tifanny disputará a competição por ao menos mais uma temporada. Ontem, ela renovou o seu contrato com o Sesi Vôlei Bauru para disputar a edição 2018/2019 da principal competição de vôlei do País.
Tifanny foi um dos grandes destaques da atual edição da Superliga tanto pela performance nas quadras - foram 308 pontos em 14 jogos - quanto pela polêmica fora delas. Atleta transgênero, a oposta foi alvo de críticas por parte de times e jogadoras rivais por apresentar suposta força acima das demais.
Apesar das reclamações, a jogadora está dentro das regras do Comitê Olímpico Internacional (COI), da Federação Internacional de Vôlei (FIVB) e da Confederação Brasileira de Voleibol (CBV). Tiffany fez a cirurgia para mudança de sexo - algo que o COI não vê como obrigatório - e mantém a taxa de testosterona bem abaixo dos 10 nmol por litro permitidos - a dela é 0,2 nmol/l.
Nesta Superliga, ela se destacou pela alta média de pontos. Foram 5,4 pontos por set, a melhor média até o momento do torneio - o Bauru foi eliminado nas quartas de final da atual edição, ainda em disputa.
"O primeiro motivo que me fez optar pela renovação foi a receptividade que tive, todo o carinho da torcida, da cidade e a forma com que todos me acolheram e me protegeram de todas as polêmicas surgidas. Todos estiveram comigo do início ao fim e foram uma família para mim. E, como gostei muito daqui, quis continuar", declarou Tifanny.
A oposta passou a defender o Bauru no ano passado, vindo do italiano Golem Palmi. Antes, defendera equipes masculinas tanto na Liga quanto fora do País. Agora, sonha com a primeira convocação para a seleção brasileira. A lista deve ser anunciada na segunda-feira pelo técnico José Roberto Guimarães.