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Porto Alegre, segunda-feira, 26 de março de 2018.

Jornal do Comércio

Opinião

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Notícia da edição impressa de 27/03/2018. Alterada em 26/03 às 21h24min

Achatar o mínimo regional faz mal

Claudir Nespolo
Está trancando a pauta da Assembleia Legislativa o projeto de lei enviado pelo governo Sartori, que prevê reajuste de apenas 1,81% para o salário-mínimo regional. O índice é igual à correção rebaixada aplicada pelo governo ilegítimo Temer ao mínimo nacional, pois ficou aquém do INPC de 2,07% em 2017. A CUT e centrais sindicais defendem aumento de 4,17%, visando repor a inflação de 2,17% e resgatar as perdas acumuladas de 2,06% desde 2016, conforme estudos do Dieese. Assim, o chamado piso regional irá restabelecer a diferença histórica de 1,28 acima do mínimo nacional, quando foi criado no governo Olívio Dutra, em 2001.
O mínimo regional atende as categorias de trabalhadores e trabalhadoras que recebem os menores salários no Estado, uma vez que não possuem piso salarial definido em lei federal, convenção ou acordo coletivo, abrangendo cerca de 1,3 milhão de pessoas do campo e da cidade. O reajuste serve ainda de parâmetro para negociações coletivas.
Em boa hora, o deputado Luiz Mainardi (PT) apresentou emenda ao projeto com o percentual reivindicado pelas centrais. A expectativa da classe trabalhadora é que os deputados e as deputadas votem a favor dessa proposta, evitando o achatamento do mínimo regional. Sartori ignora a retomada da economia, mesmo tímida, como anunciam os analistas de plantão. Aprovar reajuste de 1,81% significará uma tunga no bolso de quem trabalha e já foi roubado pela reforma trabalhista de Temer, cujos efeitos perversos já estão aparecendo, como retirada de direitos, desemprego e precarização do trabalho.
A emenda com reajuste de 4,17% ajuda a aquecer a economia gaúcha, resultando em salários com maior poder de compra. Nada é gasto em Miami ou Paris, mas aqui mesmo, especialmente nos mercados, restaurantes, feiras e lojas. Todos ganham: quem trabalha e consome, quem produz e vende, e quem arrecada, o governo do Estado. Achatar o mínimo regional faz mal para todos.
Metalúrgico e presidente da CUT-RS
 
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