Anuar Pezzi estreia novo perfil de súper de bairro em Porto Alegre

Rede abriu quinta loja com novo conceito e aposta em serviços

Por Patrícia Comunello

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Enquanto gigantes globais como Walmart fecham lojas em Porto Alegre, redes de supermercado de bairro estreiam novas operações com apelo na proximidade e conveniência. A bandeira Anuar Pezzi é um dos exemplos. Em janeiro, outra bandeira, a Center Shop, abriu a segunda loja fora do Centro, desta vez no bairro Cidade Baixa. A Anuar Pezzi segue a trilha e abriu a quinta operação e ainda expandiu seu alcance territorial, que agora vai da avenida Icaraí, na zona Sul, e Azenha até a avenida Ipiranga. Além disso, apresenta novo conceito para suas lojas. A unidade mais recente a ser aberta fica na avenida Erico Verissimo, 495, no bairro Menino Deus.
Com mil metros quadrados, a filial tem ambiente interno com nova organização de setores, novo design de mobiliário e mais espaço para hortigrangeiros e padaria, além de duas novidades. A primeira é ter comida pronta para levar, com destaque para carne assada, ao estilo das rotisserias. A outra mudança e que chama a atenção é o layout do açougue. O balcão de atendimento onde ficam os cortes de carne in natura ganhou uma divisão envidraçada.

Trunfo de redes de bairro é relação com clientes

O novo perfil de operação da Anuar Pezzi vai migrar para as demais unidades da rede, adianta o dono Pezzi. A primeira a sofrer o efeito é a matriz, na avenida Carlos Barbosa, no bairro Azenha, que já está em reforma. As outras três unidades - duas na Vila Cruzeiro e uma no bairro Glória - também entrarão no conceito, garante. Na Cruzeiro, a expectativa é pela conclusão da duplicação da avenida Tronco, herança inacabada da Copa do Mundo de 2014. "Lá está nossa maior operação. Se a obra estivesse pronta, venderíamos o dobro", contabiliza Anuar Paulo Pezzi.
O que explica a multiplicação dos pequenos? Jociane Ongaratto, gestora de projetos do Sebrae-RS, enumera como primeiro apelo do relacionamento com os consumidores, com casos de chamar o cliente pelo nome. Jociane lista ainda o mix de produtos, que tem maior valor agregado em alguns nichos de minimercados e empórios e aposta em mais áreas para frutas, alimentos in natura e bebidas, caso da Anuar Pezzi. Atuar com itens adquiridos de fornecedores locais, como o segmento de orgânicos e agroindústrias, também ganha mais espaço nas estratégias, pois conecta o canal a valores como sustentabilidade, acrescenta a gestora. "Assim a rede se diferencia. O grande não tem muitas vezes como olhar o detalhe, lembrar dos frequentadores, mudar a cada ponto", amplia ela.
O Sebrae-RS tem o projeto Varejo de Alimentos e Minimercados, com abrangência em Porto Alegre e Região Metropolitana. O alcance é de pequenas empresas, o que pode ser encarado por unidade de loja com faturamento de até R$ 4,8 milhões. Hoje são 13 operações acompanhadas, cuja meta é alcançar crescimento de 10%. O programa ainda está aberto a participantes em 2018. O serviço de apoio custeia 70% da despesa, e a empresa paga R$ 2 mil. O pacote inclui consultorias in loco, montagem de indicadores de desempenho, capacitações de equipes, gestão por categorias de produtos e exposição nas gôndolas e consultorias mensais no local. "Montamos estratégias para atrair mais clientes", diz Jociane.
Entre as dificuldades que estão neste segmento, está a relação com fornecedores, em situações corriqueiras, como decidir se vai ou não comprar um produto oferecido por um novo fornecedor. "Muitas vezes eles (donos dos mercados) não sabem como vão lidar com o vendedor. Ajudamos o empresário a identificar o produto mais adequado ao tipo de cliente que ele atende. Saber o mix da loja e fazer o controle de estoques são áreas que mais precisam ser trabalhadas", cita a gestora.