IFI prevê estouro do teto de gastos em 2019

Previsão foi dada levando em consideração um cenário em que não haja mudanças radicais na economia brasileira

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Principal dever de caso, segundo a instituição, é o tradicional aumento de receita e redução de despesas
A Instituição Fiscal Independente (IFI) do Senado Federal prevê o estouro do teto de gastos em 2019, se nada for feito para conter as despesas obrigatórias. "É uma questão de pouco tempo", disse o diretor executivo da IFI, Felipe Salto. Se o teto estourar, no ano seguinte, serão adotadas medidas corretivas, como prevê a emenda constitucional que criou o teto de gastos, instrumento que limita o crescimento das despesas à variação da inflação.
Salto avaliou que o descumprimento pode ser até mesmo educativo, inclusive porque, como correção, a emenda proíbe o crescimento real de despesas para a correção do desequilíbrio fiscal. A solução para o problema, afirmou Salto, é "arroz com feijão": aumento de receitas e redução de despesas.
No cenário básico fiscal previsto para 2019, a IFI prevê a aprovação de "alguma" reforma da Previdência. "Não necessariamente a que está na mesa", disse Salto. Ele destacou que a Previdência é um problema de médio e longo prazos.
Sem a reforma da Previdência, a dívida pública atingirá rapidamente 100% do PIB. "A emenda do teto evidenciou a nossa restrição orçamentária", afirmou Salto. Segundo ele, será preciso a adoção de uma combinação de medidas. Ele evitou, no entanto, citá-las.
O diretor executivo da IFI avaliou que a gestão fiscal das contas do governo federal ainda é pouco transparente. A crítica é por conta de projeções do governo no fim do ano passado das despesas obrigatórias que foram superestimadas.
Essas previsões seguraram as despesas discricionárias e levaram a um déficit bem abaixo do previsto pelo governo em 2017. "Isso só mostra que o processo orçamentário ainda é caótico", disse.

Atividade econômica cresce 1,04% em 2017, aponta Banco Central

O nível de atividade econômica no País registrou crescimento de 1,04% em 2017, em comparação com 2016, segundo o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) divulgado ontem.
O indicador foi criado pelo BC para tentar antecipar, por aproximação, a evolução da atividade econômica. Mas o indicador oficial é o Produto Interno Bruto (PIB), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que será divulgado em março.
O valor aproxima-se da projeção do governo para 2017, divulgada em dezembro do ano passado, de 1,1%. A expectativa do mercado financeiro, de acordo com o boletim Focus, do BC, é de 1%.
Em dezembro, o nível de atividade econômica no País continuou a registrar crescimento, de 1,41% em relação a novembro. Esse foi o quarto mês seguido de alta do indicador. O crescimento mensal refere-se ao IBC-Br dessazonalizado, ou seja, ajustado para o período.
O IBC-Br é uma forma de avaliar a evolução da atividade econômica brasileira e ajuda o Banco Central a tomar decisões sobre a taxa básica de juros, a Selic.