Indústria encerra 2017 com elevação de 2,5%

Crescimento da produção foi constatado em 12 dos 15 locais pesquisados pelo IBGE; Pará teve o destaque positivo

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Dinamismo foi puxado pela alta na fabricação de bens de capital das áreas de transporte, agrícola e construção
Dos 15 locais analisados pela Pesquisa Industrial Mensal de Produção Física (PIM-PF), 12 tiveram expansão no índice acumulado em 2017, que fechou o ano com crescimento de 2,5% na média nacional. Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O destaque de crescimento foi o Pará, com 10,1%.
Também apresentaram crescimento acima da média nacional as localidades de Santa Catarina (4,5%), Paraná (4,4%), Rio de Janeiro (4,2%), Mato Grosso (3,9%), Amazonas (3,7%), Goiás (3,7%) e São Paulo (3,4%). Ceará (2,2%), Espírito Santo (1,7%), Minas Gerais (1,5%) e Rio Grande do Sul (0,1%) também fecharam o ano com resultados positivos.
Segundo o IBGE, o dinamismo registrado foi influenciado pela alta na fabricação de bens de capital, principalmente os voltados para o setor de transportes, construção e agrícola; de bens intermediários, como minérios de ferro, petróleo, celulose, siderurgia e derivados da extração da soja; de bens de consumo duráveis, como automóveis e eletrodomésticos da linha marrom, que engloba televisores, som e vídeo; e de bens de consumo semi e não duráveis, como calçados, produtos têxteis e vestuário.
A Bahia teve a maior queda (-1,7%) e, incluindo Pernambuco (-0,9%) e a Região Nordeste (-0,5%), foi o único decréscimo acumulado em 2017. O resultado da Bahia foi pressionado pela diminuição na produção dos setores de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis, e de metalurgia, que são as barras, os perfis e os vergalhões de cobre e de ligas de cobre. No acumulado dos últimos 12 meses, o crescimento de 2,5% em dezembro foi o maior desde julho de 2011, quando o índice ficou em 2,8%.
Na variação de novembro para dezembro, dos 14 locais analisados, já que não há dados de Mato Grosso para o mês, oito apresentaram aumento, somando 2,8% na produção nacional no período. Rio Grande do Sul, com 6,8%, e Amazonas, com 6,2%, apresentaram os maiores crescimentos. Também tiveram taxas positivas Ceará (4,9%), São Paulo (3,0%), Santa Catarina (1,6%), Paraná (1,6%), Rio de Janeiro (1,0%) e Minas Gerais (0,2%). A maior queda no mês foi em Goiás, com -2,7%, e também ficaram com taxas negativas Pará (-1,8%), Pernambuco (-1,8%), Espírito Santo (-1,7%), Bahia (-1,5%) e Região Nordeste (-0,2%).
Na comparação com dezembro de 2016, a indústria nacional cresceu 4,3% em dezembro do ano passado, com taxas positivas em oito dos 15 locais pesquisados. As maiores altas, nesse caso, foram do Amazonas (10,9%) - impulsionado pelos setores de equipamentos de transporte, equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos - e de São Paulo (10,1%) - com destaque para a produção de veículos automotores, reboques e carrocerias, produtos alimentícios e metalurgia. Também cresceram acima da média nacional os estados do Rio de Janeiro (7,2%), do Pará (6,1%) e do Mato Grosso (5,8%). Os outros locais com crescimento no mês foram Goiás (4,0%), Santa Catarina (3,9%) e Rio Grande do Sul (0,3%). A maior queda no mês de dezembro, comparado com 2016, foi no Espírito Santo (-5,1%), pressionado pela indústria extrativa, de celulose, papel e produtos de papel e de produtos de minerais não metálicos. Também tiveram queda Pernambuco (-2,5%), Região Nordeste (-2,3%), Bahia (-1,8%), Minas Gerais (-1,5%), Paraná (-0,5%) e Ceará (-0,1%). 

Índice de desempenho industrial tem expansão de 2,9% no Rio Grande do Sul

O Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS) registrou, em dezembro de 2017, relativamente a novembro, a maior expansão no comparativo mensal de todo o ano passado: 2,9%, descontados os efeitos sazonais. Duas altas consecutivas - no mês anterior, havia alcançado 0,9% - não ocorriam desde o final de 2016, o que levou o índice ao maior nível desde setembro de 2015. O presidente da Federação das Indústrias do Estado, Gilberto Petry, alerta que o processo de recuperação, entretanto, é longo. "A indústria gaúcha deixou para trás a mais longa recessão já registrada. Mas a retomada da atividade ainda é lenta e gradual entre os setores. Após afundarmos mais de 18% em três anos, encerramos 2017 com uma expansão modesta, ou seja, devolvemos apenas uma ínfima parte das perdas recentes", diz.
Apesar de o IDI-RS ter mostrado, na média, forte crescimento na passagem mensal, dois dos seis componentes caíram: faturamento real (-0,6%) e massa salarial real (-0,7%). As compras industriais, com elevação de 7%, foram o grande destaque a impulsionar a alta expressiva do índice. A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) e as horas trabalhadas na produção cresceram 0,9 p.p. e 0,2%, respectivamente, enquanto o emprego ficou estável (0,1%). "As perspectivas para 2018 sinalizam para uma aceleração da atividade industrial gaúcha. Todavia, a manutenção desse cenário positivo para além do presente ano depende de medidas que garantam o equilíbrio macroeconômico, sobretudo no que tange às contas públicas, e que reduzam os custos de produção", reforça Petry.
Em relação a igual mês de 2016, o IDI-RS subiu 1,5% em dezembro, sexta alta em sequência. A atividade industrial gaúcha fechou 2017 com crescimento de 0,4%, encerrando um ciclo de três quedas anuais consecutivas. A análise dos componentes do Índice de Desempenho Industrial no ano passado mostra um quadro dividido. O faturamento real (3,7%), a massa salarial real (1,5%) e a utilização da capacidade instalada (1,2 p.p.) cresceram, enquanto o emprego (-1%), as compras industriais (-1,2%) e as horas trabalhadas na produção (-1,6%) encerraram o ano com retração. Ao mesmo tempo, a expansão da atividade industrial gaúcha em 2017 alcançou nove dos 17 setores pesquisados - especialmente tabaco, com 17,9%. Produtos de metal (6,2%) e veículos automotores (3,9%) foram outros destaques positivos. Em sentido contrário, alimentos (-1,8%), couros e calçados (-2,2%) e bebidas (-6,1%) tiveram desempenho ruim.