Ex-presidente admite que reclamava de Justiça lenta

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Dois dias depois da fixação de data para julgamento do recurso que apresentou no caso do triplex, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou, nesta quinta-feira, de um churrasco oferecido pelo Instituto Lula para despedida de um de seus funcionários, conhecido como "Baianinho".
Antes da confraternização, Lula assistiu a uma apresentação de pesquisas de intenção de votos encomendadas pelo PT. Segundo participantes, o ex-presidente evitou alimentar conversas sobre o agendamento do julgamento.
De acordo com a presidente do PT, senadora Gleisi Hoffmann, Lula afirmou que não pode reclamar de pressa "porque sempre disse que a Justiça era lenta". Ainda segundo relato da senadora, Lula cobrou, no entanto, tratamento isonômico do Judiciário.
"Quero saber se meu processo passou à frente dos outros. Mas o que mais quero saber é: qual é o crime", afirmou Lula, de acordo com a presidente do PT.
Nesta sexta-feira, o ex-presidente participará de reunião do diretório nacional do PT, com presença de sua assessoria jurídica. Pela manhã, a pauta será, segundo ela, a "terceira fase do golpe".

José Dirceu convoca 'dia da revolta' em julgamento de Lula

O ex-ministro José Dirceu (PT) convocou a militância do PT a comparecer a Porto Alegre para o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) pelo caso do triplex do Guarujá, marcado para 24 de janeiro. Em nota publicada na quarta-feira no site do diretório municipal do partido em Ribeirão Preto, Dirceu pede que as pessoas se mobilizem "em defesa de Lula".
"A hora é de ação, não de palavras, transformar a fúria e revolta, a indignação e mesmo o ódio em energia, para a luta e o combate", escreveu. "Denunciar, desmascarar e combater a fraude jurídica e o golpe político para ir às urnas e derrotar os inimigos da democracia da soberania do povo trabalhador e do Brasil", acrescentou o ex-ministro, chamando a data do julgamento de "dia da revolta".
A data foi marcada a pedido do desembargador Leandro Paulsen, revisor do voto do relator João Pedro Gebran Neto, que informou à Secretaria da 8ª Turma que já terminou seu trabalho.
A decisão do TRF-4 pode influenciar nas eleições de 2018, uma vez que Lula é o pré-candidato do PT à presidência da República.
Dirceu, por outro lado, teve a pena aumentada em 10 anos pelo tribunal por corrupção passiva, pertinência a organização criminosa e lavagem de dinheiro na Lava Jato.
A princípio, o juiz Sérgio Moro havia determinado sua prisão por 20 anos e 10 meses no processo em que é acusado de receber propina do esquema de corrupção da Petrobras por meio de contratos da Engevix.