Ponte do Guaíba e BR-116 têm finalização prevista para 2018

Programa Avançar promete concluir sete obras quase paradas em diferentes regiões do Rio Grande do Sul

Por Isabella Sander

Duplicação de 211,2 quilômetros da BR-116, entre Guaíba e Pelotas, deve receber R$ 81 milhões via emenda parlamentar impositiva
O ano de 2018 é promissor na área de infraestrutura do Estado. O governo federal anunciou que o Programa Avançar contemplará sete empreendimentos que já estavam em execução em diferentes regiões, mas que andavam quase parados. Entre eles está a nova ponte do Guaíba e a duplicação da BR-116. No Brasil, serão 7 mil obras contempladas, em um total de R$ 130 bilhões.
A duplicação de 211,2 quilômetros da BR-116, entre Guaíba e Pelotas, deve receber R$ 81 milhões via emenda parlamentar impositiva. Outros R$ 65 milhões devem ser disponibilizados pelo governo federal. De qualquer forma, trata-se de uma obra que se encontra relativamente avançada, com 60% de conclusão. Os trabalhos têm ocorrido conforme o ritmo da liberação de recursos. Além da nova pista, o projeto de duplicação inclui melhorias como travessias urbanas, ruas laterais, retornos operacionais, pontes, viadutos e passarelas.
Em balanço, a Frente Parlamentar pela Duplicação da BR-116 pontuou como vitória o não contingenciamento orçamentário para a obra. Considerou, ainda, que a inclusão da execução no Programa Avançar foi uma conquista do engajamento da comunidade, junto aos parlamentares.
No final de novembro, o governo federal, em visita de ministros ao Rio Grande do Sul, confirmou que destinará R$ 240 milhões do Orçamento-Geral da União para continuar a construção da nova ponte do Guaíba no ano que vem. Aproximadamente 55% da obra já foi concluída. A construção também está incluída no Programa Avançar. A intenção é que todas as intervenções do programa sejam finalizadas em 2018, inclusive a nova ponte. Os demais projetos contemplados são o aeroporto de Passo Fundo, o cais do Porto Novo (Porto do Rio Grande), o contorno da cidade de Pelotas (BR-116/BR-392), a duplicação da BR- -386 (Tabaí-Estrela) e a travessia urbana em Santa Maria (BR-158/BR-287).
Com os R$ 240 milhões para a ponte do Guaíba, será possível chegar a 85% de conclusão dos trabalhos. "No ano que vem, a ideia é conseguir uma dotação extra de novo para que possamos concluir", afirmou o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, quando anunciou a disponibilização dos recursos. O montante extra seria de R$ 105 milhões. A obra tem custo total de R$ 757,5 milhões. Desses, R$ 412 milhões já foram quitados. O foco dos trabalhos será no reassentamento das famílias afetadas. O cronograma do reassentamento está sendo desenvolvido pela autarquia federal, o consórcio Nova Ponte do Guaíba e a prefeitura de Porto Alegre.
O empreendimento terá uma extensão de 12,3 quilômetros, com um total de cinco quilômetros de trecho em aterro e 7,3 quilômetros em obras de arte especiais, como ponte sobre os canais navegáveis, elevada e viadutos. Com 28 metros de largura nos vãos principais, a pista contará com duas faixas de rolamento, com acostamento e refúgio central. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) estima que 50 mil veículos utilizem a estrutura diariamente.
 

Fim das obras na ERS-118 depende de realocações

A duplicação da ERS-118, nos municípios de Sapucaia do Sul e Gravataí, é outra que está em andamento. A intenção do governo é terminar tudo em 2018, mas isso depende dos processos de desapropriação e reintegração de posse existentes entre os quilômetros 0 e 5. Esse trecho é o mais atrasado, segundo a Secretaria Estadual de Transporte, mas está com o projeto tanto na via quanto nas ruas laterais quase pronto para licitação. Do quilômetro 5 ao 11 o ritmo está acelerado, com mais de 70% das obras concluídas. O trecho do quilômetro 11 ao 21,5 já foi licitado. A empresa vencedora foi a Sultepa, que também está trabalhando no trecho do quilômetro 5 ao 11.
Quanto às obras de arte, o viaduto sobre a pista do Trensurb, no quilômetro 1, está na Central de Licitações (Celic), com o edital sendo formulado. A licitação para o viaduto em Sapucaia sobre a avenida Theodomiro Porto, no quilômetro 3,2, já foi publicada. A construção do viaduto sobre os dutos da Transpetro, em Sapucaia, também foi licitada, faltando apenas a homologação final do ganhador no quilômetro 9.
O viaduto da Ritter, no quilômetro 9,9, foi inaugurado recentemente, dando acesso direto à avenida Frederico Ritter. A obra auxilia na ordenação do trecho urbano para os moradores de Cachoeirinha e Gravataí, beneficiando mais de 35 mil motoristas que trafegam diariamente pela rodovia.
Já o viaduto Rondon está sendo executado no quilômetro 12 pela empresa EPT Engenharia e será concluído em março. Os encontros do viaduto serão feitos pelo contrato do trecho do quilômetro 11 ao 21. O viaduto da avenida Itacolomi, em Gravataí, no quilômetro 18, está sendo construído pela empresa Premold. A previsão de término é em janeiro. Os encontros dessa obra serão feitos pela mesma empresa e devem ser finalizados em 2018.

Continuidade da execução da BR-290 dependerá da Lei Orçamentária Anual

Segundo o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, a continuidade da duplicação da BR-290 dependerá do que for aprovado na Lei Orçamentária Anual (LOA) do Congresso para 2018. Apenas 8% dessa obra está concluída, englobando os quatro lotes nos quais a intervenção foi dividida. Apesar de pouco provável diante desse percentual de execução, o Dnit limita-se a dizer que tudo dependerá da LOA.
Serão 115 quilômetros de duplicação, divididos em quatro lotes. O lote 1 compreende o trecho entre os quilômetros 112 ao 142, entre a entrada para a BR-116, em direção a Guaíba, e a entrada para a BR-470, em direção ao município de São Jerônimo. O lote 2 fica entre os quilômetros 142 e 172, da entrada para a RS-401, para Charqueadas, até o acesso à cidade de Butiá. O lote 3, do quilômetro 172 ao 199, vai da entrada da BR-470, para São Jerônimo, à entrada da BR- -471, para Pantano Grande. O lote 4, por fim, entre os quilômetros 199 e 228, está localizado entre o acesso a Minas do Leão e a entrada da BR-153, em Cachoeira do Sul.
Em audiência pública sobre a duplicação da BR-290, o superintendente do Dnit, Hiratan Pinheiro da Silva, apontou que faltam R$ 718 milhões para finalizar a execução das obras. Em 2017, foram disponibilizados
R$ 356 milhões para a manutenção da rodovia e, para 2018, a previsão é que o valor seja reduzido.
Para o coordenador da Frente Parlamentar pela Duplicação da BR-290, deputado estadual Luiz Fernando Mainardi (PT), também é necessário realizar trabalhos na faixa de domínio da rodovia, construir terceiras vias em subidas e recuperar o sistema de pesagem de caminhões, que se encontra desativado, contribuindo para a deterioração do asfalto.