Similares mas que não são considerados parklets, os decks também ocupam espaço na rua. É o caso da estrutura instalada há cinco anos em frente ao Bar & Choperia Tuim, na rua General Câmara, quase na esquina com a rua dos Andradas, coração do Centro Histórico de Porto Alegre. “Demorei 10 anos para conseguir fazer um em frente ao meu estabelecimento e tive que investir aproximadamente R$ 15 mil”, ressalta Andre Ervalho, proprietário do Tuim, boteco popular na região. Ervalho explica que a demora se deveu às normas exigidas pela prefeitura. Como a estrutura do Tuim já existe há cinco anos, o proprietário não considera que o estabelecimento seja um parklet.
"Quando enviei o meu projeto para a prefeitura, não existia nenhum decreto com regras a serem seguidas, no entanto, na época obtive todas as licenças necessárias para a instalação", alega o proprietário. O empresário inicialmente observou que o seu deck não seria um parklet, mas depois voltou atrás e encara como a estrutura agora regulada. Também garantiu que qualquer pessoa pode frequentar o local, independentemente de consumir serviços do boteco. A regra dos parklets é que devem ser de uso público. "Se está no decreto, tenho de cumprir", reagiu Ervalho.
Quase em frente, na mesma rua, surgiu recentemente outro deck, montado pelos donos da lancheria General Dog. Há quatro meses a estrutura foi construída, com cadeiras, guarda-sol e mesinhas. A reportagem tentou falar com o dono no local, mas em todas as vezes que foi procurado, ele não estava. Os funcionários não souberam explicar se o local tem autorização.
A reportagem solicitou esclarecimentos à Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Smans) sobre as instalações anteriores ao decreto e mesmo casos como o General Dog, que aparentemente não segue as especificações do guia. A assessoria de imprensa da Smans disse que o grupo de trabalho dos parklets fará reunião para discutir como será conduta em relação aos modelos anteriores.