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Recuperação da indústria gaúcha avança
Sondagem Industrial, divulgada pela Fiergs, mostra que intenção de investimento pelos empresários aumenta
Alguns indicadores da Sondagem Industrial de outubro da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs) indicam que a recuperação da indústria gaúcha começa a ganhar força. A produção (54,8 pontos) foi a maior para o mês desde 2013 (55,7 pontos) e aumentou ante o mês anterior (46,5 pontos). Ao mesmo tempo, o emprego ficou estável (50,4 pontos), no melhor resultado para o mês em sete anos. "O crescimento na produção, juntamente com o da intenção dos empresários em investir nos próximos meses, sinaliza para a continuidade de um processo de evolução em curso", diz o presidente da Fiergs, Gilberto Petry.
Mesmo que a ociosidade na indústria gaúcha persista, ela se revelou menor na sondagem de outubro. O grau médio de Utilização da Capacidade Instalada (UCI) subiu dois pontos percentuais entre setembro e outubro, e chegou a 68%. Já o indicador que avalia a UCI em relação à usual (44,3 pontos) atingiu o maior valor desde março de 2014. Outro indicador a apontar para uma melhora foi o dos estoques de produtos finais. Com 49,2 pontos, caiu em relação a setembro e continuou próximo ao nível planejado pelas empresas (51,2 pontos).
Este cenário mais favorável amplia as expectativas da indústria gaúcha para o futuro. É a primeira vez, desde 2013, que, no penúltimo mês do ano, os empresários projetam aumento da demanda (54,4 pontos) para os seis meses seguintes. O índice de exportações (53,3 pontos) mostrou que parte deve ser suprida pela demanda externa. Em consequência disso, as empresas pretendem aumentar as compras de matérias-primas (52,7 pontos). Já o indicador de emprego previsto (49,3 pontos) em novembro, se ainda não projeta expansão, ao menos é o valor mais alto para o mês desde 2012.
O levantamento realizado pela Fiergs também detectou a disposição da indústria gaúcha de elevar seus investimentos nos próximos seis meses. Os 51,6 pontos foram o maior valor do índice desde janeiro de 2015, e acima da média histórica de 47,1 pontos. Mas a decisão de investir ainda é baixa e está, de forma geral, associada a dois fatores: à confiança do empresário e à ociosidade nas fábricas. Portanto, a fase inicial da recuperação não deverá ser acompanhada de forte reação dos investimentos.
A sondagem de outubro foi realizada entre 1 e 14 de novembro, com 255 empresas (64 pequenas, 93 médias e 98 grandes). O indicador varia de 0 a 100. Valores acima de 50 pontos indicam expectativas de aumento e valores abaixo de 50, expectativas de queda. Para a intenção de investimentos, quanto maior o índice, maior a propensão a investir.
Índice de produção industrial sobe para 52,6 pontos, segundo dados da CNI
Ao contrário do que ocorreu nos últimos dois anos, a produção industrial cresceu na passagem de setembro para outubro, de acordo com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). Em uma escala na qual valores acima dos 50 pontos indicam expansão da atividade, o índice de evolução da produção registrou 52,6 pontos no mês passado. Em setembro, o índice havia ficado em 48,1 pontos, indicando redução em relação a agosto.
A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) subiu 1 ponto percentual em outubro e chegou a 67%. O nível de ociosidade na indústria ficou 2 pontos percentuais menor que o verificado no mesmo mês do ano passado. "Ainda assim, é um percentual reduzido, pois está 7 pontos percentuais abaixo da média para o mês entre 2011 (início da série) e 2014", avaliou a CNI, no documento.
Também medido pela sondagem, o índice de evolução do número de empregados indicou uma interrupção no ciclo de demissões em outubro, com o indicador chegando a 49,7 pontos, praticamente na linha divisória dos 50 pontos que denota estabilidade no emprego. Essa foi a primeira vez desde novembro de 2013 que o índice não registrou queda nas vagas de trabalho da indústria.
Após registrar 50,9 pontos em setembro, o índice de estoques efetivos/planejados recuou para 49,9 pontos em outubro. Isso indica que o pequeno excesso de estoques verificado no mês anterior foi reduzido, com o indicador retornando para mais próximo dos 50 pontos que indicam que a produção estocada está conforme o planejado pelas empresas.
O documento da CNI também mostra que as expectativas da indústria se reduziram em novembro, mas continuaram positivas. A expectativa de demanda caiu de 55,7 pontos em outubro para 54,4 pontos neste mês; a de compra de matérias-primas recuou de 53,2 pontos para 52,5 pontos; e a de exportações retraiu de 52,9 pontos para 52,2 pontos.
Já o índice de intenção de investimento cresceu 1 ponto em novembro e chegou a 50,6 pontos, o maior patamar desde fevereiro de 2015. Na comparação com o penúltimo mês do ano passado, a alta no indicador foi de 6,7 pontos.