Entrada na OCDE deve elevar produtividade

Produto Interno Bruto potencial pode aumentar em 3,5% até 2020, segundo estimativa do Ministério da Fazenda

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Cozendey diz que Brasil já subscreve 35 dos 239 instrumentos da organização mundial
O secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Marcello Estevão, afirmou que a solicitação de vaga na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) tem o objetivo de ajudar no crescimento e no desenvolvimento econômico brasileiro. A afirmação foi feita durante palestra no 5º Seminário de Comércio Internacional do Instituto de Advogados de São Paulo (Iasp).
O subsecretário-geral de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, Carlos Márcio Cozendey, afirmou que o Brasil já subscreve 35 dos 239 instrumentos da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Esse número representa 15% das recomendações, decisões ou acordos internacionais que fazem parte das políticas da organização e foram aderidos no período de aproximação à OCDE.
Com base em estudos comparativos sobre o desempenho de países já membros, como a Coreia do Sul, antes e depois da entrada no grupo, Estevão citou uma série de benefícios que a adesão à OCDE pode trazer à economia brasileira.
Com base nesse estudo, o secretário estimou que o Produto Interno Bruto (PIB) potencial pode aumentar em 3,5% até 2020, uma vez que deve haver um ganho de produtividade.
Além disso, há expectativa de melhora do rating soberano do País e da percepção dos investidores, assim como de aumento de investimento estrangeiro direto e de exportações. Mostrando exemplos de vantagens citadas pela Austrália e pelo Japão após a entrada no bloco, Estevão citou ainda que a adesão ao grupo poderia ajudar na aprovação de políticas econômicas significativas.
Segundo ele, se o Brasil se tornar membro, estará se aproximando da melhor forma de fazer políticas públicas. Estevão também frisou que o momento da candidatura brasileira, em que está havendo recuperação da economia, e se as reformas forem aprovadas, vai continuar crescendo.
O secretário também comentou sobre seu trabalho em outros assuntos. Sobre o Mercosul, Estevão disse que há conversas com a Argentina para aperfeiçoar o bloco. No G-20, informou que o Brasil tem buscado um comércio internacional mais aberto. "Fazemos parte dos países que apoiam a abertura do comércio internacional, que defendem as instituições multilaterais em contraposição a países, às vezes mais abertos que o Brasil, que estão defendendo políticas protecionistas", sustentou.
Ele criticou, ainda, a política de conteúdo local, que favorece a indústria nacional, mas que, segundo ele, aumentou o custo e afetou o crescimento econômico. "É melhor integrar com o resto do mundo e, ao mesmo tempo, fazer medidas para reduzir o custo Brasil."

Investimentos crescem 0,8% em agosto, após 13 quedas seguidas, revela Ipea

Os investimentos ficaram estáveis no País em agosto, segundo cálculos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O Indicador Ipea de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, medida dos investimentos na economia) registrou ligeiro recuo de 0,1% em relação a julho.
Na comparação com agosto do ano passado, entretanto, o indicador cresceu 0,8%, após 13 meses consecutivos de perdas. Desde março de 2014, o Indicador Ipea de FBCF teve crescimento na comparação interanual apenas duas vezes: em junho de 2016 (de 0,1%) e agora, em agosto de 2017. No ano, os investimentos ainda acumulam uma queda de 3,9%.
Na passagem de julho para agosto, o componente de máquinas e equipamentos cresceu, mas a construção encolheu. O componente construção civil teve retração de 2,3% em agosto ante julho, após dois avanços seguidos.
O Consumo Aparente de Máquinas e Equipamentos (Came) - obtido pela soma da produção doméstica e das importações, excluídas as exportações - teve crescimento de 1,8% no período, depois de uma queda de 0,9% no mês anterior. A produção doméstica de bens de capital avançou 1,4% em agosto ante julho; o volume de importações caiu 1,2%; e o volume exportado de bens de capital recuou 1,1%.
Em relação a agosto de 2016, a construção encolheu 4,5% em agosto de 2017, enquanto o Came teve um salto de 11%.