ONU convoca reunião de emergência sobre teste nuclear da Coreia do Norte

Detonação de explosivo por Pyongyang provocou tremor de 6,1 graus na escala Richter

Por

Agência mostrou Kim inspecionando carregamento do artefato
A pedido de Estados Unidos, Japão, França, Reino Unido e Coreia do Sul, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) marcou uma reunião de emergência para hoje para tratar sobre o teste nuclear realizado pelo regime da Coreia do Norte na madrugada de domingo. Será o segundo encontro de emergência do conselho em uma semana para avaliar os testes norte-coreanos.
A Coreia do Norte teria realizado um teste com uma bomba de hidrogênio. Segundo as agências internacionais, o país asiático anunciou o teste por meio de sua imprensa oficial e afirmou que obteve êxito na operação. Este seria o sexto teste nuclear realizado pelo governo do ditador Kim Jong-un.
Após analisar dados de um forte tremor detectado às 0h36min (no horário de Brasília), o governo japonês declarou - antes do anúncio oficial norte-coreano -, que havia sido detectado um novo teste atômico na região que abriga as instalações nucleares da Coreia do Norte, a nordeste do país.
O tremor de 6,1 graus de intensidade na escala Richter foi identificado na província de Hamgyong do Norte, que faz fronteira com a China. "Chegamos à conclusão de que a Coreia do Norte realizou seu sexto teste nuclear", disse o ministro de Assuntos Exteriores do Japão, Taro Kono, para a imprensa do país.
Como resposta, aviões de reconhecimento da Força Aérea japonesa foram enviados à área para identificar possíveis variações do nível de radioatividade no ar. Já a Coreia do Sul, elevou ao máximo seu nível de alerta contra o vizinho.
Na noite de sábado, o regime anunciou que havia desenvolvido uma bomba de hidrogênio que, diz, tem "grande poder destrutivo" e poderia ser colocada em mísseis intercontinentais. Analistas viram a declaração como um possível novo elemento de tensão entre Kim Jong-un e os Estados Unidos, mas também como uma propaganda por considerarem que a ditadura não teria tecnologia para fazer a bomba.
De acordo com a agência de meteorologia da Coreia do Sul, a explosão foi de cinco a seis vezes mais forte que a do quinto teste, realizado em setembro do ano passado. A agência de notícias KCNA mostrou imagens de Kim inspecionando o que dizem ser o carregamento da bomba de hidrogênio em um míssil intercontinental.
 

Casa Branca promete forte resposta militar a qualquer ameaça norte-coreana

O secretário de Defesa dos Estados Unidos, James Mattis, prometeu "uma resposta militar massiva" a qualquer ameaça da Coreia do Norte contra os norte-americanos ou seus aliados. Mattis fez um pronunciamento em frente à Casa Branca ontem após reunião com o presidente Donald Trump, o vice-presidente, Mike Pence, e os conselheiros de segurança nacional, de acordo com a CNN.
Ele afirmou que Trump quer ser informado de todas as opções militares para lidar com uma ameaça nuclear dos norte-coreanos. "Qualquer ameaça para os Estados Unidos ou seus territórios, incluindo Guam, ou nossos aliados, terá uma resposta militar maciça, uma resposta eficaz e esmagadora", afirmou o secretário, destacando o comprometimento entre os aliados. "Não queremos aniquilar nenhum país, como a Coreia do Norte, mas temos muitas opções para fazê-lo", acrescentou Mattis, advertindo o ditador norte-coreano, Kim Jong-un.
Em uma série de tuítes da manhã, Trump afirmou que eram "hostis" e "perigosas" as ações de Pyongyang e considerou que uma política de "apaziguamento" com o regime comunista não funcionaria.
A Organização das Nações Unidas (ONU) condenou o teste, dizendo que a ação é "profundamente desestabilizadora para a segurança regional" e viola as obrigações internacionais do país. O secretário-geral da ONU, António Guterres, reiterou, em um comunicado, seu pedido para que o regime norte-coreano "cesse tais atos e cumpra com suas obrigações internacionais sob as resoluções do Conselho de Segurança".