Jornalista Babi Souza virou empreendedora a partir do movimento de internet Vamos Juntas?

Quando uma ideia vira muitas outras


Jornalista Babi Souza virou empreendedora a partir do movimento de internet Vamos Juntas?

"Eu acho que muita gente desiste de projetos pessoais porque não tem certeza se é algo bom pra si e para o mundo. Eu tenho", comenta a jornalista Bárbara Souza, 26 anos, a Babi, criadora do movimento Vamos Juntas?, difundido no Brasil inteiro. O que muita gente não conhece é a história empreendedora que surgiu através do projeto na vida dela. Um mês após o boom da iniciativa nas redes sociais, ela pediu demissão da agência de comunicação onde trabalhava, virou dona da própria empresa e, atualmente, ganha seis vezes mais, a partir dos próprios esforços.
"Eu acho que muita gente desiste de projetos pessoais porque não tem certeza se é algo bom pra si e para o mundo. Eu tenho", comenta a jornalista Bárbara Souza, 26 anos, a Babi, criadora do movimento Vamos Juntas?, difundido no Brasil inteiro. O que muita gente não conhece é a história empreendedora que surgiu através do projeto na vida dela. Um mês após o boom da iniciativa nas redes sociais, ela pediu demissão da agência de comunicação onde trabalhava, virou dona da própria empresa e, atualmente, ganha seis vezes mais, a partir dos próprios esforços.
Bárbara Souza criou a página Vamos Juntas? no Facebook em 2015. A primeira postagem era um card que convidava mulheres a unirem-se ao andar na rua, para amenizar o medo que dá de ter que andar só, especialmente à noite. Era simples: em vez de duas mulheres desconhecidas andarem num mesmo trajeto sozinhas e amedrontadas, andariam juntas e, assim, com maior sensação de segurança. O fato de ter 100 mil curtidas em duas semanas (5 mil em 24h) mostrou que ali havia algo para depositar tempo e energia. "Eu não tinha a opção de não seguir", conta.
Disso tudo, veio a publicação de um livro, treinamentos em empresas, palestras, contato com marcas. E, consequentemente, uma chuva de reportagens sobre ela em diversos meios de comunicação significativos do País. Da mesma forma, surgiram os ataques misóginos pela internet a perder de vista. E os desencorajamentos foram muitos. "Mesmo algumas pessoas que te querem bem nem sempre vão te trazer um feedback que vale", avisa. A diferença que faz tudo se mover é simples: Babi achou um propósito para trabalhar em prol.
A partir da autonomia criada no Vamos Juntas? ela abriu a Bertha Comunicação, agência que faz site, identidade visual, assessoria de imprensa, de conteúdo e consultoria de Comunicação, com o diferencial de atender apenas empreendedoras mulheres e projetos que Babi se identifique. "Eu acho que é uma ideia de escassez trabalhar com algo que tu não acredita", diz. Pelo visto, dá resultado. A empresa tem, atualmente, 17 clientes fixas e três prestadores de serviço. E a mensagem que adota para si é o que deseja empregar com a sua empresa. "Quero que a Bertha seja a esperança para meninas que achavam que não podiam trabalhar com propósito."
No meio de ter um projeto reconhecido nacionalmente, ganhar mais dinheiro e prêmios, ela descobriu que nada disso importa. "O que importa de verdade é o porquê que está por trás de tudo e que faz as coisas acontecerem", justifica.
A distância e o anonimato por conta da internet fizeram com que muitas mulheres e meninas recorressem à página para contarem suas histórias de abuso, dividirem traumas (muitas pela primeira vez), saírem da solidão do emudecimento e sentirem-se compreendidas a partir de relatos parecidos. Sem medo de adaptar o projeto, Babi viu que o Vamos Juntas? tornou-se uma rede de promoção da sororidade e encorajamento mútuo entre mulheres. "Passou a ser um movimento sobre estarmos juntas de verdade", diz. "Eu acho que o feminismo tem que virar moda mesmo, tem que chegar às pessoas que antes sequer ouviam falar disso", reforça.
FREDY VIEIRA/JC

Bastidores

Até que a entrevista começasse falamos sobre jejum intermitente, deixar de usar remédio anticoncepcional, ter o escritório em casa, enquanto bebíamos café e a gata Abigail passeava pela escrivaninha onde eu e Babi nos encontrávamos, na casa dela, na zona Sul de Porto Alegre.