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Uruguai e baixa produtividade interna são os vilões da hora
Setor lácteo não passa por um bom momento no Rio Grande do Sul
Não passa por um bom momento o setor lácteo no Rio Grande do Sul. Problemas de ordem externa e interna estão deixando o Estado e o Brasil para trás em quesitos como lucratividade, produtividade e competitividade. Lá fora, o maior inimigo é o leite em pó uruguaio. Internamente, os vilões do setor incluem a baixa produtividade e a crise econômica, que costumam retirar dos carrinhos de compras dos consumidores brasileiros derivados como queijo e iogurte. E, para piorar, para o produtor, agosto e setembro deve registrar nova queda nos preços do leite.
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Baixos estoques deram início à crise em 2012
De acordo com a presidente da AGL, Neila Richards, a crise do leite em pó teve início em 2012, quando havia pouco leite em pó nos estoques mundiais, o que fez com que o preço permanecesse elevado nos dois anos posteriores. Como o produto é muito valorizado, em 2015, a Europa extinguiu as cotas locais que fixavam patamares de produção, e, então, os produtores aumentaram a produtividade, reduzindo as importações do Uruguai, que passou a direcionar a produção para o Brasil. E, para piorar, as indústrias e produtores ainda devem enfrentar dificuldades para atender uma mudança na legislação brasileira.
"As novas regras do Rispoa colocam que o leite em pó agora precisará contar com 34% de proteína, e o leite brasileiro tem entre 28% e 30% de proteína. Nós não conseguimos atender a própria legislação brasileira. Para conseguirmos isso, é preciso incentivar o manejo, mais qualidade de vida aos animais e melhorar a sanidade. É um conjunto de fatores que temos de mudar, urgentemente", alerta Neila.
Após pressões contra os incentivos dados pelo governo à importação de lácteos vindos do Mercosul, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, sinalizou positivamente, no dia 22 de agosto, a retirada do leite da pauta do livre comércio. Maggi tratará da questão na próxima semana, em encontro com o ministro da Pecuária, Agricultura e Pesca do Uruguai, Tabaré Aguerre.
O cenário de aquisições recentes no Brasil
- Grupo Mexicano Lala adquiriu 19,43% da J&F. É o maior grupo industrial do México, com atuação nos Estados Unidos e América Central.
- Fundo de Investimento Americano Arlon Latin América comprou 20% da CBL Alimentos, marca Betânia. A CBL Alimentos possui empresas em cinco estados brasileiros.
- Emmi, multinacional de origem suíça, que ainda não tinha atuação no mercado nacional, adquiriu 40% do Laticínio Porto Alegre, um dos cinco maiores laticínios de Minas Gerais.
- Grupo Italiano Granarolo comprou 60% da Allfood.
- Leprino Food Company, norte-americana com forte atuação no mercado de queijos para food services, adquiriu 49% do Laticínio Picnic (PR).
- General Mills, norte-americana, adquiriu o Laticínios Carolina (PR).
- Lactalis (francesa) ficou com todo o negócio de lácteos da BRF, além da operação de produção de queijos da Balkis (SP).
Os maiores produtores nacionais (em litros)
- 1º Minas Gerais - 9,14 bilhões/ano
- 2º Paraná - 4,7 bilhões/ano
- 3º Rio Grande do Sul - 4,59 bilhões/ano