A longa abertura da 40ª Expointer - foram cerca de 2 horas de muitos agradecimentos - repetiu o roteiro da edição passada. Realizada no sábado, a cerimônia afastou o evento do público e do produtor. Tradicionalmente organizada na pista central, mais acessível aos visitantes, produtores e trabalhadores, a abertura em espaço fechado desagradou a muitos presentes no Parque de Exposições Assis Brasil. O formato, porém, reduz as chances de os políticos serem vaiados, como ocorreu em 2015, último ano em que a cerimônia foi realizada em área aberta.
Assim como a lista de agradecimentos e saudações que alongou a cerimônia, também foi extensa a relação de convidados a subir ao palco - inclusive de políticos nada ligados ao campo, como o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha. Além de pouco ou nada falar sobre o agronegócio, Padilha ainda conseguiu deixar muda a plateia ao afirmar que o Brasil não pode mais suportar aumentos de impostos e que isso era rechaçado pelo atual governo de Michel Temer, que acabou de elevar o preço da gasolina e trava uma batalha jurídica para manter o aumento do PIS/Confins sobre os combustíveis.
Com um discurso que não deve ter agradado a boa parte dos presentes, o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag), Carlos Joel de Oliveira, questionou as benesses dadas a quem não tem pago corretamente itens como o Funrural, pleito de grande parcela dos produtores. "Já chega de dar descontos e isenções a inadimplentes. Quando o produtor que paga corretamente suas contas também será beneficiado por pagar suas contas em dia?", questionou.