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Porto Alegre, segunda-feira, 07 de agosto de 2017. Atualizado �s 21h50.

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Cinema

Not�cia da edi��o impressa de 08/08/2017. Alterada em 07/08 �s 16h03min

Estreia nesta quinta-feira O estranho que n�s amamos de Sofia Coppola

O estranho que n�s amamos � o novo filme de Sofia Coppola

O estranho que n�s amamos � o novo filme de Sofia Coppola


UNIVERSAL MOVIES/UNIVERSAL MOVIES/DIVULGA��O/JC
Luiza Fritzen
Dirigido e roteirizado por Sofia Coppola, O estranho que nós amamos chega nesta quinta-feira às salas de cinema. A trama, que tem como pano de fundo a Guerra Civil dos Estados Unidos, se passa em um internato feminino no Sul do país e rendeu a Sofia o prêmio de melhor direção em Cannes neste ano.
Baseado no romance homônimo de Thomas Cullinan, o título é a segunda adaptação da obra para as telas - a primeira é de 1971, com direção de Don Siegel e atuação de Clint Eastwood e Geraldine Page. Em sua versão, Sofia decidiu explorar o tema de mulheres isoladas durante a Guerra Civil partindo do ponto de vista das próprias personagens femininas.
A história começa quando a jovem Amy (Oona Laurence) encontra o soldado da União John McBurney enquanto coletava na floresta cogumelos para o jantar. Contrariando a etiqueta da época, mas agindo como uma boa cristã, a garota leva o soldado inimigo para a casa onde mora com outras meninas aos cuidados de Marta (Nicole Kidman).
Assim como um brinquedo novo, o soldado leva curiosidade e encantamento para o local - todas querem tirar algum tipo de proveito dele. A partir de então, a trama retrata as mudanças que ocorrem no cotidiano e na postura de um grupo de mulheres quando há um indivíduo do sexo oposto entre elas.
A presença de McBurney representa uma fuga ao tédio em meio ao ritual diário, que se resume a acordar no mesmo horário, trabalhar no jardim, aprender francês, costurar, rezar, jantar, tocar música e dormir. Enquanto o soldado recebe abrigo e cuidados médicos, a casa é tomada por uma tensão sexual e por perigosas rivalidades, que mostram como o homem pode desarticular a união feminina.
Farrell não faz aqui o papel de garanhão desempenhado por Eastwood em 1971, mas traz olhares sutis e frases certas capazes de conquistar corações carentes e jovens que sentem falta de figuras paternas. Com idades diferentes, cada uma das mulheres do filme está em uma fase diferente da sua vida e sente um tipo de falta masculina.
E é justamente isso que o soldado capta e busca oferecer a cada uma. Seja o namorado que partiu para a guerra, seja o irmão que foi assassinado, seja o pai que prometeu e nunca voltou, seja o romance que nunca teve: cabe a McBurney oferecer às moças o que lhes falta por meio de elogios, olhares e jogos psicológicos. O estranho, que, ao mesmo tempo, merece compaixão e desconfiança, se mostra um homem sem nada a perder e sem lugar para ir após recuperado, o que aumenta seu interesse em conquistar o coração das moças e manipulá-las.
A ausência de cores fortes durante a guerra é um dos traços que foi adaptado ao filme, que adota tons neutros e pastéis tanto na fotografia quanto no figurino das personagens. O tom mais escuro das cenas é um dos detalhes que chama a atenção, o que se justifica pelo fato de que a história se passa mais de uma década antes do advento da luz elétrica. Sendo assim, todas as cenas foram feitas com a luz do dia ou complementada com velas.
As roupas das personagens dizem muito sobre as mudanças psicológicas e comportamentais pelas quais elas passaram com o desenvolver do enredo. Se, antes, o descaso e o tédio predominavam; com a presença do soldado, orelhas ganharam brincos, broches saíram de porta-joias e ombros ficaram à mostra. Nesse aspecto, assim como em Maria Antonieta, o vestuário se destaca.
O figurino é propositalmente desbotado - as saias apresentam barras sujas, e as moças se espremem em espartilhos, golas altas e tudo o que pertence à época. A trilha sonora também ajuda a compor o tédio vivido pelas moças e reforça o tom bucólico da trama com o som dos pássaros, dos insetos e dos pés pisando em galhos na grama.
Em seu sexto filme, Sofia Copolla faz de O estranho que nós amamos seu trabalho mais novelesco e utiliza atrizes já consagradas - como Nicole Kidman, Kirsten Dunst e Elle Fanning - para repetir alguns estereótipos clichês sobre as mulheres. Ainda assim, a diretora consegue dar um final digno ao longa, mostrando como, no fundo, a união feminina é o que deve prevalecer às competições e conflitos de egos.
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