Sete pede ajuda a estaleiros para a recuperação

O plano, que será discutido em assembleia no fim deste mês, prevê o pagamento dos credores apenas a partir de 2026

Por

Construtores teriam direito de vender os equipamentos em caso de interrupção dos contratos de afretamento ou de atraso dos pagamentos
 Em novo plano de recuperação entregue à Justiça, a empresa de sondas Sete Brasil reduziu de oito para quatro o número mínimo de embarcações que precisa concluir para retomar as atividades e pede aos estaleiros ajuda financeira para concluir as obras. O plano, que será discutido em assembleia no fim deste mês, prevê o pagamento dos credores apenas a partir de 2026.
A Sete Brasil pediu recuperação judicial em abril de 2016, diante das dificuldades em obter recursos para prosseguir com as obras encomendadas para a empresa. Na época, a companhia declarou uma dívida de R$ 19,3 bilhões. Um primeiro plano, com a possibilidade de construção de oito a 12 sondas, chegou a ser apresentado aos credores, mas não avançou por dificuldades na renegociação dos contratos com a Petrobras, sócia e principal cliente da companhia.
O novo plano de recuperação apresentado propõe a "readequação do plano de negócios, de modo a readequá-lo aos melhores interesses do Grupo Sete". Trabalha com a conclusão de quatro sondas "prioritárias". Se enquadrarão neste caso aquelas em estágio mais avançado de construção, com menor necessidade de investimento e que estão em estaleiros com capacidade para concluir as obras mais rapidamente e, se possível, com recursos próprios.
Como garantia, a Sete propõe dar aos estaleiros o direito de vender as sondas, caso haja interrupção no contrato de afretamento dos equipamentos de exploração de petróleo ou no pagamento pelos recursos colocados na obra. O plano diz que a Sete precisará de recursos novos para prosseguir com as obras, num montante de US$ 4,345 bilhões, considerando a conclusão de oito unidades, que podem ser obtidos com os estaleiros construtores ou com terceiros.
Os novos financiadores terão prioridade sobre o fluxo de caixa gerado pelas sondas. Depois disso, os outros credores começam a receber sua parte. Segundo uma planilha anexada ao documento, em caso de construção das oito primeiras sondas, apenas em 2026 haverá fluxo de caixa livre para o pagamento dos credores.
A empresa propõe também o pagamento de R$ 50 mil à vista para aqueles credores que não quiserem esperar. A dívida trabalhista, que, pela lei, tem prioridade, só começaria a ser paga no sexto mês após a aprovação do plano de recuperação judicial. A Sete Brasil foi criada em 2010 para construir e operar 28 sondas de perfuração para a estatal. Com a queda no preço do petróleo e os cortes nos investimentos, a Petrobras considera, porém, que não precisará de todos os equipamentos.
A crise foi agravada com a revelação, pela Operação Lava Jato, de que ex-executivos da empresa foram beneficiados pelo esquema de corrupção montado na Petrobras. A empresa tem como sócios a Petrobras, os bancos BTG Pactual, Santander e Bradesco, investidores estrangeiros e os fundos de pensão Petros, Funcef e Previ, dos empregados da Petrobras, Caixa e Banco do Brasil, respectivamente. Neste ano, os fundos decidiram partir para arbitragem internacional contra a Petrobras para tentar recuperar o investimento. Segundo a estatal, o valor pedido é de R$ 4,475 bilhões.

Suprg tem aumento de receita em diferentes áreas de atuação

O mês de agosto começa com boas notícias para a Superintendência do Porto do Rio Grande (Suprg). Em análise com comparação, desde o começo deste ano, a autarquia estadual vem registrando aumento econômico em diferentes áreas de atuação. O número, que representa uma diferença positiva de 15,6% em relação ao mesmo período de 2016, mostra o peso da autarquia para a economia do Rio Grande do Sul.
O estudo, dividido em três áreas - Arrendamento/Aluguéis, Operacional e Diversos - registrou aumento em todos os itens, incluindo diferenças que chegam perto da casa dos R$ 10 milhões, como é o caso do segmento operacional, que engloba as atividades de utilização da Infraestrutura Operacional Portuária, Serviços de Armazenagem, Utilização de Equipamentos Portuários, Utilização da Infraestrutura e acesso aquaviário, Utilização das Instalações de Acostagem e Serviços Diversos.
O montante total desse segmento representa a quantia de R$ 41,23 milhões, aproximadamente R$ 9 milhões a mais do que o mesmo período em 2016, que fechou os sete primeiros meses do ano com R$ 32,25 milhões. Para o diretor superintendente do porto do Rio Grande, Janir Branco, esta expansão garante à autarquia condições para manter o crescimento continuado com segurança financeira e gestão consciente. "Os recursos precisam ser aplicados em áreas essenciais como a do Meio Ambiente, Saúde e Segurança que em nossa gestão praticamente dobrou seu orçamento", afirma ele.
A movimentação financeira total dos sete primeiros meses da autarquia foi de uma receita superior a R$ 74 milhões. No mesmo período do ano passado, a receita havia sido cerca de R$ 10 milhões a menos. "O aumento de receita é resultado de um trabalho do governo do Estado de fortalecimento do sistema logístico e da atração de novas cargas", conclui Branco. Os recursos da autarquia são utilizados para a manutenção dos serviços portuários e também para o cumprimento da legislação ambiental.