Lancherias, cafés e casas de eventos se diferenciam por oferecer vivências que não se limitam ao cardápio

Estabelecimentos investem na experiência antes da mordida


Lancherias, cafés e casas de eventos se diferenciam por oferecer vivências que não se limitam ao cardápio

Há clientes que não querem mais apenas consumir de forma passiva. O modelo que oferece experiência aliada a um produto tem atraído cada vez mais pessoas. Os donos da Cake Circle, marca de tortas de Porto Alegre que segue conceito similar ao do Subway (permitindo a escolha da massa e dos recheios num balcão), apostam nesse diferencial.
Há clientes que não querem mais apenas consumir de forma passiva. O modelo que oferece experiência aliada a um produto tem atraído cada vez mais pessoas. Os donos da Cake Circle, marca de tortas de Porto Alegre que segue conceito similar ao do Subway (permitindo a escolha da massa e dos recheios num balcão), apostam nesse diferencial.
O local abriu no bairro São João, próximo ao Zaffari Higienópolis. O cliente chega, vê as opções e escolhe a combinação de seu agrado - assim como ocorre nas operações da marca multinacional de sanduíches. O produto, montado na hora, pode ser consumido na loja ou vendido para levar. O cliente se sente participante do processo.
A ideia partiu de Tiago Hintz, 29 anos, que trabalha com análise de sistemas. Após voltar de uma viagem aos Estados Unidos, onde provou um bolo red velvet, convenceu a esposa, Patrícia Mesquita de Almeida, 31, engenheira de produção, e a irmã Tiana Hintz, 21, formanda em Gastronomia, a embarcarem junto na empreitada. As habilidades de cada um se complementam, dizem. Com um investimento inicial de cerca de R$ 50 mil, montaram a estrutura, que acomoda 16 pessoas sentadas.
Antes do espaço físico, lançaram a Cake Circle pela internet. No site da marca, o processo é o mesmo: o cliente escolhe o tamanho do bolo, os recheios e o modo de entrega. "As vendas on-line representam 25%", expõe Patrícia, que cuida da parte financeira e ainda tem um emprego fixo. "Na versão virtual, conseguimos medir o mercado", avalia Tiago.
Os valores dos naked cakes de 10 centímetros ficam entre R$ 20,00 e R$ 24,00. O negócio fica na rua Coronel Feijó, nº 950, e funciona de terça-feira à sábado, das 12h às 19h30min, e aos domingos, das 12h às 18h. É Tiana quem monta os pedidos e prepara as receitas. Ela diz que sua graduação na área e o contato com professores foi muito importante no início para acertar o ponto das massas e outras dicas de confeitaria.
A proposta do trio, concluem, é única no Rio Grande do Sul. Uma tortaria do Rio de Janeiro até tem um serviço de montar tortas na hora, mas não é em um balcão em frente ao cliente. O processo ocorre na cozinha, descrevem os sócios.
Patrícia reforça que os modelos de tortas da Cake Circle são simples, sem aquele monte de ingredientes enfeitando a peça. É para impactar no preço final. "Somos fast casual. Uma ideia rápida e jovem, com foco no sabor e praticidade", defende.

Um local para se sentir na França

A experiência oferecida pelo La Croissanterie, novo café do bairro Bom Fim, é uma verdadeira viagem mental à França. Por conta disso, não é raro encontrar no local pessoas falando na língua oficial de Paris.
"Só tenho esta cafeteria hoje porque sempre gostei muito de viajar e sou fã da Starbucks", conta André Motta, 32 anos, proprietário do local. E ele acaba fazendo com que as pessoas tenham essa sensação de mundo, mesmo sem sair de Porto Alegre.
Isto se reflete na comida e na decoração. Nas paredes, os visitantes encontram fotos de pontos turísticos da Cidade Luz. Como o nome diz, os croissants são as estrelas.
A história de apostar nos quitutes começou quando André e sua ex-namorada criaram uma página no Facebook para a venda por encomenda. Ele produzia e a moça vendia.
"A gente colocava numa caixa dessas de salgadinho e comercializava em supermercados e na universidade", lembra ele, que nessa época morava em Santo Ângelo. A empreitada deu tão certo que o empreendedor resolveu abrir um café na cidade. Após conseguir um financiamento num banco, em agosto de 2015, abriu a operação.
Chegou um momento que resolveu trazer a ideia para a Capital. Inicialmente, ele tinha em mente três bairros, Cidade Baixa, Moinhos de Vento e Bom Fim. Um imóvel neste último foi amor à primeira vista. Ele visitou a casa no sábado e na segunda-feira, às 8h, já estava na imobiliária pronto para alugá-la.
O La Croissanterie, então, abriu no dia 1 de junho, sem que André tivesse noção do potencial do empreendimento. "Foi só abrir e deu um 'boom', impressionante. Faturei em uma semana aqui o que eu faturava em um mês lá (Santo Ângelo)", compara. "Nos sábados, tenho fila de espera", comenta, lembrando que usou cheques pré-datados como pontapé para o negócio.
O empreendedor é responsável por tudo no La Croissanterie, da gerência do estabelecimento à cozinha. Ele conta, também, com a ajuda de três funcionárias. As receitas foram aprendidas nos livros de receita.
Mesmo sendo especializado em croissants, o espaço oferece bolos, quiches e tortas. A ideia de trabalhar com a temática francesa veio por conta de suas memórias afetivas. André já viajou diversas vezes para o país europeu e lá se encantou pelas "la croissanteires".
Se em algum momento ele pensou que limitar o público aos amantes da cultura francesa fosse um erro, a demanda prova o contrário.
 

Para provar as delícias dos chefs de camarote

Começou, na semana passada, em Porto Alegre, um projeto gastronômico baseado justamente na interação. O Chef's Table, que ocorre durante a Casa Cor 2017, coloca o visitante na mesa com grandes nomes da gastronomia.
"A experiência é diferente, tem integração direta com o chef. Aliás, é ele mesmo quem entrega a comida e explica o prato", diz Fernanda Guimarães, da Embaixada Gourmet, idealizadora da iniciativa.
O evento rola no Petrópole Tênis Clube até o dia 27 de agosto. Os participantes, inclusive, ajudam na produção de manteigas (algo engraçado e divertido!).
Os jantares custam R$ 295,00 por pessoa e acontecem de quinta-feira à sábado. Fernanda orgulha-se em listar chefs internacionais com estrelas Michelin que vêm à capital gaúcha especialmente para a atividade. Jeremy Ford, Jeans Georges, Okan Kizilbayir e Eric Ripert estão entre eles.
A cada noite, apenas 24 pessoas são recebidas no ambiente. Se no ano passado o chef residente era Marcelo Schambeck, agora a responsabilidade fica por conta de Aluisio Sabino.
Em formato de menu degustação, os pratos são servidos em oito tempos (três entradas, três pratos principais e duas sobremesas).