Médias salariais no comércio gaúcho melhoram

Pesquisa da AGV constata queda no número de vagas publicadas; estados do Sul concentram 18% dos postos

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Movimentação do Dia dos Namorados no Shopping Total.
A região Sul fechou o primeiro semestre de 2017 com uma queda de 9% no número de vagas anunciadas on-line na área de varejo. O resultado leva em consideração o mesmo período do ano passado, saindo de 853 vagas para 799. No entanto, as médias salariais apresentam uma melhora de 6%, em comparação com o primeiro semestre de 2016. Os dados apresentados são parte do levantamento realizado pelo site de empregos Adzuna.com.br em parceria com a Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV).
Os estados do Sul do País seguiram a tendência média do Brasil, que também caiu 9% em relação ao número de vagas anunciadas on-line em comparação com o ano anterior. Concentrando 18% do total de vagas de varejo publicadas, os estados Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná tiveram uma média salarial 5% maior que o resultado da união. O Rio Grande do Sul apresentou a maior variação em termos de oportunidades abertas, que no ano passado contava com 316 vagas abertas, sendo o estado da região com maior número de vagas. No primeiro semestre de 2017 a situação se mostra diferente. Com 273 postos de trabalhos divulgados on-line, o Estado perde a liderança para o Paraná. A variação negativa foi de 13,6% no período avaliado. Em contrapartida, o estado mais meridional do Brasil apresentou um aumento de 10% no valor do salário médio, saindo de R$ 1.310,00 para R$ 1.443,00.
Todas cidades analisadas do Rio Grande do Sul tiveram queda no número de vagas. Porto Alegre foi a cidade que sofreu o menor dano. Mesmo assim, com 20,8% vagas a menos do que no ano anterior, a cidade passou de 150 para 118 vagas. Os salários se mantiveram estáveis, com variação positiva de 1%. Cachoeirinha apresentou a maior queda, em torno de 70% de vagas a menos do que no ano anterior. Caxias do Sul, por outro lado, trouxe uma notícia positiva para o Estado, já que aparece como a cidade com o maior aumento percentual na média salarial. Com um salário geral 33% mais alto do que em 2016, a cidade passa de R$ 1.070,00 para R$ 1.424,00.
Na contramão dos outros estados da região Sul, o Paraná foi o único que registrou crescimento no número de oportunidades no varejo, que passaram de 271 para 280. Por outro lado, foi o único dos três estados que teve uma queda na média salarial, com um valor 9% menor do que no ano anterior, saindo de R$ 1.514,00 para R$ 1.381,00 em 2017.
Em Santa Catarina a queda no número de vagas foi muito similar ao que aconteceu no Rio Grande do Sul, registrando um número 13,5% menor que o ano anterior. No entanto, os catarinenses podem comemorar um crescimento de 24% no valor médio dos salários, que atingiu R$ 1.805,00, registrando o maior crescimento entre os estados da região Sul do País.

Dia das mães, base fraca e efeito calendário ajudaram desempenho do varejo em maio

A comemoração do Dia das Mães em 2017 foi melhor para o varejo do que nos dois anos anteriores, segundo Isabella Nunes, gerente da Coordenação de Serviços e Comércio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No entanto, a alta de 2,4% nas vendas do varejo em maio ante o mesmo mês de 2016 teve ajuda também de uma base de comparação fraca e do efeito calendário.
Maio deste ano teve um dia útil a mais do que maio de 2016. Além disso, o volume vendido vinha de um recuo de 9% em maio do ano passado ante o mesmo período do ano anterior. Em maio de 2015, a queda foi de 4,5%.
"Certamente, maio tem um efeito mais forte de Dia das Mães do que ocorreu no mesmo mês do ano passado, e vai impactar as atividades tradicionalmente beneficiadas pela data, como vestuário e calçados, móveis e eletrodomésticos, outros artigos de uso pessoal e doméstico", apontou Isabella. "A base desse crescimento é um ano com as variações mais negativas, então é preciso relativizar esse resultado", ponderou.
No varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, as vendas cresceram 4,5%, a primeira expansão desde maio de 2014. No segmento de veículos, o volume vendido cresceu também 4,5%, a primeira alta desde fevereiro de 2014. "É a atividade que caía há mais tempo, e aí tem uma recuperação. É importante", avaliou a pesquisadora.
Na comparação com maio de 2016, o destaque foi o avanço do setor de Móveis e eletrodomésticos (13,8%). Os demais resultados positivos foram registrados em Tecidos, vestuário e calçados (5,0%); Outros artigos de uso pessoal e doméstico (2,6%); Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (3,8%); e Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (8,8%).
As vendas do setor de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios bebidas e fumo ficaram estáveis (0,0%). Houve perdas em Combustíveis e lubrificantes (-0,9%) e Livros, jornais, revistas e papelaria (-1%).
No varejo ampliado, o setor de material de construção teve uma expansão de 9,3%.

Confederação Nacional do Comércio eleva para 1,6% projeção de crescimento das vendas em 2017

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) reviu de 1,2% para 1,6% a projeção de crescimento nas vendas do varejo este ano.
De acordo com a pesquisa da entidade, a receita do varejo ampliado (que também reúne os materiais de construção e veículos e peças) registrou avanço de 4,5% na comparação com maio do ano passado. Esse foi o melhor resultado desde março de 2015, quando houve um aumento de 5% na receita do varejo.
Segundo o economista Fabio Bentes, da CNC, a recuperação sustentável do setor continua dependente, de forma mais ampla, da melhora das condições de emprego e taxas de juros mais compatíveis com a trajetória recente da inflação.
"Confirmada essa expectativa, o setor voltaria, enfim, a crescer após três anos de retrações ao fim do qual o nível mensal de vendas retroagiu a níveis do início de 2010", afirmou.
Dos 10 segmentos pesquisados pela PMC, apenas dois registraram retrações em relação a maio de 2016: combustíveis e lubrificantes (-0,9% ) e livrarias e papelarias (-1% ).
Considerando os segmentos que tiveram resultados positivos, entre os que mais se destacaram foram os de móveis e eletrodomésticos (13,8%), materiais de construção (9,3%), equipamentos de informática e comunicação (8,8%), e vestuário e calçados (5%).
A análise da Confederação Nacional do Comércio mostra ainda que três fatores têm contribuído para melhorias mais acentuadas nesses segmentos: a escassez de demanda, que ocasionou um crescimento dos preços menor que o do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA); a recuperação parcial do crédito; e os saques das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que tiveram impacto positivo, ainda que temporário, no comportamento de vendas do varejo brasileiro.