Polícia de Manchester para de repassar informações aos EUA

Dados sigilosos sobre atentado teriam sido vazados por autoridades norte-americanas à imprensa

Por

Em reunião da Otan, Trump conversou com May sobre as divulgações
O Reino Unido decidiu, nesta quinta-feira, parar de compartilhar informações sobre o atentado em Manchester com os Estados Unidos após autoridades norte-americanas vazarem dados à imprensa. A decisão foi tomada pela polícia de Manchester, não pelo gabinete da premiê Theresa May. Ainda assim, ela expressou irritação sobre os vazamentos - o governo teme que a divulgação precipitada de informações possa comprometer a investigação sobre o ataque terrorista.
Um homem-bomba identificado como Salman Abedi se explodiu na saída de um concerto da cantora pop norte-americana Ariana Grande na segunda-feira à noite em Manchester, matando 22 pessoas e deixando mais de 70 feridos. A explosão foi causada por uma bomba caseira que, ao ser detonada, lança pregos e estilhaços. As autoridades investigam uma "rede" que teria ajudado o terrorista e buscam possíveis conexões com grupos radicais na Líbia e na Síria, como o Estado Islâmico (EI), que reivindicou a autoria do ataque.
Desde o atentado, a polícia britânica tem divulgado informações limitadas sobre a investigação com o intuito de preservá-la. Entretanto, autoridades dos EUA vazaram dados à imprensa, como o nome do homem-bomba e imagens de fragmentos do explosivo utilizado na ação. Nos últimos dias, autoridades britânicas vinham criticando os vazamentos, chegando a classificá-los de "irritantes" e "inaceitáveis" por potencialmente comprometerem as investigações e violarem a privacidade dos familiares das vítimas.
O jornal The New York Times defendeu, nesta quinta-feira, a decisão de publicar, na véspera, as imagens do explosivo. "As imagens e informações apresentadas não eram agressivas nem desrespeitosas com as vítimas (...) Nossa cobertura do terrível ataque de segunda-feira foi abrangente e responsável."
Após a decisão da polícia britânica, Trump afirmou que os vazamentos são "muito preocupantes" e solicitou que o Departamento de Justiça e outras agências de inteligência ligadas ao governo iniciem uma "revisão completa" sobre os supostos vazamentos provenientes de agências governamentais. Segundo o presidente, não há "nenhuma relação que valorizamos mais" do que os laços entre EUA e Reino Unido. A declaração foi divulgada minutos antes de seu discurso no encontro dos líderes da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), na Bélgica.
Aliados dos Estados Unidos têm expressado preocupação com o compartilhamento de informações com os norte-americanos após a decisão de Trump de revelar a autoridades russas dados sigilosos sobre terrorismo obtidos por Israel.
 

Segurança de Moscou desmantela grupo que preparava ataque

O Serviço Federal de Segurança (FSB) da Rússia, principal agência de segurança interna do país, disse nesta quinta-feira que prendeu quatro membros do grupo terrorista Estado Islâmico (EI), que estavam preparando ataques em Moscou.
O FSB informou que os suspeitos presos em Moscou estavam se preparando para atacar a rede de transportes da capital. Em uma declaração, a agência afirmou que os quatro estavam trabalhando sob instruções do EI na Síria para preparar ataques usando dispositivos explosivos fabricados por conta própria.
De acordo com o FSB, os suspeitos estavam planejando se juntar o EI na Síria após o ataque. A agência disse que o grupo inclui cidadãos da Rússia e de países da Ásia Central, de ex-nações soviéticas. As prisões se seguem ao atentado suicida do mês passado no metrô de São Petersburgo, que deixou 16 mortos e mais de 50 feridos.