Ibovespa cai 0,94% puxado por Vale e siderúrgicas

O indicador fechou em baixa de 0,94%, aos 66.093 pontos, puxado principalmente pelas ações da Vale e do setor siderúrgico

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Depois de duas sessões consecutivas de alta, com as quais acumulou ganhos de 3,16%, o Índice Bovespa perdeu fôlego e teve um pregão de ajustes. O indicador fechou em baixa de 0,94%, aos 66.093 pontos, puxado principalmente pelas ações da Vale e do setor siderúrgico. Apesar do noticiário intenso no Brasil e no exterior, as atenções dos investidores se concentraram essencialmente na expectativa pela votação da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara.
A agenda de eventos e indicadores do dia foi robusta e contou com os dados da produção industrial brasileira em março, balanço trimestral do Itaú Unibanco, relatório de emprego nos Estados Unidos e a reunião de política monetária do Federal Reserve. Entre todas as informações, a queda generalizada dos preços dos metais no mercado internacional foi uma das principais variáveis do dia, patrocinando as quedas das ações da Vale, de 6,20% (ON) e 5,36% (PNA), e de papéis como Gerdau PN (-4,88%) e CSN ON (-4,16%).
"Foi um dia bem cheio desde o período da manhã, mas por todo o tempo o mercado operou atento à reforma da Previdência. Esse é o assunto que vai dar a tônica dos negócios durante todo este mês de maio", disse Roberto Indech, analista da Rico Corretora.
O dólar teve um dia bastante volátil em relação ao real. As oscilações, no entanto, foram contidas e giraram basicamente em torno de dois temas: reforma da Previdência e a decisão do Federal Reserve. O dólar à vista no balcão terminou em alta de 0,10%, a R$ 3,1584, após oscilar entre a mínima de R$ 3,1416 (-0,43%) e a máxima de R$ 3,1663 ( 0,35%).

Lucro líquido recorrente do Itaú soma R$ 6,2 bilhões no primeiro trimestre

O Itaú Unibanco reportou lucro líquido de R$ 6,176 bilhões de janeiro a março, cifra 18% maior que a registrada um ano antes, de R$ 5,162 bilhões. Trata-se do segundo trimestre consecutivo de crescimento nos resultados do banco e o último sob o comando de Roberto Setubal, que passou o bastão para Candido Bracher, após 23 anos como CEO do banco, por atingir a idade limite para o cargo. Bracher assumiu ontem a presidência da instituição. Em relação ao quarto trimestre de 2016 (R$ 5,817 bilhões), o resultado do banco cresceu 6,17%.
O lucro do Itaú no primeiro trimestre foi influenciado, conforme explica o banco, em relatório que acompanha as suas demonstrações financeiras, pelas reduções das despesas não decorrentes de juros em 7,8%, impairment em 64,5% e despesas com provisões para créditos de liquidação duvidosa em 7,4%, principalmente no segmento de varejo. "Além desses efeitos, tivemos redução de 8,0% da margem financeira com clientes e de 6,3% da margem financeira com o mercado", acrescenta a instituição.
A carteira de crédito total da instituição foi a R$ 586,998 bilhões ao final de março, redução de 1,9% em relação a dezembro, de R$ 598,431 bilhões. Em um ano, quando os empréstimos somavam R$ 637,472 bilhões, a retração chegou a 7,9%.