Confiança dos empresários do comércio aumenta 13,7%

Indicador da Fecomércio-RS indica que otimismo segue em ritmo de recuperação

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Redução de juros e inflação devem ajudar setor nos próximos meses
O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) do Rio Grande do Sul encerra março com elevação de 13,7% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Aos 95,9 pontos, o indicador revela que a confiança dos empresários continua em processo de recuperação, incentivada principalmente pela redução mais acelerada de juros e inflação. Também a iniciativa do governo para a realização das reformas fiscal, trabalhista e tributária têm impactado positivamente sobre o desempenho do Icec. Os dados foram divulgados ontem pela Fecomércio-RS.
"É importante que estejamos recuperando a confiança nesse momento em que a situação das vendas e das empresas do comércio em geral ainda é difícil. Apesar de tudo, a redução dos juros e da inflação e as iniciativas recentes do governo no sentido de tentar realizar reformas importantes para nossa economia acenam com possibilidades melhores para o Brasil no futuro. Isso tudo é captado pelas expectativas muito otimistas dos empresários do comércio, refletidas nos resultados de março do Icec", afirma o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn.
O Icaec, que mede as condições atuais, cresceu 27,1% sobre março/2016, atingindo 65,1 pontos. Ainda em campo pessimista, o indicador permanece em trajetória de recuperação, com maior intensidade sobre a situação da economia brasileira e menor força na percepção pessimista por parte dos empresários. As expectativas dos empresários do comércio (IEEC) também seguiram a mesma tendência de elevação observada há alguns meses. O indicador registrou alta de 16,7% na comparação com março/2016, atingindo 141,0 pontos. A pesquisa revela que os empresários estão com uma visão bastante positiva em relação ao futuro em todos os âmbitos analisados (economia, setor e empresa). O Icec mostra também que o IEEC vem sendo reforçado nos últimos meses por fatores como juros e inflação em baixa, além das reformas, como já mencionado.
O índice que mede os investimentos (IIEC) apresentou variação positiva de 0,9% na comparação com março/2016, aos 81,6 pontos.

Percentual de famílias endividadas sobe a 57,9%, mostra a CNC

O percentual de famílias endividadas em todo o País alcançou 57,9% em março, alta de 1,7 ponto percentual em comparação com fevereiro, informou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), ao divulgar a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic).
Na comparação com março de 2016, o nível de endividamento caiu 2,4 pontos percentuais, ante os 60,3% registrados no ano passado. Em nota, Marianne Hanson, economista da CNC, diz que essa queda "indica um ritmo ainda fraco de concessão de empréstimos e financiamentos para as famílias".
Também houve aumento na proporção de famílias que se declararam "muito endividadas", segundo a CNC. De fevereiro para março, o percentual subiu de 14% para 14,2% do total de famílias. Na comparação anual, entretanto, houve queda de 0,1 ponto percentual.
A proporção de famílias com dívidas ou contas em atraso também aumentou, de 23% em fevereiro para 23,7% em março. Em igual mês do ano passado, esse indicador estava em 23,5%. A parcela de famílias que disseram que não terão como pagar as dívidas e que, portanto, permanecerão inadimplentes aumentou em ambas as bases de comparação. Alcançou 9,9% em março de 2017, ante 9,8% em fevereiro e 8,3% em março de 2016. "Esse é o maior patamar do indicador desde janeiro de 2010, quando estava em 10,2%", diz a nota da CNC.
O tempo médio de atraso para o pagamento de dívidas foi de 64,8 dias em março de 2017, acima dos 62,6 dias de março de 2016. Em média, o comprometimento com as dívidas foi de 7,1 meses, sendo que 33,8% das famílias possuem dívidas por mais de um ano. Entre os que se disseram endividados, 22% afirmam ter mais da metade da sua renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas. Ainda entre os endividados, a parcela média da renda comprometida com dívidas ficou em 30,2% em março, ante 31,1% em igual período do ano passado.

Vendas dos supermercados não reagem no bimestre

Na contramão de alguns sinais de recuperação na economia, as vendas do setor de supermercados não apresentaram reação neste início de ano: nos dois primeiros meses de 2017, houve um ligeiro recuo de 0,07% na comparação com o mesmo período de 2016. O dado é do Índice Nacional de Vendas da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), divulgado ontem.
"O Brasil ainda sente os reflexos da crise; a taxa de desemprego vem crescendo desde o ano passado e, em janeiro, chegou a 12,6%, o que impacta o poder de compra do brasileiro, que está mais cauteloso e indo menos ao ponto de venda. Mesmo assim, acreditamos em um número mais estável até o final do primeiro semestre", disse João Sanzovo Neto, presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), que projeta uma queda de 7,7% nas vendas de produtos ligados à Pascoa neste ano.
Em fevereiro, as vendas em valores reais (deflacionadas pelo IPCA) apresentaram queda de 1,93% na comparação com janeiro, e de 0,24% em relação ao mesmo mês do ano de 2016. Para Sanzovo, o resultado reflete o atual momento econômico do País.