UE considera EUA ameaça externa

Presidente do Conselho da União Europeia diz que Trump traz perspectiva 'altamente imprevisível'

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Para Tusk, mudança na Casa Branca deixa o bloco em situação difícil
O presidente do Conselho da União Europeia (UE), Donald Tusk, classificou os Estados Unidos em uma categoria de "ameaça", insistindo que o presidente norte-americano, Donald Trump, está contribuindo para uma perspectiva "altamente imprevisível" para o bloco. Em uma carta aos 27 líderes da UE antes da cúpula de Malta, Tusk mencionou a administração Trump como parte de uma "ameaça externa", ao lado da China, da Rússia, do radicalismo islâmico, da guerra e do terror.
Fazendo eco a declarações de muitas capitais europeias, ele disse que esses desafios globais, "bem como as declarações preocupantes da nova administração dos EUA, tornam nosso futuro altamente imprevisível". "Particularmente, a mudança em
Washington deixa a União Europeia em uma situação difícil, com o novo governo parecendo colocar em perspectiva os últimos 70 anos da política externa norte-americana", disse.
"Devemos lembrar aos nossos amigos norte-americanos o seu próprio lema: unidos estamos de pé, divididos caímos", disse Tusk na carta. "Hoje, devemos defender claramente a nossa dignidade, a dignidade de uma Europa unida - quer estejamos a falar com Rússia, China, EUA ou Turquia."

Democratas tentam atrasar nomeações para Saúde e Tesouro

Senadores do Partido Democrata se recusaram a comparecer a votações para avaliar a nomeação de dois nomes indicados pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em um movimento que pretende atrasar o processo de confirmação do gabinete presidencial. Anteriormente, os representantes do partido haviam sinalizado que estavam preparados para votar nos comitês de Finanças contra os indicados de Trump para o Tesouro, Steven Mnuchin, e Saúde, Tom Price. No entanto, os congressistas de oposição dizem agora querer mais tempo para obter informações adicionais dos nomeados.
De acordo com o senador Ron Wyden, do estado do Oregon, os parlamentares querem mais detalhes sobre as movimentações de Price no mercado de ações. O republicano foi citado em uma matéria do Wall Street Journal, que o acusou de ter recebido uma oferta privilegiada para comprar ações de uma biofarmacêutica. Sobre Mnuchin, os senadores pretendem obter mais informações a respeito de sua atuação no caso do OneWest Bank, a instituição que surgiu após a compra e reforma do IndyMac Bank do governo.

Secretária é demitida após criticar decreto contra imigrantes

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demitiu a secretária interina de Justiça, Sally Yates, depois de ela declarar que o Departamento de Justiça não defenderia a decisão de proibir a entrada de refugiados e de cidadãos de sete países de maioria muçulmana em território norte-americano. O cargo reúne funções que, no Brasil, são divididas entre o ministro da Justiça e o procurador-geral da República.
Em uma nota oficial de tom agressivo, a Casa Branca afirma que a secretária interina "traiu o Departamento de Justiça ao se recusar a garantir a aplicação da ordem legal designada para proteger cidadãos dos Estados Unidos". "O presidente Trump substituiu Yates de suas funções e designou Dana Boente, procurador da Virgínia, para servir como procuradora-geral interina até que o senador Jeff Sessions seja confirmado no cargo pelo Senado", destaca o texto.