Marchezan é contra texto que aumenta teto salarial

Prefeito eleito teme que maior remuneração prejudique contas

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Antecipação do IPTU também preocupa Nelson Marchezan, que fez reunião com vereadores nesta quinta
O prefeito eleito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior, (PSDB) foi à Câmara de Porto Alegre, na tarde desta quinta-feira, para conversar com os vereadores da Capital. Entre os temas abordados no encontro, Marchezan pediu aos parlamentares que não votassem até o final deste ano projetos do Poder Executivo que envolvam aumento de gastos para a prefeitura.
O tucano se posicionou contra a mensagem retificativa do atual prefeito, José Fortunati (PDT), que passa o teto do salário dos servidores municipais para R$ 30 mil, maior do que o atual, de R$ 18.037,11, referente à remuneração do prefeito.
Entre os presentes havia nomes da atual legislatura e também vereadores recém-eleitos, como Roberto Robaina (PSOL) e vereadores apoiados pelo Movimento Brasil Livre (MBL), como Ricardo Gomes (PP), Ramiro Rosário (PSDB) e Felipe Camozzato (Novo).
A Diretoria Legislativa da Casa nega que tenha recebido a proposta de Fortunati, que seria agregada a um projeto que já tramita na Câmara sobre o funcionalismo municipal. Líder do governo, Mauro Zacher (PDT) também alega desconhecer a medida.
Nas redes sociais, Marchezan afirmou que entrou com contato com Fortunati, apresentando sua preocupação com o assunto.
"Faço esse apelo aos vereadores, porque a sociedade tem outras prioridades que precisam ser atendidas. E elas não estão sendo por falta de recursos. Por mais justa que possa ser essa demanda para alguns, não é justo com a cidade", manifestou Marchezan em seu Facebook. A pressão para aumentar o teto do salário dos servidores viria de alguns trabalhadores da Secretaria Municipal da Fazenda.
Outra medida do governo Fortunati que desagrada a Marchezan é o anúncio da antecipação da cobrança do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) de 2017. O atual prefeito afirmou, na semana passada, que pagamentos à vista terão desconto de 15% se feitos até o dia 23 de dezembro. O valor integral será cobrado apenas para os que pagarem a partir de março do próximo ano. Caso Fortunati confirme a iniciativa, a antecipação do IPTU terá impacto financeiro na gestão de Marchezan em 2017.
Além dos novos vereadores, representantes de todas as bancadas participaram do encontro com o prefeito eleito. O vice-prefeito eleito, Gustavo Paim (PP), também compareceu à reunião, que ocorreu antes da sessão ordinária.

Rejeitado projeto de proteção para ciclistas em treinamento

Os vereadores da Capital rejeitaram, na tarde desta quinta-feira, o projeto que previa modificações no Plano Diretor Cicloviário Integrado (PDCI), propondo que algumas vias de Porto Alegre, entre 4h30min e 7h, fossem destinadas para ciclistas de competição.
Segundo o autor da matéria, Marcelo Sgarbossa (PT), atualmente os atletas não podem utilizar ciclovias ou calçadas para a prática, devido à velocidade que atingem, que pode ser comparada com a de automóveis.
Caso fosse aprovado, em vias como a avenida Edvaldo Pereira Paiva (Beira-Rio), o projeto interromperia o fluxo de carros durante o horário estabelecido. Entretanto, a proposta foi rejeitada por 15 votos, contra 10 favoráveis.
Uma proposta que tramita na Câmara desde 2011 começou a ser apreciada na sessão desta quinta-feira, mas, por falta de quórum, sua votação não foi concluída. O projeto de Engenheiro Comassetto (PT) prevê que pelo menos 20% da verba publicitária da prefeitura seja aplicada em mídia alternativa, como jornais de bairro, ou rádios comunitárias.
Sofia Cavedon (PT) defendeu a matéria apresentada. Já Lourdes Sprenger (PMDB) questionou o percentual de 20%, que considera alto.
A primeira emenda do projeto chegou a ser aprovada, entretanto a votação do texto da proposta não ocorreu. Como a matéria já começou a ser apreciada pelos parlamentares, deve ser a primeira a ser votada na sessão de segunda-feira.