MBL quer eleger 15 deputados federais em 2018

Kim Kataguiri disse que movimento quer ser 'canal de comunicação' do governo Marchezan

Por Marcus Meneghetti

Kim Kataguiri não sabe se sairá como candidato no próximo pleito
O coordenador nacional do Movimento Brasil Livre (MBL), Kim Kataguiri, revelou que a entidade espera eleger 15 nomes para a Câmara dos Deputados nas eleições de 2018. A declaração foi dada na Federasul, durante a coletiva de imprensa que antecede o evento Tá na Mesa, quando Kataguiri também falou da proximidade do MBL com o prefeito eleito de Porto Alegre, Nelson Marchezan Júnior (PSDB). 
"A preocupação que tivemos de lançar candidatos em 2016 vai continuar em 2018, 2020, 2022 etc. A ideia de atuação do MBL, enquanto movimento na política institucional, é ter uma bancada suprapartidária liberal em Brasília. A meta é eleger, já em 2018, pelo menos 15 deputados federais", projetou o coordenador do MBL.
Ele esclareceu que os integrantes do movimento podem se filiar a qualquer partido que aceite as ideias liberais defendidas pelo grupo. Quanto a possibilidade de lançar sua própria candidatura, disse que ainda não sabe se será candidato.
Kataguiri também falou que, embora lideranças do MBL conversem bastante com Marchezan - candidato que apoiaram nas eleições municipais de Porto Alegre -, "por enquanto, não tem nenhuma previsão de participação no governo dele". Ao ser questionado sobre os assuntos tratados com o prefeito eleito, revelou que o principal assunto é "a dificuldade que ele vai ter com a Câmara de Vereadores, uma vez que não tem uma maioria folgada".
O tucano deve ter dificuldades para atrair novos aliados políticos e acomodar os que o apoiaram durante as eleições, uma vez que se elegeu prometendo redução do número de secretarias e de pelo menos 30% do número de cargos de comissão (CCs). No primeiro turno, Marchezan concorreu na coligação do PSDB, PP, PMB e PTC. No segundo turno, ganhou o reforço do PTB, PR, SD, pSC, PTdoB, PRP e PMN.
Para aumentar a força do governo do tucano, Kataguiri afirmou que "o MBL tem a missão de ser um canal de comunicação do candidato eleito com a sociedade. Em um primeiro momento, a participação do MBL no governo Marchezan vai ser mostrar para as pessoas que o que ele defende é benéfico para Porto Alegre".
E complementou: "A atuação do movimento junto aos vereadores vai ser como nas outras cidades, pressionando de proposta em proposta os parlamentares a votarem a favor das matérias que contemplem o que defendemos".
Quando perguntado se o grupo ia fazer pressão para Marchezan privatizar empresas públicas, como a Procempa e a Carris, o coordenador nacional do MBL comentou que "os prefeitos que foram necessariamente apoiados pelo MBL vão apoiar as iniciativas de desestatizações, desburocratização e de parcerias público-privadas".

Para Kataguiri, Pec do teto de gastos não corta investimentos na saúde e educação

O coordenador nacional do Movimento Brasil Livre (MBL), Kim Kataguiri, disse que a Pec do Teto de Gastos e a da reforma da previdência - que está nos planos do governo do presidente Michel Temer (PMDB) - devem ser aprovadas juntas, pois, só assim, a primeira não vai gerar cortes de gastos em áreas como saúde e educação.
 "Os gastos com a previdência aumentam 4% ao ano. Se não fizermos a reforma, esses gastos vão crescer e a gente vai ter que cortar necessariamente de áreas que hoje investem mais que o piso constitucional, como educação e saúde, para pagar a previdência. Se as duas Pecs não forem feitas juntas, aí sim teríamos cortes", analisou Kataguiri.
Ele também criticou as ocupações das escolas e universidades em protesto a Pec do corte de gastos. Segundo o coordenador do MBL, "a invasão das escolas e das universidades é levada a cabo por uma minoria radical, muitas vezes usada como massa de manobra de sindicatos e partidos". 
O líder do movimento também explicou como os integrantes têm procedido na "desocupação" das escolas. "O MBL tem uma atuação junto aos pais, alunos e professores para explicar que, primeiro, a PEC não corta investimentos da educação e da saúde e, segundo, que invadir escolas não é um direito, mas sim ferir a Constituição e o ordenamento jurídico", comentou.