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Porto Alegre, quinta-feira, 24 de novembro de 2016. Atualizado �s 19h48.

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Not�cia da edi��o impressa de 25/11/2016. Alterada em 24/11 �s 16h29min

Andr�ia Horta se transforma para viver Elis Regina na tela do cinema

Andr�ia Horta interpreta a cantora porto-alegrense em longa-metragem

Andr�ia Horta interpreta a cantora porto-alegrense em longa-metragem


ANDR� E CARIOBA/DIVULGA��O/JC
Ricardo Gruner
Quando o diretor Hugo Prata, um estreante, começou a trabalhar no longa-metragem Elis, há cinco anos, só havia uma biografia daquela que muitos consideram a maior cantora que o Brasil já teve. Agora são três - além de um musical e desta estreia nas telonas, em cartaz desde quinta-feira. O cineasta, entretanto, rechaça o termo cinebiografia e prefere definir a obra como "um filme" e não "o filme" sobre Elis Regina. "Temos que fazer outros (sobre ela)", vislumbra ele, que devido ao ineditismo decidiu contemplar um espectro grande da vida da cantora gaúcha - ao invés de focar em episódios específicos desta trajetória.
A protagonista da narrativa é papel de Andréia Horta, atriz conhecida principalmente por seu trabalho na televisão aberta. São acompanhados 18 anos do percurso da cantora, desde sua chegada no Rio de Janeiro, em 1964, até o falecimento precoce, em 1982. Neste período, a porto alegrense saiu do anonimato para emocionar o Brasil com suas interpretações e conquistar os que a cercavam com seu talento e comportamento genuíno.
Para a composição do longa-metragem, Andréia passou três meses se preparando, com ensaios e trabalhos das 9h às 17h durante cinco dias por semana. Antes de se juntar ao elenco, estiveram com ela três orientadores - auxiliando na construção da personagem, em questões vocais e movimentos corpóreos. A voz que aparece nas músicas do filme - e são muitos os momentos musicais -, no entanto, são da própria Elis Regina. O objetivo de tantos ensaios e técnicas era dar realismo a essas cenas, com entrega de corpo e alma. Em estúdio, a atriz de fato cantou - mas o som não foi registrado. "Elis era uma grande intérprete. Isso facilitou muito porque você escuta todas as palavras que ela canta, todas as silabas", lembra a intérprete, contando que chegou a ficar sem voz em um dia no qual gravou várias sessões de Arrastão, Pout pourri e Fascinação.
Conforme o diretor, um simples karaokê da artista foi uma ideia descartada desde o início. Até porque a narrativa não é apenas uma compilação das apresentações mais marcantes da carreira da Pimentinha. Entram em pauta o começo da sua história no Rio, com o apoio do americano Lennie Dale (papel de Julio Andrade) e o programa O fino da bossa, ao lado de Jair Rodrigues (Ícaro Silva), mas também os casamentos com Ronaldo Bôscoli (Gustavo Machado) e César Camargo Mariano (Caco Ciocler).
O pano de fundo para o enredo é a Ditadura Militar, que deixou Elis em posição delicada em um dos episódios abordados na obra. O resgate dessa realidade foi outra das motivações que levaram os realizadores a trabalhar no longa, conta o diretor. "Ela teve toda sua produção sob censura. Não conheceu a arte livre", afirma, completando: "Sinto que há um gap [lacuna] de memória no Brasil. Fiz questão de trazer um pouco da história para colaborar, através do entretenimento e das músicas, na lembrança de que há pouco tempo as coisas não eram tão simples."
Para narrar uma jornada curta e intensa, os roteiristas, Luiz Bolognesi e Vera Egito, além do próprio diretor, escolheram destacar a relação de Elis com os homens. Além dos personagens já citados, entra em cena o pai de Elis e o produtor Nelson Motta, por exemplo. "Ela era a estrela na vida de cada um deles", explica Prata, acenando que sentiu falta de Tom Jobim - com quem a intérprete gravou o disco Elis & Tom. "Não caberia tudo em duas horas", lamenta o cineasta, crente que episódios incríveis foram deixados de lado.
Mesmo assim, o filme recebeu elogios mesmo antes da estreia comercial: em Gramado, foram três Kikitos: melhor atriz, montagem e melhor filme segundo o júri popular.
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