País atinge recorde de 215,2 milhões de bovinos

Crescimento do rebanho brasileiro no ano passado foi o maior desde 2011, aponta pesquisa de pecuária do IBGE

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Região Sul tem apresentado estagnação na criação de gado de corte
A população de cabeças de gado bovino em fazendas brasileiras cresceu e atingiu o recorde de 215,2 milhões de animais em 2015, com um aumento de 1,3% sobre 2014. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na Pesquisa da Pecuária Municipal. O crescimento de 2015 foi o maior desde 2011 e representa uma aceleração após a queda causada pela seca de 2012 e a variação próxima de zero registrada em 2013 e 2014. Em uma análise regional, a população de gado cresceu mais no Norte (2,9%) e teve queda no Nordeste, com -0,9%.
O Centro-Oeste teve variação de 2,1% e continua a ser a região que concentra a maior criação, com 33,8% da participação nacional. O IBGE aponta que a região conta com "grandes propriedades destinadas à criação de bovinos e produtores especializados, possuindo clima, relevo e solo favoráveis à atividade, como também grandes plantas frigoríficas que têm impulsionado o abate em larga escala".
Mato Grosso é o estado com a maior criação de gado, com 13,6% do total nacional. Entre os cinco primeiros colocados, Goiás aparece em terceiro e Mato Grosso do Sul em quarto, com 10,2% e 9,9% do total.
Nos últimos anos, o Sul e o Sudeste do País têm registrado estagnação da bovinocultura de corte, enquanto a produção de bovinos tem se deslocado para o Norte. A atração é explicada em parte pelo instituto por meio dos baixos preços das terras, disponibilidade hídrica, clima favorável, incentivos governamentais e abertura de grandes plantas frigoríficas.
O aumento do efetivo total de bovinos não se refletiu no número de vacas ordenhadas, que caiu 5,5% em 2015. Todas as regiões acusaram queda dessa atividade, que teve a maior redução no Nordeste, com -9,5%. O Sudeste responde por 34,3% do número de vacas ordenhadas, e Minas Gerais tem a atividade mais forte, com 24,9% do efetivo nacional.
A produção de leite teve queda em 2015, com 0,4% a menos que 2014, e caiu para 35 bilhões de litros. O Sul é o maior produtor de leite no Brasil desde 2014 e contribuiu com 35,2% da produção nacional em 2015.
A produtividade das vacas da região Sul é a maior do Brasil. Enquanto a média do País é que uma vaca produza 1.609 litros de leite por ano, no Sul, a produtividade é de 2.900 litros. Em relação a 2014, houve um aumento de 3,9% desse resultado. Apesar disso, Minas Gerais continua a ser o maior estado produtor de leite do País, com 26,1% da produção nacional.

Suínos, ovinos e aves registram alta de produção

O efetivo de suínos no País foi de 40,33 milhões de cabeças em 2015, um aumento de 6,3% em relação a 2014. Toledo (PR), Uberlândia (MG) e Rio Verde (GO) foram os municípios com os maiores rebanhos de suínos, segundo a Pesquisa Pecuária Municipal 2015.
O Paraná deteve 17,7% do total nacional, efetivo maior do que o de toda a região Sudeste. O Brasil continua na quarta posição mundial na produção de carne suína, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (United States Department of Agriculture - Usda), atrás de China, União Europeia e Estados Unidos.
O efetivo de ovinos foi de 18,41 milhões em 2015, elevação de 4,5% em relação a 2014. Santana do Livramento (RS), Casa Nova (BA) e Alegrete (RS) foram os municípios com os maiores rebanhos.
O efetivo de galináceos no País foi de 1,33 bilhão de cabeças em 2015, um aumento de 0,9% em relação a 2014, segundo a Pesquisa Pecuária Municipal 2015. O País é o terceiro maior produtor de frango, atrás dos Estados Unidos e da China, e o maior exportador mundial de carne de frango, segundo o Usda.
A produção de ovos foi de 3,77 bilhões de dúzias em 2015, um aumento de 1% em relação a 2014. A produção ocorreu em 5.395 municípios em 2015.
O IBGE esclarece que a Pesquisa da Pecuária Municipal coleta os dados do efetivo alojado nas granjas no último dia do ano de referência, e que, devido ao curto ciclo de produção do frango de corte, o total abatido durante o ano é muito maior do que o efetivo divulgado na pesquisa. Segundo a Pesquisa Trimestral do Abate de Animais, também apurada pelo IBGE, foram abatidas 5,79 bilhões de cabeças de frangos em 2015.
A aquicultura brasileira atingiu um valor de produção de R$ 4,39 bilhões em 2015, com a maior parte (69,9%) oriunda da criação de peixes, seguida pela criação de camarões (20,6%), segundo a Pesquisa Pecuária Municipal. A produção total de peixes foi de 483,24 mil toneladas em 2015, um aumento de 1,5% em relação ao ano anterior.
A tilápia é a espécie mais criada no Brasil, com 219,33 mil toneladas em 2015, representando 45,4% do total nacional.