Economistas não acreditam em alta de juros

Pesquisa do Wall Street Journal indica que o Fed vai esperar até dezembro para apertar a política monetária dos EUA

Por

Janet Yellen reconheceu que há uma defesa do aumento da taxa
Uma pesquisa elaborada pelo Wall Street Journal mostrou que somente 13% dos economistas ouvidos esperam que o Federal Reserve - Fed, o Banco Central (BC) norte-americano - decida elevar os juros neste mês. Para 74% dos analistas consultados, o BC dos Estados Unidos esperará até dezembro antes de apertar a política monetária.
Os economistas ouvidos ainda disseram que o ritmo das altas futuras deve ser lento. No universo ouvido, 20% acreditam que pode haver uma recessão no próximo ano nos Estados Unidos. Os economistas ainda avaliam que o progresso no mercado de trabalho tem desacelerado.
Questionados sobre um universo de tempo mais longo, 73,3% dos consultados disseram ser provável que o Fed tenha de reduzir os juros dentro de cinco anos. Para 55,3% deles, o BC ainda terá de lançar outra rodada de compra de bônus nos próximos cinco anos. Eles não acreditam, porém, que o Fed possa levar os juros para abaixo de zero. A pesquisa do Wall Street Journal foi conduzida com 61 economistas.
O Comitê Federal de Política Monetária (Fomc) se reúne nos dias 20 e 21 de setembro para decidir sobre os juros nos Estados Unidos. No fim de agosto, a presidente do Fed, Janet Yellen, disse que o argumento pelo aumento dos juros no país vem ganhando força nos últimos meses.

BCE estuda medidas para impulsionar a economia da zona do euro e a inflação, diz Draghi

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, afirmou, nesta quinta-feira, que a instituição manterá os juros "em níveis atuais ou menores por tempo prolongado". Segundo Draghi, o BCE encarregou comitês de avaliar opções para os programas de compras. Ele ainda ressaltou que o programa de compra de bônus vai até março de 2017 "ou além, se necessário".
O presidente do BCE disse que não foi discutida, mais cedo, uma ampliação no prazo do programa de compras de bônus - parte do mercado esperava para esta quinta-feira o anúncio de uma extensão nessa iniciativa. Segundo ele, o BCE usará "todos os instrumentos, se necessário", para atingir sua meta de apoiar a economia da zona do euro e impulsionar a inflação.
Draghi disse que será mantido um montante "muito substancial" de apoio monetário e que a instituição monitora os acontecimentos econômicos e nos mercados muito atentamente. A autoridade monetária advertiu que o cenário-base do BCE "está sujeito a riscos de baixa". Para ele, a inflação está seguindo esse cenário até agora.
O dirigente disse esperar que o PIB real da zona do euro cresça de forma "moderada, mas constante". A recuperação deve ser comprometida pela demanda externa contida. Draghi pediu uma "intensificação substancial" das reformas estruturais na região da moeda comum e que o foco esteja em ações para aumentar a produtividade.
Em relação às projeções atualizadas do BCE, divulgadas nesta quinta-feira, Draghi afirmou que as mudanças feitas na comparação com as estimativas anteriores não são substanciais o suficiente para alterar o rumo da política.