Atividade industrial recua 2,8% em julho no Estado

Fiergs atribui desempenho ao número de dias úteis menor no período

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Após meses de retração, emprego e massa salarial voltaram a subir
O menor número de dias úteis em julho (21), em relação a junho (22), explica em parte o início de semestre ruim para a indústria gaúcha, que registrou uma queda de 2,8% em sua atividade, na série dessazonalizada, atingindo o patamar mínimo histórico. O resultado aparece no Índice de Desempenho Industrial (IDI-RS), divulgado nesta segunda-feira pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). "O calendário incomum de julho gerou um quadro ainda mais fraco para a atividade da indústria no Estado. Com isso, as taxas negativas, que vinham arrefecendo nos últimos meses, voltaram a acelerar", explica o presidente da Fiergs, Heitor José Müller.
Na comparação mensal, o calendário atípico levou a um considerável desempenho negativo sobre os indicadores mais diretamente associados à atividade industrial, como o faturamento real (-8,3%) e as compras industriais (-7,5%). No mesmo sentido, a utilização da capacidade instalada (UCI) caiu 2,7%, chegando a 77,2%, e as horas trabalhadas na produção recuaram 1,2%. Em compensação, após cair por 18 meses seguidos, o emprego, com ajuste sazonal, avançou 0,3% em julho. A massa salarial real subiu 0,7%, sobre junho, interrompendo uma sequência negativa de sete meses.
Em relação a julho de 2015, a atividade industrial no Estado encolheu ainda mais, 9,3%, novamente influenciada pelo calendário. "Os resultados demonstraram o descompasso entre a melhora recente das expectativas dos empresários, apontada pela volta da confiança, e o maior otimismo com a demanda futura, e os dados concretos do setor. A retomada depende da demanda doméstica, ainda reprimida pelo aperto do crédito, aumento do desemprego, perda de renda e pela queda dos investimentos", avalia Müller. Foi o 29º recuo consecutivo sob essa métrica. A maior sequência de quedas anterior ocorreu entre março de 2005 e setembro de 2006.
Os indicadores que compõem o IDI-RS apresentaram redução se comparados a julho de 2015: faturamento real (-17,5%), horas trabalhadas na produção (-8,6%), emprego (-7%), massa salarial (-7,5%), UCI (-2,4%) e compras (-11,9%).
Os sete primeiros meses do ano, em relação ao mesmo período de 2015, registraram queda de 7,1% no IDI-RS. Todos os componentes caíram: faturamento real (-11,1%), massa salarial real (-10,8%), compras industriais (-9%), emprego (-8,7%), horas trabalhadas na produção (-6%) e UCI (-0,3%). Dos 17 setores pesquisados, 16 diminuíram a atividade, com destaque negativo de móveis (-15,5%), máquinas e equipamentos (-15,1%), produtos de metal (-12%) e veículos automotores (-10,3%).
 

Produção de eletroeletrônicos avança 2,7% e indica recuperação, diz Abinee

A produção da indústria nacional de eletroeletrônicos teve crescimento de 2,7% na passagem de junho para julho. O balanço foi divulgado nesta segunda-feira pela Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), com base em dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Para o presidente da Abinee, Humberto Barbato, o resultado indica uma tendência de recuperação, ainda que tímida, da produção. "O desempenho certamente será melhor no segundo semestre do ano, embora não suficiente para que o setor termine 2016 com crescimento na produção industrial", afirma o executivo.
No acumulado de janeiro a julho de 2016, a produção industrial do setor eletroeletrônico diminuiu 17,5% em relação ao igual período do ano passado. Neste período, a produção da indústria eletrônica recuou 25,7%, em função das quedas em todos os seus subsetores, destacando a fabricação de equipamentos de informática e periféricos (-32,4%).
No caso da indústria elétrica, a queda da produção foi de 11% nos sete meses do ano, apresentando retração em quase todos os seus subsetores, exceto pilhas, baterias e acumuladores elétricos, cujo acréscimo atingiu 3,7%.
O pior desempenho da indústria elétrica foi de lâmpadas e outros equipamentos de iluminação, cuja produção caiu 31,2%.
No acumulado dos últimos 12 meses do ano, a queda da produção da indústria eletroeletrônica atingiu 21,1%.